O «Northfleet» era um robusto veleiro mercante de três mastros, que pertenceu à frota do armador londrino John Patton Jr. Destinado ao comércio com o Oriente (Índia e China) e com a Austrália, o navio notabilizou-se por ter transportado -no início dos anos 70 do século XIX- os operários (e respectivas famílias) que construíram a primeira linha de caminhos-de-ferro da Tasmânia. Além de ter também levado para esse destino 340 toneladas de carris e 240 toneladas de material diverso. Mas a sua memória perdura devido a um acontecimento trágico, que concorreu para a perda do navio e para a morte de 293 pessoas. O desastre ocorreu no canal da Mancha na noite de 22 de Janeiro de 1873, quando o «Northfleet» empreendia mais uma viagem de longo curso (com emigrantes), que tinha por término o porto de Hobart. Açoitado por ventos violentos, o navio inglês tentou fundear e esperar que a tempestade amainasse. Infelizmente, por volta das 10,30 horas da noite, o «Northfleet» foi abalroado por um vapor e afundou-se em menos de 30 minutos. Averiguou-se, mais tarde, que o navio causador da tragédia foi o «Murillo», de bandeira espanhola. Navio que seria identificado e arrestado (pelas autoridades britânicas), ao largo de Dover, oito meses depois da colisão. O tribunal londrino que julgou os faltosos ditou a apreensão do navio ibérico, a sua venda em proveito das vítimas do «Northfleet» e registou um correctivo aos oficiais do «Murillo». O navio inglês em apreço era um veleiro de 895 tonéis, construído na Grã-Bretanha, medindo 55 metros de comprimento (entre perpendiculares) por 9,80 metros de boca.
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