quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

«U-407»

Submarino do tipo VII C, pertencente à armada da Alemanha hitleriana. Foi construído, em 1941, pelos estaleiros Danziger Werft AG, de Dantzig. Deslocava 865 toneladas em imersão e media 67,10 metros de comprimento por 6,18 metros de boca. A sua navegação era assegurada por propulsores diesel-elécticos (com 3 200 hp de potência combinada), que lhe asseguravam uma velocidade máxima de 17,6 nós (em imersão). Estava armado com 1 peça de artilharia de 88 mm, com 2 de 20 mm, com 1 canhão AA e com 5 tubos lança-torpedos de 533 mm, estes municiados com 14 engenhos explosivos. Actuou no oceano Atlântico e no mar Mediterrâneo, atribuindo-se-lhe o afundamento de 8 navios (mercantes e militares) dos Aliados. O «U-407» foi destruído -no dia 19 de Setembro de 1944- ao largo da costa sul da ilha de Milos (Mediterrâneo oriental) por cargas de profundidade expelidas pelos contratorpedeiros britânicos «Terpsichore» e «Troubridge» e polaco «Garland». Segundo as notícias do tempo, terão morrido no colapso do submersível tudesco 5 membros da sua equipagem e sobrevivido (e feitos prisioneiros) 48 dos seus marinheiros.

«WATERWITCH»

Veleiro de bandeira britânica. Foi construído em 1871 (como brigue) pelo estaleiro de Thomas Meadus, em Poole, cidade da costa sul de Inglaterra. Em 1885, foi transformado em 'barquentine', tipo de embarcação que nós designaríamos por lugre-patacho. Apresentava 207 toneladas de arqueação bruta e media 34,14 metros de comprimento por 8,79 metros de boca. O «Waterwintch» foi o último cargueiro da sua classe a manter registo num porto inglês. Passou o essencial da sua vida activa (38 dos seus 46 anos) a transportar carvão, entre a costa leste da maior das ilhas britânicas e os portos de Portsmouth e do norte de França; missão que cumpriu com uma impressionante regularidade e pontualidade. Isso, apesar de ter tido uma existência aventurosa, que incluiu encalhes, abalroamentos e até uma tentativa de torpedeamento por parte de um submarino alemão da Grande Guerra. Em 1939, este elegante veleiro foi vendido a um armador da Estónia, que o (re)baptizou com o nome de «Veeneid» e o utilizou, sobretudo, no mar Báltico. Parece que esteve activo até 1944, ano em que se terá afundado (em consequência de violenta tempestade) na baía de Hara, na costa norte da Estónia.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

«WAMPANOAG»

Fragata de propulsão mista (vela/vapor) da marinha federal norte-americana. Foi o primeiro navio dessa armada e desse tipo a usar um hélice. O «Wampanoag» (cujo nome lembrava um povo ameríndio da costa leste da América do norte) foi construído nos estaleiros New York Navy Yard em 1864, em reacção aos raides perpetrados no Atlântico pelos corsários da Confederação dos Estados Sulistas, nomeadamente pelo «Alabama». Era um navio que deslocava 4 283 toneladas (em plena carga) e que apresentava as seguintes características físicas : 108 metros de comprimento; 13,77 metros de boca; 5,80 metros de calado. Dispunha de 3 mastros -equipados com velame redondo e latino- e de 4 chaminés que evacuavam os fumos produzidos pela combustão do carvão utilizado pelas suas máquinas. Esses dois sistemas de propulsão permitiam-lhe atingir velocidades da ordem dos 18 nós. Do seu armamento constavam 7 peças de artilharia de diferentes calibres. Navio inovador e polémico, o «Wampanoag» teve a sua construção atrasada. De tal modo, que só foi (após demorados testes) incluído nos efectivos na armada federal mais de dois anos após o fim da Guerra Civil. Integrado na Frota do Atlântico Norte, esta fragata chegou a hastear a flâmula de navio-almirante dessa força naval. Contestado por muitos e influentes oficiais superiores da 'USS Navy', o navio em apreço foi precipitadamente retirado do serviço operacional e -com o novo nome de «Florida»- foi adaptado a unidade de recepção e armazenamento. Nessa qualidade, esteve estacionado na base naval de New London (no Connecticut) até Fevereiro de 1885; ano em que foi vendido a um sucateiro e desmantelado.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

«QUEEN MARY»


