domingo, 14 de fevereiro de 2016
«GALATEA»
Submarino italiano construído em 1934 nos estaleiros navais de Monfalcone. Deslocava 842 toneladas em imersão e media 60,18 metros de comprimento por 6,45 metros de boca. De propulsão mista, o «Galatea» estava equipado com 2 máquinas diesel de 1350 hp e com 2 motores eléctricos de 800 hp; que lhe proporcionavam uma velocidade máxima de 14 nós à superfície e de 7,5 nós em configuração de mergulho. Este submersível estava armado com 1 canhão de 100 mm, 2 metralhadoras de 13,2 mm e com 6 tubos lança-torpedos de 533 mm (4 à proa e 2 à popa). A sua guarnição era de 36 homens, dos quais 4 eram oficiais. Afectado à esquadrilha de submarinos X, com base em Brindisi, esta unidade da 'Regiamarina' efectuou vários cruzeiros de formação de submarinistas, que tiveram lugar ao largo das costas italianas. Participou (em 1937) na Guerra Civil de Espanha, numa operação clandestina que se saldou por várias tentativas falhadas de afundamento de navios republicanos. O «Galatea» teve acção pouco relevante durante a Segunda Guerra Mundial, tendo efectuado patrulhas ao largo de Tobruck e durante a batalha do cabo Matapão, na qual os italianos foram vencidos pela armada real inglesa. O submarino em questão averbou, durante o conflito generalizado, um único sucesso : contra o veleiro grego «Zoodochos Pighi», que o «Galatea» afundou com uma carga explosiva, depois do seu comandante ter mandado evacuar toda a tripulação helénica da sua presa. Com a reviravolta política operada em Itália em 1943, que retirou o poder ao 'duce', este submarino rendeu-se às tropas aliadas; que, depois de o terem utilizado em manobras militares de seu interesse, decretaram a sua demolição. Facto que ocorreu em 1948. Das 12 unidades da classe 600 (série 'Sirena') construídas em Itália, este navio foi o único a sobreviver (por pouco tempo) à guerra.
«FAR BARCELONA»
Robusta embarcação de trabalho (transporte de peixe e de mercadorias diversas) construída na Noruega (fiorde de Hardanger) em 1874. Usou o nome de «Anne Dorthea» até que, nos anos 70 do passado século, foi adquirida pelo consórcio catalão FAR, sedeado na cidade condal, que a restaurou (durante 10 anos) e a transformou num veleiro-escola com o nome de «FAR Barcelona». É uma escuna com casco em madeira, de 2 mastros vestidos com velame latino e áurico (360 m2), que desloca 140 toneladas. Mede 33 metros de comprimento fora a fora por 6,76 metros de boca e o seu calado é de 3 metros. Esta escuna foi equipada com modernos aparelhos de ajuda à navegação e outros, para além de 1 propulsor Caterpillar com 402 hp de potência. Os trabalhos de recuperação deste veterano navio foram executados por 300 alunos e por uma vintena de docentes, todos eles implicados num projecto de formação profissional. Enquanto escola de navegação, este veleiro pode acolher a bordo 10 membros de equipagem (que são, simultaneamente, marinheiros e instrutores) e 18 formandos. O «FAR Barcelona», que tem o seu porto de registo e de abrigo na capital da Catalunha, tem participado nalgumas das grandes concentrações de navios antigos organizadas por toda a Europa, onde a sua presença provoca sempre grande curiosidade.
«KING PHILIP»
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O «King Philip» foi um dos mais famosos 'clippers' que operou em mares americanos durante o século XIX. Foi construído no ano de 1856 no estaleiro de D. Weymouth, de Alna, no estado do Maine. Com casco em madeira, era um navio de 3 mastros, com 1 194 toneladas de porte, que media 55,50 metros de longitude por 11 metros de boca e que hasteou a bandeira dos armadores bostonianos Glidden & Williams. Durante os seus 22 anos de vida activa, o «King Philip» (nome que evoca um famoso chefe ameríndio do século XVII) especializou-se nas viagens com passagem pelo tempestuoso cabo Horn, quer para ir buscar nitratos naturais (guano) ao Chile, quer para levar emigrantes de Nova Iorque para a Califórnia (San Francisco). Este navio era reputado pela sua rapidez, pela sua robustez, pela sua fiabilidade. Mas teve um historial violento, marcado por duas rebeliões da sua equipagem; que, por duas vezes, o incendiaram. O seu fim, também foi dramático, visto ter encalhado, depois da morte acidental, a bordo, do seu capitão, no dia 25 de Janeiro de 1878. A ocorrência teve lugar em Ocean Beach, não muito longe da baía de San Francisco, de onde o veleiro zarpara (vazio) pouco antes, com destino a Port Gamble, no noroeste dos EUA. Este navio (do qual não se conhece iconografia) deu que falar aqui há uns anos atrás, quando, por ocasião de marés excepcionais, restos do seu casco ficaram a descoberto e puderam ser fotografados e filmados no local do acidente que o destruiu. Curiosidade : o cartaz aqui reproduzido publicitou as viagens comerciais do «King Philip» entre a costa leste dos 'states' e a Califórnia.
