sábado, 30 de novembro de 2013
«BOSTON»
Navio a não confundir com um seu homónimo, de bandeira britânica, lançado à água (na América do norte) no ano de 1745. O «Boston» aqui em apreço era uma fragata de 28 canhões, construída em 1799 pelos estaleiros bostonianos de Edmund Hart para a armada dos Estados Unidos da América. Este navio deslocava 406 toneladas, estava equipado com 3 mastros e media 41 metros de comprimento por 10,52 metros de boca. O seu calado era de 3,50 metros. Do seu armamento sobressaiam 32 canhões de 9 e de 6 libras. A guarnição do «Boston» (que foi realizado graças a uma subscrição pública) era de 220 homens, oficiais incluídos. A primeira missão confiada a esta fragata conduziu-a aos mares das chamadas Índias Ocidentais (Antilhas), onde assegurou a protecção do comércio marítimo ianque ameaçado pela acção da pirataria e das nações hostis à recentemente instituída nação americana. Durante essa sua primeira volta operacional, a fragata «Boston» regressou à base com uma presa : o navio francês «Le Berceau», que foi capturado (após uma troca de salvas de artilharia) ao largo da ilha da Guadalupe. Do seu historial consta uma viagem que fez à França -em 1801- para onde transportou o novo embaixador (ao qual se chamava, então, ministro) dos E.U.A., senhor Livingstone. Tendo entrado no Mediterrâneo, depois de cumprida essa sua missão diplomática, o «Boston» participou na guerra contra uma esquadra da Tripolitânia, à qual afundou um navio. De regresso aos Estados Unidos (à sua cidade madrinha, em Outubro de 1802), a fragata «Boston» foi colocada na reserva naval. Dali foi transferida para Washington, onde o seu estado inoperante concorreu para uma rápida degradação. Assim, aquando da guerra de 1812 contra a antiga potência colonial, este navio foi julgado inapto ao combate e de, tão deteriorado que estava, não mereceu uma tentativa de restauro. Em 1814, a fragata «Boston» (ou o que restava do orgulhoso navio que já fora) foi queimada para que não caísse em mãos britânicas.
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
«THOR»
Navio patrulha do tipo UT 512L utilizado, desde Setembro de 2011, pela Guarda Costeira islandesa. Foi construído no Chile, pelos estaleiros ASMAR, de Talcahuano, que o lançaram à água no dia 29 de Abril de 2009. O «Thor» desloca 3 920 toneladas e apresenta as seguintes dimensões : 93,80 metros de comprimento, 16 metros de boca, 5,80 metros de calado. Está equipado com 2 máquinas diesel Rolls Royce Marine, com uma potência unitária de 4 500 kW. Destinado a assegurar missões de soberania na ZEE, mas não só, este navio veio substituir o velho «Ódinn», que, em 1975/1976, participou na terceira 'Guerra do Bacalhau'; confronto que opôs os islandeses aos pesqueiros britânicos e às unidades da 'Royal Navy, que os protegiam. O «Thor», que tem 48 membros de equipagem, está equipado com moderna instrumentação de navegação e dispõe de uma única arma a bordo : 1 Bofors de 40 mm. Tem instalações para operar um helicóptero ligeiro e dispõe de capacidades de luta antipoluição e de equipamento para realizar missões de busca e salvamento, nomeadamente de 2 MOB e de 6 botes do tipo 'Viking'. A sua construção, no Chile, resultou de um concurso internacional. O seu nome é o de um deus da mitologia escandinava. O seu porto de registo é o de Reykjavik, capital da Islândia. Curiosidade : a construção deste navio foi interrompida pelo terramoto (seguido de um 'tsunami') que devastou o Chile em 2010. Esse sismo -de magnitude 8,8- pouco afectou, no entanto, o «Thor».
