terça-feira, 21 de dezembro de 2010
«PRESIDENT COOLIDGE»
Luxuoso paquete de bandeira norte-americana, construído, em 1931, para o armador Dollar Steamship Lines, nos estaleiros da casa Newport News Shipbuilding & Cº (Virginia). Foi concebido para assegurar uma carreira regular entre a cidade californiana de San Francisco e o Japão. Com 22 000 toneladas de arqueação bruta, o «President Coolidge» media 199 metros de comprimento por 24,70 metros de boca e estava preparado para receber cerca de 500 passageiros divididos por duas classes. Teve um navio gémeo : o «President Hoover». Depois de uma carreira civil sem incidentes dignos de menção (salvo, talvez, o facto de ter sido o último navio a avistar -a 23 de Março de 1939- o «Sea Dragon», junco do aventureiro e escritor Richard Halliburton), o «President Coolidge» foi mobilizado no ano de 1941 -depois do ataque contra Pearl Harbour- pelo departamento da guerra dos E.U.A.. Passou, desde então, a transportar tropas para os diferentes teatros de operações da guerra do Pacífico, chegando a acomodar no seu bojo mais de 5 000 soldados por viagem. A 26 de Outubro de 1942, quando o navio se encontrava no canal de acesso ao único porto da ilha de Espírito Santo (arquipélago de Vanuatu), chocou com uma das minas que defendiam essa base americana de uma eventual tentativa de desembarque nipónica. O navio, atingido na casa das máquinas, adornou e acabou por afundar-se, jazendo a menos de 20 metros de profundidade. O «Presidente Coolidge» levou cerca de 90 minutos a soçobrar, tempo mais que suficiente para que se salvasse toda a sua tripulação mais os 5 340 homens de tropa que transportava. Na realidade, apenas perderam a vida um marinheiro (morto pela explosão) e um capitão do exército que quis socorrer dois dos homens da sua unidade e que acabou por pagar caro esse seu acto de abnegação. Transformado, pela natureza, num recife artificial, o «Presidente Coolidge» transformou-se, ao longo dos anos, num sítio paradisíaco para a fauna marinha local, mas também para os mergulhadores desportivos. A recuperação de artefactos tendo pertencido ao navio foi proibida, em 1983, pelo governo local.
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