quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
«SAN TELMO»
Este navio de linha espanhol da classe ‘San Ildefonso’ foi desenhado pelo engenheiro naval Romero Landa e construído em 1788 no Ferrol, pelos Estaleiros Reais de Esteiro. Delocava 2 750 toneladas e media 52 metros de comprimento por 14,50 metros de boca. Este vaso de guerra, como aliás os outros cinco navios da sua classe, foram dotados com 74 canhões distribuídos por duas cobertas. A sua guarnição elevava-se a 640 homens, parte dos quais pertencia à infantaria de marinha (fuzileiros). O «San Telmo» era considerado um navio equilibrado, rápido (velocidade máxima estimada de 14 nós) e manobrável, características que faziam dele uma das melhores unidades da armada espanhola de finais do século XVIII. Pertenceu, inicialmente, à chamada Esquadra do Oceano, que tinha a sua base no Ferrol, passando mais tarde para o Mediterrâneo. Não chegou a participar na batalha de Trafalgar, pelo facto de se encontrar em reparações no arsenal de Cartagena, quando se travou o dito confronto com as forças de Nelson. Em 1819 (contando já o «San Telmo» 30 anos de vida), o navio foi integrado Divisão Naval do Sul enviada pelo rei Fernando VII a Callao (Peru) para tentar contrariar as veleidades de independência dos territórios espanhóis da América do sul. Mas, devido a uma medonha tempestade, o ainda poderoso vaso de guerra não conseguiu dobrar o cabo Horn e optou por seguir uma rota para sul, na esperança de encontrar condições mais favoráveis para passar para o oceano Pacífico. Foi avistado pela última vez por um outro navio da frota -o «Primorosa Mariana»- a 2 de Setembro desse mesmo ano de 1819, navegando no meio de violento temporal, na posição 62º de latitude austral e 70º de latitude oeste, calculada pelo meridiano de Cádiz. Presume-se que o «San Telmo» e respectiva guarnição se tenham perdido nas proximidades da Antárctida; até porque, anos mais tarde, elementos das expedições britânicas de William Smith e de James Weddell encontraram os restos de um navio espanhol naufragado perto da costa setentrional do sexto continente, que podem bem ser as do malogrado vaso de guerra de el-rei Fernando VII.
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