sexta-feira, 24 de julho de 2009

«MARIE CORDELIÈRE»


Navio de guerra do ducado de Bretanha. Foi mandado construir em finais do século XV, talvez em 1498, pela duquesa Ana (também rainha de França), que queria proteger o seu território e os seus súbditos dos frequentes ataques ingleses. Dispunha (segundo informações provavelmente exageradas) de uma guarnição de 1 200 homens e alinhava 200 canhões. Esteve no mar Mediterrâneo entre 1501 e 1504, tendo ali participado na campanha de Mitilene do lado dos genoveses, ainda inconformados pela perda dessa ilha para os turcos. O fim do «Marie Cordelière» (ou «La Cordelière», nome pelo qual também era conhecido) foi dos mais trágicos. Ocorreu em 10 de Agosto de 1512 -dia de São Lourenço- na enseada de Brest. A bordo do navio-almirante do ducado de Bretanha dava-se, nesse dia, uma sumptuosa recepção e o poderoso vaso de guerra estava, então, pejado de convidados. Foi nessa altura que uma força naval inglesa tentou entrar no porto de Brest. O capitão do «Marie Cordelière» -Henri de Portzmoguer- levou a grande nave (com os festeiros a bordo) ao encontro do adversário, conseguindo abordar o «Regent», um dos navios invasores. Mas, quando se apercebeu que o combate lhe seria desfavorável cometeu um acto tresloucado. Gritou : «vamos festejar São Lourenço, que morreu pelo fogo !»; incendiando, depois, o paiol do seu navio, que explodiu e soçobrou. Ao mesmo tempo, como é óbvio, que o inglês «Regent». Rezam as crónicas que, na catástrofe provocada pelo capitão de Ana de Bretanha, morreram mais de 2 000 pessoas.

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