domingo, 19 de dezembro de 2010

«DOM CARLOS I»


Este cruzador da nossa armada foi construído em 1898 nos estaleiros da casa Vickers-Armstrong, em Newcastle-on-Tyne (G.B.). Era um navio de 4 250 toneladas, com 117 metros de comprimento por 14,40 metros de boca, de cujo armamento principal se destacavam 4 peças de 150 mm e 5 tubos lança-torpedos. A sua propulsão era assegurada por 2 máquinas a vapor (com 12 caldeiras), desenvolvendo uma potência de 12 730 cv, que lhe permitiam navegar à velocidade máxima de 22 nós. Tinha uma guarnição de 442 homens (20 oficiais, 46 sargentos e 376 praças). O «Dom Carlos I» foi, no seu tempo, a melhor unidade da marinha militar portuguesa e, por essa razão, ostentou -durante a Grande Guerra- a flâmula de navio-almirante da nossa esquadra. O seu primeiro comandante foi o então capitão-de-mar-e-guerra Hermenegildo Capelo, que se tornaria famoso (com Roberto Ivens) pela sua exploração dos sertões africanos. Após a implantação da República, este cruzador passou a usar o nome de «Almirante Reis». Isso, depois de ter sido palco da Revolta dos Marinheiros de 1906. O navio sofreu um espectaculat encalhe (felizmente resolvido), frente a Esposende, em Julho de 1912. Em Setembro de 1914 largou para África, integrado na escolta aos transportes de tropas para ali enviadas pelo estado português. E, em 1917, entrou no estaleiro para receber trabalhos de beneficiação. Saiu para o mar, pela última vez, em 1925, quando foi rebocado para os Países-Baixos para ali ser desmantelado. Certas fontes pretendem que o navio ainda prestou serviço na armada real holandesa, até vésperas da 2ª Guerra Mundial. Do antigo espólio do cruzador «Dom Carlos I» conserva-se -no Museu de Marinha- um cofre que contém uma preciosa bandeira nacional, bordada pelas mãos da rainha D. Amélia, esposa do (primeiro) patrono do navio.

2 comentários:

  1. Mais uma bela unidade que faria boa figura como Museu a instalar ali mesmo ao lado do Terreiro do Paço, na Ribeira das naus. Desmantelado, como desmantelado está Portugal há muito tempo. Tudo começou em 1910.

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  2. Quadro de meu avô
    O pintor de marinha
    Mestre Artur Guimaraes
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