domingo, 26 de julho de 2009
«NIOBÉ»
Navio mercante francês construído em 1920, pelos estaleiros Blyth Shipbuilding & Dry Docks, de River on Tyne (G.B.). Pertenceu ao armador S.N.C., de Caen e foi usado, essencialmente, no transporte de carvão. Media 79,30 m de comprimento por 11,35 m de boca. Deslocava, em plena carga, 2 450 toneladas e a sua velocidade não ultrapassava os 10 nós. No início da Segunda Guerra Mundial foi requisitado pela Direcção dos Transportes Militares e armado com uma peça de 90 mm e com duas metralhadoras AA de 13 mm. Em 1940 foi a Dunquerque levar munições às tropas francesas ali encurraladas pelos alemães; mas, perante a situação desesperada dos gauleses, o «Niobé» recebeu ordens para se dirigir ao porto do Havre, de onde o navio deveria evacuar os muitos civis desejosos de partir da cidade antes da chegada previsível dos hitlerianos. Segundo o testemunho de pessoas dignas de fé, que assistiram ao embarque, subiram para o «Niobé» -no dia 11 de Junho de 1940- entre 800 e 1 200 passageiros. Famílias inteiras que se acomodaram num navio, onde ainda estavam empilhadas cerca de 800 toneladas de munições, que não houvera tempo de descarregar. O «Niobé» fez-se ao mar e navegava já a umas 6 milhas náuticas a oeste do cabo Antifer, quando foi atacado por dois aviões 'Stuka'. Que, devido à lentidão do navio-carvoeiro não tiveram grandes dificuldades em alvejá-lo e fazê-lo explodir. O «Niobé» foi para o fundo quase instantaneamente. Calcula-se que só 30 pessoas tenham sobrevivido às explosões e, destas, apenas 11 puderam ser salvas por um navio de passagem. A propósito deste dramático afundamento e durante anos a fio, muito se especulou sobre a presença a bordo de refugiados judeus de Antuérpia e de Amesterdão, que teriam transportado consigo grande quantidade de diamantes. Mas isso nunca chegou a ser provado. Os cobiçados (por causa dessas tais pedrarias) restos do «Niobé» foram descobertos e identificados, em 2002, por um grupo de mergulhadores do Havre, filiado na 'Association Sport, Culture et Loisirs Paul Éluard'. Que não encontrou nos destroços do infeliz navio uma única pedra preciosa.
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