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
«GRYF»
Construído pelos estaleiros navais da firma Chantiers et Ateliers A. Normand, do Havre (França), este lança-minas, de grandes dimensões, foi lançado à água a 29 de Novembro de 1936 e integrado na marinha de guerra polaca -que o havia encomendado- dois anos mais tarde. O «Gryf» era um navio com 2 300 toneladas de deslocamento, que media 103 metros de comprimento por 13,10 metros de boca. o seu calado máximo atingia a cota de 3,60 metros. A sua propulsão era assegurada por 2 máquinas Sulzer desenvolvendo 6 000 cv de potência unitária, que lhe garantiam pontas de velocidade superiores aos 20 nós e uma autonomia de 9 500 milhas náuticas, com andamento moderado (14 nós). Para além das suas 8 calhas de lançamento de minas, este navio dispunha de 6 peças de 120 mm e outra artilharia (nomeadamente antiaérea) de menor calibre. A sua guarnição era composta normalmente por 162 homens. Mas podia receber a bordo 60 alunos, quando cumpria (como ocorreu várias vezes) missões de navio-escola. Após ter eclodido a Segunda Guerra Mundial, logo no dia 1º de Setembro de 1939, o «Gryf» recebeu ordens (no quadro da chamada Operação Rurka) para estabelecer um campo de minas à entrada da baía de Gdansk. Mas, no caminho para a área indigitada pelo estado-maior da armada, este navio foi atacado por um esquadrão de Ju-87B (bombardeiros de voo picado), que lhe causou danos materiais importantes e lhe matou 22 tripulantes, incluindo o seu comandante, o capitão-tenente Kwiatkowski. Receando que as minas transportadas rebentassem a bordo e destruíssem irremediavelmente o navio, o imediato mandou largá-las no lugar do incidente e foi abrigar-se na base militar da península de Hel. Onde, dois dias mais tarde, o «Gryf» sofreu os ataques sucessivos de 'destroyers' e de aeronaves nazis, que o colocaram, definitivamente fora de combate. Afundado o navio, ainda foi possível recuperar algumas baterias do lança-minas com vista à sua utilização pela artilharia de costa polaca. A rápida conquista do país pelos hitlerianos gorou esse plano. Os restos do navio foram rebocados para a praia de Jastania, onde serviram de alvo aos artilheiros tudescos e, mais tarde, já depois da derrota da Alemanha, à força aérea polaca. Em 1960, o que restava do «Gryf» foi desmantelado.
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
«AGANO»
Cruzador ligeiro da armada imperial japonesa. Pertenceu à classe com o seu nome, que compreendeu mais três navios idênticos, denominados «Noshiro», «Yahagi» e «Sakawa». O navio em apreço foi construído, em 1942, no arsenal de Sasebo. Apesar da sua designação de cruzador ligeiro, o «Agano» deslocava 7 590 toneladas (em plena carga) e media 162 metros de longitude por 15,20 metros de boca. O seu sistema de propulsão, que desenvolvia uma potência de 100 000 shp, permitia-lhe atingir a velocidade máxima de 35 nós e de dispor de uma autonomia (com andamento reduzido a 18 nós) de 6 000 milhas náuticas. Do seu armamento constavam 6 canhões de 152 mm, 4 de 76 mm, 32 armas AA de 25 mm e 8 tubos lança-torpedos de 610 mm. O «Agano» dispunha ainda de calhas para projectar cargas de profundidade e de catapultas para operar 2 hidraviões. A sua blindagem era negligente. Concebido (tal como os seus iguais) para servir como navio de comando de esquadras de contratorpedeiros e de flotilhas de submarinos, o «Agano» serviu na 3ª Frota e teve o seu baptismo do fogo durante as operações na Nova Guiné, em Dezembro de 1942; quando serviu de escolta ao porta-aviões «Junyo» e a outros navios de grande porte a operar nas águas territoriais dessa ilha. Este cruzador também participou, em 1943, nas terríveis batalhas de Guadalcanal e das ilhas Salomão. Com a intensificação dos combates no Pacífico, o «Agano» foi chamado a outras lutas : em fins do ano de 1943, esteve em Rabaul, onde sofreu danos causados por aparelhos dos porta-aviões «Saratoga» e «Princeton» e, em 11 de Novembro, foi atingido por um torpedo disparado de uma outra aeronave (um 'Avenger') norte-americana; facto que obrigou o navio a dirigir-se para um estaleiro de reparações em Truk. Foi durante uma viagem entre essa base nipónica (para onde inicialmente se dirigira) e o Japão (onde deveria receber beneficiações de maior vulto), que o «Agano» foi interceptado -a 16 de Fevereiro de 1944- pelo submarino USS «Skate» e afundado. Curiosidade : este navio foi baptizado com o nome de um rio que corre na região de Fukujima.
