sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
«BAHIA»
Navio de rodas brasileiro pertencente à frota da Companhia de Navegação a Vapor. Era um navio misto (porque o seu sistema propulsivo também compreendia velas) construído, em ano indeterminado, pelos estaleiros Palmers de Jarrow-on-Tyne (Inglaterra). O «Bahia» media 74 metros de comprimento por 8 metros de boca e assegurava carreiras entre os portos do Nordeste e do Sudeste do país. Este navio vogava -na noite de 24 de Março de 1887- ao largo da costa pernambucana (na direcção norte-sul), quando foi violentamente abalroado por outro vapor de rodas de bandeira brasileira, o «Pirapama», da Companhia Pernambucana de Navegação Costeira. E isso, apesar do «Bahia» se mover em mar calmo, por tempo perfeitamente claro e de ter executado mudanças de rumo para evitar a colisão. A dita (que ocorreu depois das 23 horas), provocou um rombo de grande dimensão no costado do «Bahia», que acabou por naufragar em apenas 10 minutos. O vapor levava a bordo um carregamento de café e mais de duzentas pessoas, entre as quais se contavam elementos do15º Batalhão de Infantaria do Exército. A maioria dos passageiros do vapor da C.N.V., acomodada nos seus camarotes, só se apercebeu do desastre quando se produziu o choque entre os dois navios. Apesar de terem acorrido ao lugar do sinistro algumas jangadas e outros barcos, que puderam salvar alguns náufragos, o abalroamento (com subsequente afundamento do «Bahia») vitimou dezenas e dezenas de pessoas, entre as quais se contava o seu comandante. Disse o povo (sem que isso tivesse sido alguma vez confirmado oficialmente) que o embate fora deliberadamente provocado pelo comandante do «Pirapama», cuja mulher terá tido uma relação amorosa com o seu colega do «Bahia». Um poeta do tempo -Seguro Wanderlei- até chegou a popularizar essa tese (pouco credível) num dos seus poemas. Os restos do «Bahia» jazem ao largo de Pedras Rubras, a uns 25 metros de profundidade, e são, hoje, um dos sítios de mergulho desportivo preferidos dos brasileiros.
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