quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
«ALMIRANTE CERVERA»
Cruzador construído em 1925 nos estaleiros da S.E.C.N. do Ferrol e oficialmente integrado na armada espanhola no dia 15 de Setembro de 1928. Deslocava 9 240 toneladas e media 176,60 m decomprimento por 16,60 m de boca. A propulsão do navio era assegurada por um sistema motor desenvolvendo 80 000 cv de potência, que lhe ofereciam 34 nós de velocidade máxima e cerca de 5 000 milhas náuticas de autonomia, com andamento limitado a 15 nós. O «Almirante Cervera» -que tinha uma guarnição de 566 homens- estava armado com 8 canhões de 152 mm, 4 peças de artilharia AA e com 4 dispositivos lança-torpedos (triplos) de 533 mm. Depois de modernizado, ficou preparado para poder transportar e utilizar um hidroavião Heinkel He-114. A primeira acção bélica do «Cervera» ocorreu em 1934, quando foi utilizado -durante a insurreição asturiana- para bombardear algumas zonas costeiras do Cantábrico. Quando eclodiu a guerra civil, em 1936, o cruzador estava na doca seca do Ferrol, sendo capturado pelas forças franquistas e integrado na armada rebelde. O seu comandante, capitão Juan Sandalio Sánchez-Ferragut foi fuzilado pelos nacionalistas, que não lhe perdoaram a sua fidelidade à República. Nos primeiros tempos do conflito, participou em acções contra posições governamentais do Cantábrico, bombardeando Gijón, Santander Portugalete, etc. Foi por essa altura, que (por erro ?) alvejou o iate «Blue Shadow», de bandeira britânica, matando o seu comandante e criando um incidente diplomático. Em 1937, esteve no bloqueio do estreito de Gibraltar e na batalha do Cabo Espartel. Atribui-se-lhe o apresamento de vários navios republicanos (entre os quais o paquete «Marqués de Comillas») e britânicos, além do abate de um avião trimotor da aviação legalista, que tentara interceptá-lo. Esteve, em 1938, no bombardeio da cidade de Valência e resistiu a um ataque aéreo, que lhe causou alguns estragos. Participou, na noite de 5 para 6 de Março desse mesmo ano, na batalha do Cabo de Palos, ilustrando-se por ter salvo parte dos náufragos do cruzador franquista «Baleares». Esta batalha (que se desenrolou ao largo de Cartagena) foi, claramente, uma vitória dos Republicanos, que não sofreram a mínima baixa, enquanto a marinha sublevada perdeu um cruzador pesado e 786 homens, entre os quais se contava o almirante Manuel Vierna Belendo. A última acção notória do «Almirante Cervera» ocorreu no mar Cantábrico, já no final da guerra civil, quando aí afundou (com o auxílio do «Galerna») o «Andra», um navio de bandeira panamenha que tentava furar o bloqueio imposto pelos franquistas. Modernizado, o cruzador «Almirante Cervera» (que teve vários ‘sister-ships’) manteve-no no activo até 31 de Agosto de 1965.
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