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
«MAILLÉ-BRÉZÉ»
'Destroyer' da armada francesa. Foi o sétimo navio de uma série de 18 unidades concebidas para assegurar missões como escoltadores de esquadra. Inicialmente especializado na luta antiaérea, o «Maillé-Brézé» acabou, após alguns anos de serviço, por ser convertido em navio de luta anti-submarina. Este 'destroyer', que usou o indicativo de amura D627, foi construído pelos estaleiros DCAN, de Lorient, que o lançaram à água em 2 de Julho de 1955. A sua entrada em serviço só ocorreu, no entanto, em 1957. A 27 de Março de 1956, ainda quando decorriam as suas provas de mar, o «Maillé-Brézé» estabeleceu um record de velocidade para os navios da sua classe, ao atingir pontas de 39 nós (72 km/h). Cumpriu missões no oceano Atlântico e no mar Mediterrâneo, passando -a partir de 1968- depois de ter sofrido grandes trabalhos de modernização, a pertencer aos efectivos da FOST (Força Oceânica Estratégica). O «Maillé-Brézé» foi desarmado em Abril de 1988 e entregue aos cuidados da associação Nantes Marine Tradition, que o mandou rebocar para Nantes (uma cidade francesa do sul da Bretanha) e que o transformou, nesse mesmo ano, no primeiro museu flutuante do país. Este navio, cujo patrono é o almirante seiscentista Jean Armand de Maillé-Brézé, deslocava 3 740 toneladas em plena carga e mede 128,50 metros de comprimento por 12,70 metros de boca. O seu sistema propulsivo desenvolvia uma potência de 63 000 shp e o seu raio de acção era da ordem das 5 000 milhas náuticas, com velocidade reduzida a 18 nós. Após modificação, a sua panóplia de armamento era constituída por 6 peças de 127 mm, 6 outras de 57 mm, 4 de 20 mm e por 12 tubos lança-torpedos de 550 mm. A sua última guarnição compreendeu 347 homens, oficiais incluídos. Curiosidade : o «Maillé-Brézé» está atracado a um dos cais de Nantes, em frente dos antigos estaleiros navais da cidade que construíram os desclassificados submarinos portugueses da classe 'Albacora'.
domingo, 3 de novembro de 2013
«EMPRESS OF ASIA»
Paquete pertencente à frota da companhia Canadian Pacific Steamships, construído, em 1912, pelos estaleiros navais da firma Fairfield Shipbuilding & Engineering Cº, de Govan, Escócia. Este navio realizou a sua viagem inaugural em 1913 entre a costa ocidental do Canadá e a Ásia, mas foi, logo no ano seguinte -devido à eclosão da 1ª Guerra Mundial- mobilizado pela autoridade militar, que o armou (com 8 canhões de 4,7 polegadas) e que lhe outorgou o estatuto de cruzador auxiliar no seio da 'Royal Navy'. Despachado para Hong Kong, o «Empress of Asia» cumpriu ali, essencialmente, missões de transporte de tropas e de evacuação sanitária. Neste último domínio, deve-se a este navio a recolha de prisioneiros alemães feridos aquando da batalha contra o «Emden», vaso de guerra germânico afundado pelos britânicos ao largo de Colombo (Ceilão). Uma das suas missões mais marcantes, nessa época, foi a evacuação, para Vancouver, das tropas do 72º batalhão Seaforth Highlanders, parte integrante das Forças Expedicionárias Canadianas. Tendo regressado à vida civil no início dos anos 20, o «Empress of Asia» voltou às suas ligações trans-Pacifíco; durante as quais transportou milhares de viajantes, contando-se, entre eles (refira-se isto a título anedótico), o grande escritor Bertrand Russell e o físico Niels Bohr. Mas, em 1941, já no decorrer do segundo conflito generalizado, o navio foi, uma vez mais, requisitado pelos militares e partiu para Liverpool (via canal do Panamá) para assegurar um transporte de tropas destinadas à frente