domingo, 26 de dezembro de 2010
«KRUZENSTERN»
Construído para a casa armadora de Ferdinand Laeisz, a famosa Flying P Line, este belíssimo veleiro começou por hastear bandeira alemã, por chamar-se «Pádua» e por servir no transporte de nitratos do Chile e de lã australiana. Foi construído em 1926 pelo estaleiro J.C. Tecklenborg, de Bremerhaven, e apresenta as seguintes dimensões : 114,60 m de comprimento por 14 m de boca. Desloca 4 700 toneladas, arma em barca (tem quatro mastros e pode arvorar 3 630 m2 de velas) e está equipado, desde 1961, com 2 motores auxiliares. Foi um dos maiores veleiros a dobrar o cabo Horn e um dos recordistas de velocidade do seu tempo. Em 1946 foi entregue à U.R.S.S. como parte das reparações de guerra devidas pela Alemanha. Passou, desde logo, a chamar-se «Kruzenstern», em honra do grande explorador russo do mesmo nome. Foi navio oceanográfico/hidrográfico por conta da Academia de Ciências da União Soviética, transitando, mais tarde, para a Academia de Marinha e, finalmente, para o Ministério das Pescas, exercendo, nestes dois últimos organismos, a função de navio-escola. A bordo do «Kruzenstern» já receberam formação mais de 15 000 cadetes. O seu actual porto de abrigo é o de Kalininegrado, no Báltico. Tem participado em prestigiosas concentrações de veleiros e em manifestações de grande impacto mediático, tais como o desfile naval de Nova Iorque em 1976 (que o veleiro russo encabeçou), realizado por ocasião do segundo centenário da independência dos Estados Unidos. Em 1995/1996 realizou uma memorável viagem de circum-navegação, que durou 308 dias e durante a qual o navio visitou 19 portos. Calcula-se que o «Kruzenstern» (que foi remodelado internamente, em 1993) já tenha percorrido 800 000 milhas náuticas. Permanece um dos veleiros mais atractivos que ainda sulcam mares e oceanos.
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