Fragata da armada francesa, que serviu, sucessivamente, a marinha real e a marinha da República. Foi construída (segundo os planos de Jean-Hyacinthe Raffeau) no estaleiro naval de Indret, perto de Nantes, e lançada à água em 25 de Março de 1766. Era um navio 550 toneladas, com 40,60 metros de comprimento por 10,50 metros de boca. Saiu do estaleiro armado com 26 canhões (aos quais se juntaram, posteriormente, mais 6 peças de convés) e dotado com uma equipagem de 214 homens. A fragata «La Boudeuse» tornou-se uma celebridade depois de ter sido o primeiro navio francês a realizar (com o «Étoile») uma circum-navegação da Terra, no decorrer da expedição de 1766-1769 comandada pelo navegador Louis-Antoine de Bougainville. Périplo de grande importância científica, já que Bougainville se demorou pelas ilhas do Pacífico, de onde o botânico (Philibert Commerson, que viajou no «Étoile») trouxe as primeiras amostras de uma flora rica e ainda desconhecida na Europa. «La Boudeuse» participou, na década seguinte, nos combates da guerra pela independência dos Estados Unidos da América, distinguindo-se por ter capturado o HMS «Weazel», por se ter apropriado da ilha de Saint Barthélemy e tomado parte activa na batalha de Granada. Durante as guerras da Revolução Francesa, «La Boudeuse» capturou a fragata britânica «Alceste», de 36 canhões. A sua última missão ocorreu em 1799 e consistiu em prestar socorro à guarnição francesa da ilha de Malta, assediada pela marinha real inglesa. Embora esse auxílio se tivesse tornado inútil, já que os franceses acabaram por capitular no ano seguinte, «La Boudeuse» pôde romper o bloqueio e refugiar-se em Toulon. Onde acabou por ser desmantelada, para que a sua madeira fosse utilizada, como simples lenha, pelas padarias da cidade. Assim terminou, ingloriamente, um dos mais famosos navios franceses da segunda metade do século XVIII.
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