africana. Também nessa ocasião o «Empress of Asia» foi armado, para que pudesse assegurar a sua própria defesa face a um ataque inimigo. Desta feita, além das clássicas peças de artilharia, o navio canadiano foi equipado com AA's, foguetes e cargas de profundidade. Nesse início da guerra, o navio cumpriu várias e distintas missões : transporte de prisioneiros de guerra italianos, transporte de militares e de mercadorias diversas para a Europa, África e Ásia, evacuação de refugiados, etc. O seu fim chegou a 5 de Fevereiro de 1942, quando o «Empress of Asia» integrava o comboio BM.12, e navegava -no estreito de Banka- rumo a Singapura, com homens e material bélico, destinado a travar o avanço japonês sobre essa praça forte. Nesse dia, o comboio foi atacado por uma força de 9 bombardeiros nipónicos (de voo picado), que concentraram o seu mortífero fogo no navio canadiano. O «Empress of Asia» não tardou a ser incendiado e a afundar-se, a apenas 8 km de distância do seu porto de destino. Graças à ajuda dos navios de escolta e de outras unidades do comboio, que recolheram a grande maioria das pessoas viajando no malogrado paquete da Canadian Pacific, só houve 16 mortes a lamentar. Singapura caiu nas mãos dos japoneses 10 dias após o afundamento deste navio; que é um dos símbolos do contributo dado pelas marinhas mercantes aliadas para alcançar a vitória contra as forças do Eixo Berlim-Roma-Tóquio.
«VINDHYAGIRI»
Fragata da armada da União Indiana, pertencente à classe 'Nolgiri'; que é uma versão local, modernizada, da classe (britânica) 'Leander'. Construído pelos estaleiros navais Mazagon Dock, de Bombaim (a actual Mumbai), este navio deslocava 2 962 toneladas em plena carga e media 113 metros de comprimento por 13 metros de boca. As suas 2 máquinas desenvolviam uma potência conjugada de 30 000 cv, força que permitia a esta fragata atingir pontas de velocidade de 28 nós. Dotada com modernos sensores e sistemas de processamento (de navegação, de detecção, de utilização de armamento, etc), a fragata «Vindhyagiri» possuía 2 canhões de 115 mm, 4 peças de 30 mm, 2 outras de 20 mm e 6 tubos lança-torpedos. Podia operar um helicóptero 'Sea King' ou similar. Esta fragata, que foi a última das 6 da sua classe a ser realizada e a integrar os efectivos da marinha de guerra indiana, tornou-se operacional a partir de meados do ano de 1981. A «Vindhyagiri» chegou a ostentar as insígnias de navio-almirante da chamada Esquadra do Oeste -na qual serviu durante 30 longos anos- e teria tido uma vida operacional quase sem história, não fosse o acidente que sofreu a 30 de Janeiro de 2011 e que causou a sua perda. Nesse dia, com efeito, esta unidade da armada indiana colidiu, à entrada do porto de Bombaim, com um navio mercante de bandeira cipriota, o «Nord Lake». O choque entre os dois navios foi tão violento, que a fragata sofreu um rombo de grandes dimensões e um incêndio de grande intensidade, que lavrou durante 15 horas, antes de ser controlado. Facto que se revelou perfeitamente inútil, visto o navio ter acabado por afundar-se no dia seguinte ao da colisão. Não houve vítimas mortais a registar. Depois de ter passado cinco meses no fundo do mar, a fragata indiana foi reemergida e levada para um estaleiro naval das proximidades do naufrágio. Onde os técnicos chegaram à conclusão da sua irrecuperabilidade. Desactivado e riscado da lista dos navios da armada em 1912, o «Vindhyagiri» foi afundado (nesse mesmo ano) em mar aberto, já que a impossibilidade de esvaziar uma das suas câmaras de munições se revelou perigosa e desaconselhava o seu desmantelamento.
