segunda-feira, 20 de julho de 2009
«ÉLISE»
Era o antigo «Margery», um pequeno navio a vapor de 16 metros de comprimento, adquirido em Londres pela companhia francesa Pujol, detentora de uma licença de navegação no rio Sena. Em 15 de Março de 1816, o seu novo capitão -um certo Andriel- acompanhado por 16 homens de equipagem (entre os quais figuravam 1 mecânico e 1 fogueiro) largou do estuário do Tamisa para afrontar mar aberto. Era a primeira vez na história que uma minúscula embarcação a vapor, movida pela acção de duas rodas laterais ousava fazê-lo. Mas o mar estava encapelado e, num acesso de fúria, arrancou quatro palhetas ao sistema propulsor, obrigando o «Élise» a fazer uma inesperada escala no porto de Newhaven; antes de retomar o seu caminho, no dia 28. Diante das dificuldades encontradas, a tripulação do pequeno navio quis obrigar Andriel a desistir do seu intento; mas a teimosia do capitão prevaleceu e o «Élise» prosseguiu na sua rota até ao Havre, onde chegou às 6 horas da manhã de 29. Nesse porto da Normandia ninguém quis acreditar que a frágil embarcação procedia de Londres. A viagem continuou nesse mesmo dia, tendo o vapor atemorizado (depois do cair da noite) as populações ribeirinhas com o arfar da sua máquina e com as labaredas que escapavam da sua invisível chaminé. Mas quando -a 30 de Março de 1816- o pequeno navio atracou em Paris, num cais situado diante do palácio das Tulherias, foi o alvoroço geral e o festejar espontâneo da população da 'cidade-luz', que se substituiram à incredulidade e ao temor. Mais uma vez o progresso técnico vencera o obscurantismo.
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