domingo, 19 de dezembro de 2010

«CAIO DUILIO»


Construído no arsenal de La Spezia em 1876, este navio couraçado foi integrado nos efectivos da marinha de guerra italiana quatro anos mais tarde. Foi cabeça da classe que recebeu o seu nome e que compreendeu mais um navio, o «Dandolo». Concebidos a partir de um projecto revolucionário do arquitecto naval Benedetto Brin, estas unidades da ‘Regia Marina’ receberam as mais poderosas peças de artilharia que alguma vez armaram um navio de combate : 4 canhões de 450 mm. Tudo foi sacrificado a bordo em proveito dessas pesadíssimas armas construídas em Inglaterra pela firma Armstrong : blindagem, super-estruturas, acomodações da guarnição, etc. Julgava-se, então, que o uso de um armamento desta natureza seria capaz de incapacitar, definitivamente, um eventual adversário; que sucumbiria (pensava-se) às primeira salvas disparadas por estes couraçados italianos. Mas a utilização da artilharia pesada dos navios da classe ‘Caio Duilio’ comprometeu a solidez da plataforma e o casco dos navios foi modificado, de modo a subdividir-se em compartimentos estanques, em previsão de alagamentos originados pelas vibrações. Nunca se chegou a verificar, de facto, a eficácia destes navios -então considerados os mais poderosos do mundo- porque jamais tiveram a oportunidade de entrar em combate. Os britânicos construíram algumas armas similares às que equiparam os navios italianos, mas nunca as montaram nos navios da sua própria frota. As ditas equiparam baterias de defesa costeira em Gibraltar (onde subsistem) e na ilha de Malta. O «Caio Duilio» , navio de 12 267 toneladas de deslocamento (em plena carga) e com 109,20 m de comprimento por 19,80 m de boca, foi mantido no activo até ao ano de 1909. O casco deste navio, transformado em depósito de carburante flutuante, ainda sobreviveu até aos anos 20 do século passado.

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