quarta-feira, 10 de agosto de 2016

«ROBERTO IVENS»

Este caça-minas da Armada Portuguesa fora o arrastão «Lordello» (da Sociedade de Pescarias a Vapor, sediada no Porto), requisitado pela nossa marinha militar durante a Grande Guerra. Antes de hastear a bandeira verde-rubra, este pequeno navio usou o nome de «Lord Nunburnholm» e as cores do Reino Unido. Foi construído em 1906 nos estaleiros da empresa Cochrane & Sons, de Selby (Inglaterra) e, na sua forma primitiva, apresentava uma arqueação bruta de 282 toneladas. Media 43 metros de comprimento por 6,80 metros de boca e por 3,65 metros de pontal. A sua propulsão era assegurada por uma única máquina a vapor, desenvolvendo 520 bhp, que lhe facultava uma velocidade máxima de 9,5 nós. Aquando da sua colocação na Armada, recebeu o nome de «Roberto Ivens», uma guarnição de 22 homens (comandados pelo 1º tenente Raul Alexandre Cascais) e um armamento constituído por uma singela peça de artilharia. No dia 26 de Junho de 1917, quando rocegava minas na barra do Tejo (acompanhado pelo patrulha «Augusto de Castilho»), esta pequena unidade afundou-se em consequência de um choque com uma mina; que se pensa ali ter sido colocada por um submarino alemão. Na explosão do navio -que se afundou de imediato- morreram 15 dos seus marinheiros. Os sobreviventes foram recolhidos pelo acima referido «Augusto de Castilho». Este drama inquietou a população portuguesa e mereceu grande número de artigos e de reportagens na imprensa do tempo. Diga-se, a título de curiosidade, que o patrulha «Augusto de Castilho» seria afundado, a 14 de Outubro de 1918, nas águas dos Açores, por um submarino germânico, o «U-139». O afundamento de ambos constituiu a totalidade das perdas da Armada Portuguesa durante o primeiro conflito generalizado. Todos as outras -e bastantes foram elas- correspondem a navios mercantes indefesos. Os restos do «Roberto Ivens» foram já identificados, sendo matéria de estudo por parte de especialistas.

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