domingo, 6 de maio de 2018

«MINAS»


Destinado às carreiras transatlânticas, este paquete italiano foi construído, em 1881, nos estaleiros Ansaldo, de Sestri Ponente, para a companhia de navegação de Angelo Parodi, de Génova. O seu nome de baptismo foi «Michele Lazzarone». Era um navio com 2 854 toneladas de arqueação bruta e com 110,90 metros de longitude por 12,22 metros de boca, capaz de transportar -a 12 nós de velocidade de cruzeiro- 60 passageiros em camarotes de 1ª classe e cerca de 900 outros em 3ª classe. Depois de ter hasteado, durante 11 anos, as cores do seu primeiro armador, o navio foi vendido (em 1892) à firma Mazzino B., que lhe conferiu o novo nome de «Remo». Mas, logo dois anos mais tarde, em 1894, o navio mudou outra vez de mãos, passando a usar o pavilhão da Società di Navigazione Ligure Romana, que lhe deu o nome de «Pará». Nome que também não durou muito, pois em 1897, quando aquela empresa foi absorvida pela Società Ligure Brasiliana o paquete passou a usar o designativo de «Minas». Nesse tempo, este navio ligava Génova aos portos brasileiros do Rio de Janeiro e de Santos. Passando, a partir de 1911, a prolongar a sua rota até ao Rio da Prata. Durante a Grande Guerra e devido ao perigo representado pelos submarinos alemães que cruzavam o Atlântico, essas viagens foram interrompidas e o «Minas» transformado em transporte de tropas. Foi nessa condição que -em 15 de Fevereiro de 1917- ao largo do cabo Matapão (quando navegava de Taranto para Salónica) o «Minas foi torpedeado e afundado pelo «U-39» (submarino que se encontrava, então, sob o comando do capitão Walter Forstmann) com perda de muitas centenas de vítimas. Assim acabou, tragicamente, um navio que havia transportado para a América do Sul (especialmente para o Brasil e para a Argentina) muitos milhares de emigrantes italianos, mas não só...

«PARIS»

Couraçado da armada francesa. Construído em 1912 pelo estaleiro F.C.M. (Forges et Chantiers de la Méditerranée), de Seyne-sur-Mer, este navio pertenceu à classe 'Courbet'. Entrou precipitadamente no serviço activo em 1914, por causa da eclosão da Grande Guerra. O que determinou um regresso ao estaleiro (Arsenal de Toulon) em Novembro de 1915, para ajustes e reparações. Durante o primeiro conflito generalizado, o «Paris» operou essencialmente no mar Mediterrâneo, cumprindo missões (de soberania, de escolta e de patrulha) nas costas do norte de África, mas também em águas maltesas e gregas. Em 1919, já depois do fim da Grande Guerra, este navio assegurou a protecção às tropas gregas que participaram no malfadado desembarque de Esmirna. O «Paris» sofreu, em 1920, uma significativa modernização no arsenal de Sidi Abdallah (Tunísia), depois da qual passou a assumir o papel de navio-almirante da frota francesa do Mediterrâneo. Operação (de remodelação) que repetiu em 1923, desta vez em Brest. Depois disso, o couraçado em apreço esteve envolvido nas operações militares franco-espanholas contra o líder nacionalista Abd-El-Krim. A partir de Outubro de 1931 -já ultrapassado enquanto navio de combate- o «Paris» passou a ser utilizado como navio-escola de timoneiros, de fogueiros e de artilheiros. Quando, em 1939, rebentou a guerra contra a Alemanha nazi, este couraçado foi rearmado e afectado à chamada 3ª Divisão de Linha; mas o facto de se tratar de uma unidade obsoleta, acabou por condená-lo, de novo, a funções subalternas e focadas na formação de marinheiros. Uma avaria grave no seu sistema propulsivo (ocorrida em 1943, já com a França sob ocupação hitleriana) ditou o seu fim e consecutivo desmantelamento. O «Paris» era um navio de 26 000 toneladas (em plena carga), que media 164,90 metros de comprimento por 27 metros de boca por 9 metros de calado. Movia-se graças à força de 28 000 cv desenvolvida por um sistema propulsivo a vapor, composto por 4 turbinas e por 24 caldeiras. Estava equipado com 4 hélices. A sua velocidade máxima era de 21,5 nós. Estava fortemente blindado (de 48 mm a 300 mm) e poderosamente armado com 12 canhões de 305 mm, 22 peças de 138.6 mm, 11 de 47 mm e 4 tubos lança-torpedos de 450 mm. A sua guarnição ascendia a 1 108 homens, oficiais incluídos.

«WESTERN STATES»

Vapor lacustre de bandeira norte-americana, construído -em 1889- no estaleiro Detroit Ship Building Cº, de Wyandottte (Michigan). Foi realizado para operar na linha Detroit-Cleveland, onde permaneceu durante décadas a fio. Mas também participou em excursões sazonais no lago Superior. A sua companhia armadora foi a Detroit & Cleveland Navigation Cº. Esta embarcação teve uma 'sister ship' baptizada «Eastern States», com a qual partilhou a referida carreira. As suas principais características físicas eram as seguintes : 3 077 toneladas de deslocamento; 110,33 metros de comprimento; 13,78 metros de boca; 5,94 metros de calado. Movia-se com a ajuda de 1 máquina a vapor de dupla expansão (alimentada a carvão), que desenvolvia uma potência de 4 200 cv. Força que lhe assegurava uma boa velocidade de cruzeiro. Para além de viajantes, tinha capacidade para receber carga geral. Depois do fim da 2ª Guerra Mundial, o tráfico fluvial e lacustre sofreu uma grande quebra nos 'states' e no sul do Canadá, devido à construção de boas estradas na região dos Grandes Lagos e à criação de empresas de transporte colectivo mais rápidas e mais seguras; que 'roubaram' muita clientela ao «Western States» e congéneres e provocaram o fim da actividade da Detroit & Cleveland Navigation Company. De modo que, em Junho de 1955, o navio em apreço foi rebocado para Tawas City (Michigan), onde funcionou como hotel flutuante com o nome de «Overnighter»; unidade que não teve sucesso comercial e que acabou parcialmente destruída por um incêndio. Levado para um estaleiro especializado de Bay City (também no estado do Michigan), o navio foi desmantelado em 1959.