sábado, 2 de novembro de 2013
«T. J. POTTER»
Vapor fluvial de rodas laterais, que foi construído, em 1888, nos estaleiros privativos da Oregon Railway and Navigation Company, de Portland, para uso próprio. O «T. J. Potter» tinha uma arqueação bruta de 659 toneladas e media 70,10 metros de comprimento por 10,70 metros de boca. Estava equipado com 2 máquinas a vapor. Foi uma das primeiras embarcações do seu tipo a evoluir nas águas do rio Columbia, assegurando o trajecto regular entre Portland e Astória, cidades separadas por 170 km; distância que o «T.J. Potter» vencia (salvo imprevisto) em 4 h 30 de navegação. Também foi utilizado em excursões no já nomeado rio e no Puget Sound, numa época (fins do século XIX) em que os norte-americanos começavam a despertar para o turismo, visitando, neste caso, os lugares mais bonitos do Oeste. Nesse tempo, era vulgar organizarem-se corridas entre embarcações deste género e o vapor em apreço acabou por revelar-se um dos mais rápidos que navegavam por aquelas bandas. Nesse campo, ficou célebre a sua vitória contra um rival chamado «Bailey Gatzert», pertencente a uma empresa concorrente. No seu historial consta, também, a sua comparticipação no combate ao grande e devastador incêndio de Seattle (no estado de Washington), que ocorreu no ano de 1889. O barco em apreço foi reconstruído em 1901, tendo a sua arqueação bruta passado para 1 017 toneladas, o seu comprimento para 71,30 metros e o seu calado para 3,20 metros. O posto de pilotagem também foi inteiramente refeito, de modo que a sua silhueta se alterou totalmente. A partir desse momento, este vapor passou a servir, quase em regime de exclusividade, o ramo turístico do seu armador. Mas, o inevitável envelhecimento do «T. J. Potter» acabou por condená-lo a tarefas subalternas, até que, em 1920, a sua licença de navegação lhe foi definitivamente retirada pelas autoridades competentes. O velho vapor foi, então, deixado ao abandono num recanto da baía de Young, perto de Astória, onde, ainda hoje subsistem restos da sua carcaça.
«DUNEDIN»
O «Dunedin» foi um dos muitos veleiros que, na segunda metade do século XIX, transportaram emigrantes para a Nova Zelândia. Mas não é daí que lhe adveio a fama. A sua notoriedade veio-lhe do facto de ter sido um dos primeiros navios (talvez até o primeiro) equipado com câmaras de refrigeração e de ter trazido -das terras austrais para a Europa e para os E.U.A.- carcaças congeladas de animais comestíveis : bovinos e ovinos. Inaugurando, assim, a era do transporte marítimo refrigerado e contribuindo para o desenvolvimento dos países exportadores de bens alimentares. O «Dunedin» era uma elegante galera de 1 320 toneladas, com 3 mastros e com casco de aço, que media 73 metros de comprimento. Foi construído em Port Glasgow, na Escócia, no ano de 1874, pelos estaleiros navais de Robert Duncan para a Albion Line; armadora que, pouco depois, passaria a ser designada pelo nome de Shaw, Savill & Albion Lines. O sistema de refrigeração do «Dunedin» foi concebido pela firma Bell-Coleman e usava diariamente, para seu exclusivo funcionamento, 3 toneladas de carvão. Este método seria, depois, aperfeiçoado e entraria nos hábitos dos armadores, que tiraram dele avultados proventos. O «Dunedin» manteve-se, essencialmente, no comércio da carne congelada até 1890; ano em que desapareceu, durante uma viagem entre a Nova Zelândia e a Grã-Bretanha. Como a rota escolhida pelo capitão do navio era a do cabo Horn, alguns estudiosos aventaram a hipótese de que o «Dunedin» se terá afundado em consequência do choque acidental com um iceberg.