«OLINDA»
Este cargueiro foi construído em 1905, em Glásgua (Escócia), nos estaleiros de William Hamilton & Cº. Chamou-se primitivamente «Cara» (de 1905 até 1912) e, com registo em Liverpool, usou durante esses anos, a bandeira da marinha mercante do Reino Unido. Foi posteriormente vendido a um armador neerlandês (Koninklijke Hollandsche Lloyd), que o matriculou no porto de Amesterdão com o nome de «Kennemerland» e que o utilizou de 1912 até 1934. Neste último ano, o navio foi adquirido pela Companhia Carbonífera Rio Grandense, do Brasil, que lhe conferiu o seu derradeiro nome de «Olinda». Era um navio a vapor capaz de navegar à velocidade operacional de 9,5 nós, graças à sua máquina potenciando 1 820 hp. O «Olinda» apresentava 4 085 toneladas de arqueação bruta e media 109,80 metros por 15,30 metros de boca. Quando rebentou a Segunda Guerra Mundial, este navio operava em todo o litoral do continente americano e em águas das Antilhas, transportando carga diversa. Actividade que prosseguiu durante os primeiros anos do conflito, protegido pela neutralidade brasileira. Mas, no dia 18 de Fevereiro de 1942, quando seguia para Nova Iorque, o «Olinda» foi interceptado ao largo do cabo Hatteras (na costa leste dos Estados Unidos) pelo submarino alemão «U-432»; que mandou a bordo do cargueiro uma equipa de inspecção, que verificou a natureza da carga -constituída, no essencial, por 53 400 sacos de cacau- e interrogou a equipagem. No rescaldo dessa operação, a tripulação do navio brasileiro foi intimada a abandoná-lo nos botes salva-vidas. O que fizeram, enquanto o submersível hitleriano afundava o «Olinda» com tiros de canhão. Não houve mortos, tendo os náufragos sido recolhidos, horas depois do acontecimento, pelo navio de guerra norte-americano USS «Dallas» e colocados a salvo. Este foi um dos múltiplos incidentes marítimos provocados pelos submarinos germânicos, que levaram o Brasil a quebrar a sua neutralidade e a declarar guerra à Alemanha nazi.
sábado, 13 de fevereiro de 2016
«MANTUA»
Paquete britânico construído, em 1909, para a frota da companhia P & O, de Londres. Foi realizado nos estaleiros da firma Caird & Company, de Greenock (GB), para servir na linha da Índia e da Austrália. Era um navio da chamada classe 'M', com 11 500 toneladas de arqueação bruta e com as seguintes dimensões : 165 metros de comprimento por 18 metros de boca por 8,50 metros de calado. A sua propulsão era assegurada por 2 máquinas a vapor de quádrupla expansão, com uma potência global de 15 000 h.p., que lhe proporcionavam uma velocidade máxima de 16,5 nós. Com acomodações para 400 passageiros em 1ª classe e para 200 em 2ª, este navio iniciou a sua viagem inaugural a 6 de Abril de 1909 para Sidney (via canal de Suez), com escalas em Colombo e Melbourne. Teve um historial sem incidentes até 1914, ano em que -por causa da Grande Guerra- foi requisitado pela 'Royal Navy' e usado como navio de transporte de tropas. Nessa condição, foi armado (recebendo o estatudo de cruzador auxiliar) e participou em várias operações militares -no Atlântico e no Índico- ligadas à sua nova especialidade. Em 1919 foi restituído ao seu armador e à carreira civil, sofrendo, antes de regressar à linha da Austrália, trabalhos de restauro num estaleiro britânico da empresa Vickers & Armstrong. Em 1935, foi considerado obsoleto, retirado do serviço activo e recambiado para um estaleiro de Xangai (China), que, nesse mesmo ano, procedeu à sua demolição. A chamada classe 'M' à qual pertenceu o «Mantua», compreendeu meia dúzia de navios similares.
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