terça-feira, 7 de dezembro de 2010

«ARKTIKA»


Quebra-gelos russo movido por energia nuclear. O «Arktika» foi construído em 1975, na antiga Leninegrado (hoje São Petersburgo), pelos estaleiros navais soviéticos do Báltico, os famosos Baltiysky Zavod. Este poderoso navio, de 23 000 toneladas, mede 148 metros de comprimento por 30 metros de boca. O seu sistema de propulsão nuclear (2 reactores OK-150) desenvolvia uma potência de 78 000 cv e conferia ao navio uma autonomia quase ilimitada. O «Arktika» foi concebido para abrir caminho à navegação através dos gelos do Oceano Glacial Árctico, permitindo a regular circulação de navios por essa via de 4 500 km -que une o mar de Barentz ao estreito de Bering- durante grande parte do ano; coisa impossível de realizar sem a sua acção e a dos seus congéneres. Além da sua tripulação normal, o «Arktika» (que tinha acomodações para 100 pessoas) podia receber dezenas de passageiros, geralmente, membros de equipas de pesquizas e estudos científicos. Este quebra-gelos atómico foi (até 1975) o maior e mais poderoso navio do seu género. O seu casco foi realizado com aços especiais (sobretudo à proa) para permitir que o navio vencesse todos os obstáculos que se lhe deparavam. O «Arktika» foi o primeiro navio de superfície a alcançar o Pólo Norte. A expedição que o levou a esse ponto extremo do nosso planeta teve lugar em 1977, tendo o navio alcançado o seu objectivo no dia 17 de Agosto. Isso, depois de vários dias de difícil navegação, desde Murmansk, e de ter progredido através de gelos até então inviolados. Para assinalar esse feito inédito, o capitão do navio (Yuri Kutchiev) e a sua equipagem deixaram no Pólo Norte a bandeira vermelha da União Soviética e uma placa comemorativa. O quebra-gelos «Arktika» (que sofrera importantes trabalhos de restauro em fins dos anos 90) foi definitivamente retirado do serviço em Outubro de 2008. Vários navios da sua classe foram construídos («Sibir», «Rossiya», «Yamal», etc) e executam agora o tipo de missão outrora confiadas ao seu famoso precursor. Detalhe curioso : durante o período compreendido entre 1982 e 1986, o navio chamou-se «Ilich Brejnev».

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