segunda-feira, 20 de julho de 2009

«MARIA DA GLÓRIA»


Bacalhoeiro português de três mastros e casco em madeira, construído em 1919 no estaleiro Mónica, da Gafanha da Nazaré, com o nome inicial de «Portugália». Em 5 de Junho de 1942 este navio de Ílhavo foi selvaticamente atacado pelo submarino alemão U-94, que então se encontrava sob o mando do oficial Otto Ites. O infortunado «Maria da Glória», que se dirigia para o estreito de Davis à procura de uma melhor zona de pesca, não ofereceu a mínima resistência (não tinha meios para isso), nem fez qualquer manobra que justificasse tal procedimento por parte dos tudescos. Que o afundaram sem remissão, causando a morte de 36 tripulantes do bacalhoeiro luso e feridos graves entre os parcos sobreviventes da brutal agressão. Quis o acaso que Sílvio Ramalheira -capitão, proprietário e armador do «Maria da Glória»- fosse um dos 8 membros da equipagem do malogrado navio que sobreviveram ao ataque do submersível hitleriano. Estes náufragos, bastante maltratados, refugiaram-se nalguns dóris e acabaram por ser recolhidos e salvos por um navio meteorológico da guarda costeira norte-americana, que os desembarcou em Boston. Depois de assistidos, os sobreviventes do «Maria da Glória» voltaram todos a Lisboa no paquete «Niassa». Este episódio sangrento da história dos nossos bacalhoeiros foi registado por Alan Villiers no seu livro «A Campanha do Árgus».

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