terça-feira, 28 de julho de 2009

«AMÉLIA» (V)


O último iate utilizado pelos derradeiros reis da dinastia de Bragança (1640-1910), o «Amélia» (5º do nome), nada tinha a ver com os seus predecessores. Porque o antigo «Banshee» era de muito maior porte -70 m de comprimento, 1 370 toneladas de deslocamento- mais luxuoso e mais rápido (15 nós). Foi comprado à firma construtora Ramage & Ferguson (de Leith, Escócia), que já havia realizado o terceiro «Amélia». Projectado como um cruzador ligeiro, este navio assemelhava-se, nas dimensões e no aparato, ao célebre «Princesse Anne II» de Alberto I do Mónaco, outro príncipe que fez da oceanografia a paixão da sua vida. Além de ter participado nas mais ambiciosas campanhas de estudos oceanográficos organizadas pelo rei D. Carlos, o derradeiro «Amélia» também efectuou dois cruzeiros régios aos arquipélagos da Madeira e dos Açores. Em condições de conforto excepcionais, como o deixam adivinhar as camarinhas do navio, conservadas no Museu de Marinha (Lisboa). Quando foi implantada a República em Portugal -a 05/10/1910- foi a bordo deste navio (entretanto baptizado «Cinco de Outubro») que a família real -já então chefiada por D. Manuel II- abandonou o território nacional para se refugiar, num primeiro tempo, em Gibraltar. Até ao seu abate, ocorrido em 1937, este histórico navio participou em várias missões hidrográficas, tanto na costa de Portugal continental como nas das ilhas da Madeira e de Porto Santo.

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