«CABEDELO»
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Construído em 1912, na Alemanha, pela firma Flensburger Schiffsbau Gesellschaft, este navio mercante navegou até 1917 com o nome de «Prussia» e com as cores da companhia Hamburg Amerika Linie, a famosa Hapag. Apresentava uma arqueação bruta de 3 557 toneladas e media 111 metros de longitude por 15,50 metros de boca. O seu calado atingia (em plena carga) a cota de 6,70 metros. A sua propulsão era garantida por 1 máquina dotada com turbinas a vapor, que lhe permitiam sustentar uma velocidade de cruzeiro de 12 nós. Esteve, enquanto cargueiro, nas linhas que o seu armador mantinha com a América do sul. Quando rebentou a Grande Guerra (em 1914) passou a desempenhar funções de apoio logístico ao cruzador «Dresden» e aos mercantes armados «Cap Trafalgar» e «Kronprinz Wilhelm». Mas, em 1917, com a implicação do Brasil no conflito generalizado, o «Prussia» foi apresado no porto de Santos; onde se encontrava fundeado desde 1915, por causa da intensa actividade desenvolvida pela 'Royal Navy' em águas do subcontinente. Já com bandeira do Brasil, o navio germânico foi registado no Rio de Janeiro, recebendo o nome de «Cabedelo» e passando a navegar por conta do Lloyd Brasileiro. Depois de uma carreira sem percalços, durante o período de entre duas guerras, o «Cabedelo» e a sua tripulação prepararam-se para afrontar os perigos do novo conflito mundial, que se iniciou, na Europa, em 1939. Em 14 de Fevereiro de 1942, este mercante -que se encontrava sob o mando do capitão de longo curso Pedro Veloso da Silveira- zarpou de Filadélfia (carregado de carvão) rumo ao Rio de Janeiro. Cidade onde nunca chegou. Embora sem provas sobre o que, realmente, aconteceu ao «Cabedelo», prevaleceu a ideia de que o seu trágico desaparecimento -que não deixou o mínimo vestígio e que causou a perda dos seus 54 tripulantes- foi a consequência de um acto de guerra perpetrado por um submersível do Eixo. Várias hipóteses circularam, na imprensa e na boca do povo, sobre o que terá acontecido ao navio brasileiro. Uma delas apontava para o seu torpedeamento, por parte de um dos submarinos italianos «Da Vinci», «Capellini» ou «Torelli»; que, ao que parece, estavam, ao tempo, a operar naquela zona de guerra. A verdade, porém, é que nada foi provado e que o mistério do naufrágio do «Cabedelo» ainda hoje está por esclarecer. Apesar disso, os membros da sua numerosa equipagem foram considerados, oficialmente, vítimas de guerra e os seus nomes estão gravados no imponente Monumento aos Mortos da 2ª Guerra Mundial, que se ergue na cidade do Rio de Janeiro. Nota : pensa-se que o afundamento do «Cabedelo» (acidental ou provocado) tenha ocorrido numa área compreendida entre as Bermudas e as Bahamas.
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
«THOMPSON»
O navio-patrulha «Thompson» (designativo de amura GC-26) foi construído nos estaleiros Bazán do Ferrol (Galiza) e incorporado na guarda costeira argentina no ano de 1983. Pertence à classe B-119 'Halcón' (tipo 24). O «Thompson» foi o terceiro de cinco navios idênticos adquiridos pelas autoridades de Buenos Aires, que apresentam as seguintes características : 900 toneladas de deslocamento; 67 metros de comprimento; 10 metros de boca; 3 metros de calado; propulsão assegurada por 2 máquinas diesel (de 9 000 cv) e por 2 hélices, que lhe autorizam uma velocidade máxima de 21,5 nós; armados com 1 canhão Bofors (com capacidades AA) e com 2 metralhadoras de 12,7 mm; plataforma (situada à popa) para operar helocópteros ligeiros. O «Thompson» tem uma guarnição de 34 homens e pode receber 4 alunos oficiais. Destinado (como os seus gémeos) a assegurar, sobretudo, missões de soberania na vasta ZEE da República Argentina, este patrulha pode, igualmente, cumprir missões SAR (busca e salvamento). Embora com algumas restrições, impostas pelo facto de não dispor da ajuda permanente de meios aéreos. Este navio -como todos os outros da sua classe- tem demonstrado a sua eficiência, especialmente na luta contra a presença abusiva, na sua zona de acção, de navios estrangeiros praticando a pesca ilegal. Notas : os outros 'Halcón' que equipam a Prefeitura Naval Argentina (ramo da armada local) chamam-se «Dr. Manuel Mantilla», «Azopardo», Prefecto Fique» e Prefecto Derbes»; 6 navios deste tipo (concebido em Espanha) foram vendidos à marinha militar mexicana.
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