domingo, 14 de fevereiro de 2016

«OLINDA»

Este cargueiro foi construído em 1905, em Glásgua (Escócia), nos estaleiros de William Hamilton & Cº. Chamou-se primitivamente «Cara» (de 1905 até 1912) e, com registo em Liverpool, usou durante esses anos, a bandeira da marinha mercante do Reino Unido. Foi posteriormente vendido a um armador neerlandês (Koninklijke Hollandsche Lloyd), que o matriculou no porto de Amesterdão com o nome de «Kennemerland» e que o utilizou de 1912 até 1934. Neste último ano, o navio foi adquirido pela Companhia Carbonífera Rio Grandense, do Brasil, que lhe conferiu o seu derradeiro nome de «Olinda». Era um navio a vapor capaz de navegar à velocidade operacional de 9,5 nós, graças à sua máquina potenciando 1 820 hp. O «Olinda» apresentava 4 085 toneladas de arqueação bruta e media 109,80 metros por 15,30 metros de boca. Quando rebentou a Segunda Guerra Mundial, este navio operava em todo o litoral do continente americano e em águas das Antilhas, transportando carga diversa. Actividade que prosseguiu durante os primeiros anos do conflito, protegido pela neutralidade brasileira. Mas, no dia 18 de Fevereiro de 1942, quando seguia para Nova Iorque, o «Olinda» foi interceptado ao largo do cabo Hatteras (na costa leste dos Estados Unidos) pelo submarino alemão «U-432»; que mandou a bordo do cargueiro uma equipa de inspecção, que verificou a natureza da carga -constituída, no essencial, por 53 400 sacos de cacau- e interrogou a equipagem. No rescaldo dessa operação, a tripulação do navio brasileiro foi intimada a abandoná-lo nos botes salva-vidas. O que fizeram, enquanto o submersível hitleriano afundava o «Olinda» com tiros de canhão. Não houve mortos, tendo os náufragos sido recolhidos, horas depois do acontecimento, pelo navio de guerra norte-americano USS «Dallas» e colocados a salvo. Este foi um dos múltiplos incidentes marítimos provocados pelos submarinos germânicos, que levaram o Brasil a quebrar a sua neutralidade e a declarar guerra à Alemanha nazi.

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