Paquete britânico, que pertenceu à frota da companhia Cunard Line. Foi construído pelos estaleiros da firma John Brown & Cº, de Glásgua (Escócia), que o lançaram à água no dia 26 de Setembro de 1934. Destinado a assegurar uma prestigiosa carreira semanal entre a Europa e Nova Iorque, o «Queen Mary» foi, aquando da sua inauguração (em 1936), considerado um dos mais belos e luxuosos transatlânticos do seu tempo. Apresentava-se como um navio com 80 774 toneladas de arqueação bruta, medindo 297,23 metros de comprimento por 36,14 metros de boca. Paquete de linhas clássicas e elegantes, ostentava 3 chaminés e passou a rivalizar com o seu congénere francês «Normandie» (da C.G.T.), ao qual arrebataria -em 1938- a famosa e cobiçada 'flâmula azul'. Este paquete britânico podia receber a bordo mais de 2 300 passageiros, distribuídos por três classes distintas : 1ª, turística e 3ª classe. A sua tripulação contava 1 101 membros. O «Queen» navegava graças a um sistema propulsivo (acoplado a 4 hélices) que desenvolvia uma potência superior a 162 000 cv e que podia imprimir-lhe uma velocidade de 30 nós. Quando rebentou a Segunda Guerra Mundial, este autêntico palácio flutuante sofreu a sorte reservada a muitos outros paquetes do tempo : foi requisitado pelas autoridades militares e serviu como transporte de tropas e de material bélico. Nessa época, o «Queen Mary» foi protagonista de um incidente dramático, que ocorreu a 2 de Outubro de 1942, ao largo da Irlanda, e que vitimou o velho cruzador HMS «Curacoa». Nesse dia, o ex-paquete da Cunard (que transportava 10 000 militares norte-americanos), abalroou, acidentalmente esse seu navio de escolta, que se afundou em poucos minutos. E para escapar aos 'U boats' (para os quais ele era a presa mais apetecida) e preservar a vida dos combatentes que transportava, o «Queen» não pôde socorrer a tripulação do vaso de guerra. Facto que ocasionou a morte de 338 marinheiros britânicos. Libertado, depois de assinado o armistício, dessas suas excepcionais funções de transporte militar, o navio foi remetido ao seu legítimo proprietário; que o reutilizou (depois das necessárias remodelações) a partir de 1947, na sua linha de origem; onde o «Queen Mary» se manteve em serviço até 1967, ano em que foi vendido para os Estados Unidos a uma empresa com actividades nas áreas do turismo e do lazer. Actualmente, este quase lendário navio (ao qual foi dado, já depois da guerra, a carinhosa alcunha de 'Old Lady') encontra-se imobilizado em Long Beach (Califórnia) integrado num complexo de recreio. Do qual ele é a peça mais imponente e mais valiosa.

«AMAPÁ»

Canhoneira fluvial da Armada do Brasil. Pertenceu à classe 'Acre', da qual foram construídas quatro unidades, a saber : a «Acre», a «Juruá» e a «Missões», para além da «Amapá», aqui em apreço . Construída no estaleiro Yarrow & Company de Poplar (G.B.), esta canhoneira foi armada no Arsenal de Marinha do Pará (em 1906) e logo integrada na marinha de guerra brasileira. Pertenceu à chamada Flotilha do Amazonas (sedeada em Belém do Pará), cuja incumbência era patrulhar as águas do grande rio e as de alguns dos seus tributários. A «Amapá» (cujo nome homenageava o território homónimo, que receberia o estatuto de estado federal em 1991) era uma embarcação que podia deslocar 200 toneladas em plena carga e que media 36,30 metros de comprimento por 6,60 metros de boca. O seu calado era mínimo, pois cotava apenas 0,85 metros. Navegava com o auxílio de 1 máquina a vapor desenvolvendo uma potência de 300 h.p., que consumia, diariamente, 6 toneladas de carvão e/ou achas de lenha. O seu andamento de cruzeiro era de 6 nós, mas a «Amapá» podia atingir (quando necessário) a velocidade máxima de 11 nós. Tinha uma autonomia de 6 200 milhas náuticas. Do seu armamento constavam 1 canhão de 87 mm, 1 lança-morteiros de 57 mm e 4 metralhadoras de 7 mm. A sua guarnição era constituída por 30 homens. O episódio mais marcante da vida desta canhoneira ocorreu no dia 8 de Outubro de 1910, quando abriu fogo contra a capital do Amazonas e foi protagonista do chamado 'Bombardeio de Manaus'. Este incidente foi provocado por desentendimentos entre proeminentes figuras da política local, que arrastaram para as suas zangas a polícia e as forças armadas; nomeadamente a Flotilha do Amazonas. A canhoneira «Amapá» foi oficialmente desmobilizada e desarmada a 12 de Fevereiro de 1917. Ignora-se a data e lugar do seu desmantelamento.

domingo, 7 de dezembro de 2014

«SAGRES»

. Corveta da Marinha de Guerra Portuguesa, que exerceu, durante alguns anos, as funções de navio-escola; sendo o primeiro de todos eles a usar esse nome. Com casco em madeira e 3 mastros, foi construído em 1858 nos estaleiros ingleses da firma Young, Son & Magnay, de Limehouse. Era um navio de propulsão mista, pois para além do velame que usava (e que armava em galera), a corveta «Sagres» estava equipada com 1 máquina a vapor de baixa pressão (4 caldeiras), desenvolvendo uma potência de 300 cv e proporcionando ao navio uma velocidade superior a 12 nós. Esta unidade da Armada Real (cuja guarnição era de 137 homens) deslocava 1 382 toneladas e apresentava as seguintes dimensões : 79 metros de comprimento (ff) por 9,90 metros de boca por 4,47 metros de calado. O mastro grande culminava a 32,50 metros. O armamento de origem deste navio era constituído por 4 canhões de 76 mm, mas foi-se alterando durante a vida operacional do dito, chegando a atingir as 10 peças. Durante a sua vida activa, esta «Sagres» cumpriu missões diplomáticas em vários portos estrangeiros (Southampton, Antuérpia, Bordéus, Vigo, Gibraltar, Génova, Tânger, Pernambuco, Salvador, Rio de Janeiro, etc) e missões de soberania em águas de Angola, onde permaneceu muitos anos e onde ajudou na repressão do tráfico de escravos. Em  meados do mês de Novembro de 1876, já em estado de obsoletismo evidente, o navio foi desarmado e preparado para acolher a recém-criada Escola de Alunos Marinheiros do Porto. Mas só recebeu os seus primeiros instruendos em 1884. Cumpriu essa função, no Douro, até 1898, ano em que passou essa responsabilidade para a sua congénere «Estephanea». A corveta «Sagres» foi desmantelada pouco depois, em data incerta.