terça-feira, 1 de julho de 2014

«UNRYU»

Porta-aviões da marinha imperial nipónica, que deu o nome a uma classe de navios; a uma série que deveria compreender 6 unidades, mas da qual só três foram concluídas : os porta-aviões  «Unryu», «Amagi» e «Katsuragi». O navio em apreço foi construído nos estaleiros navais de Yokosuka, que o lançaram ao mar no dia 25 de Setembro de 1943. Integrado na frota japonesa um ano mais tarde, este navio deslocava 22 400 toneladas em plena carga e media 227,40 metros de longitude por 22 metros de largura. O seu sistema de propulsão a vapor (4 turbinas e 8 caldeiras) desenvolvia 152 000 cv, potência que imprimia ao «Unryu» a velocidade máxima de 34 nós. Este navio, que tinha uma guarnição de mais de 1 500 homens, estava ligeiramente blindado e dispunha de uma panóplia de armas defensivas, que compreendia 12 canhões de 127,51 mm e 51 peças de artilharia AA de 25 mm. Do seu parque aeronáutico constavam uns 60 aviões de vários tipos e valências : caças (nomeadamente A6M 'Zero'), bombardeiros, torpedeiros, suicidas, etc. O «Unryu» executou uma única e inacabada missão, que o colocou na rota das Filipinas. Onde o porta-aviões em questão deveria deixar homens e material bélico, para reforçar a guarnição de Luzon e aumentar os seus meios de defesa. Mas, após quatro dias de navegação, o «Unryu» (que partira de Kure com uma escolta de três navios) foi avistado pelo submarino USS «Redfish», que o afundou com o auxílio de quatro torpedos certeiros. Antes do soçobro (ocorrido no mar da China), o porta-aviões nipónico foi palco de inúmeras e devastadoras explosões, provocadas a bordo pelo combustível e munições das suas próprias aeronaves. As baixas do «Unryu» foram calculadas em 1 238 mortos. Os poucos sobreviventes do desastre (menos de 200 homens) foram salvos pelo navio de escolta «Shigure» e transportados para o Japão.

«AMERIGO VESPUCCI»

Navio-escola italiano, que é um dos maiores veleiros militares ainda em serviço no mundo. O «Amerigo Vespucci», que tem as linhas de uma fragata de meados do século XIX, foi construído nos estaleiros de Catellammare di Stabia (Nápoles) em 1931. Era gémeo do «Cristoforo Colombo», que no final da 2ª Guerra Mundial foi entregue à marinha da União Soviética. Vocacionado para a formação de futuros oficiais da marinha de guerra, o «Vespucci» -que tem a sua base no porto de Génova- já realizou uma viagem de circum-navegação e participou em inúmeros cruzeiros de instrução. Para além de cumprir as suas missões rotineiras, o «Amerigo Vespucci» também tem sido utilizado como embaixador extraordinário e itinerante da República Italiana, participando em inúmeros eventos nos portos estrangeiros. Onde a sua maciça e impressionante silhueta se impõe imediatamente. Apesar do seu aspecto vetusto de veleiro de outras eras, este navio-escola está equipado com modernos instrumentos de ajuda à navegação, incluindo sistemas GPS e de transmissões por satélite. A sua equipagem é de 86 homens, incluindo 16 oficiais. O «Amerigo Vespucci» pode receber e dar instrução a 200 cadetes. Este vistoso navio -uma galera de 3 mastros- de 3 545 tonéis, mede 100,50 metros de comprimento fora a fora por 15,50 metros de boca. O seu calado é de 7 metros. Pode desfraldar 2 824 m2 de velas e atingir a velocidade de 10 nós. Curiosidade : o autor destas linhas visitou várias vezes o «Amerigo Vespucci» no porto de Rouen (Normandia, França), aquando das famosas concentrações de veleiros ali organizadas periodicamente.

«USSUKUMA»

Navio misto (passageiros/carga) de bandeira alemã. Foi construído, em 1921, nos estaleiros da firma Blohm und Voss, de Hamburgo, por encomenda da companhia de navegação Deutsche Ost-Afrika Linie. Com propulsores alimentados por turbinas a vapor, este navio apresentava 7 768 toneladas de arqueação bruta e media 127,60 metros de comprimento por 17,10 metros de boca. Funcionava com uma equipagem de 107 membros e podia acolher 264 passageiros. Colocado na linha Europa- África Oriental, este navio era visita assídua dos portos portugueses de Moçambique, nomeadamente de Lourenço Marques. Porto onde se encontrava no dia 1º de Setembro de 1939, quando eclodiu a 2ª Guerra Mundial. Requisitado pela 'Abwehr' (serviços de inteligência das forças armadas alemãs), para poder dar assistência e fornecer informações aos navios de guerra nazis em operações do Atlântico Sul, o «Ussukuma» foi enviado para Bahia Blanca, na Argentina, onde permaneceu até princípios do mês de Dezembro de 1939. Depois, cumprindo ordens de Berlim, tomou a direcção de Montevideo, para colaborar (ao que parece) com o couraçado «Admiral Graf Spee», em operações ao largo do Uruguai. Mas, na noite de 5 para 6 de Dezembro, foi detectado pelo cruzador britânico «Ajax» (informado da partida do navio inimigo pelos serviços secretos), que o afundou -a 62 milhas náuticas das costas argentinas- com três salvas de artilharia. Da tripulação do ex-paquete germânico salvaram-se as 107 pessoas de bordo, que foram levadas para as ilhas Falkland, onde ficaram internadas, até serem transferidas (no decorrer do ano de 1940) para a África do Sul; onde permaneceram, com o estatuto de prisioneiros civis, até ao final do conflito. Em 2008, os restos do «Ussukuma» foram identificados a 70 metros de fundo e devidamente assinalados como o naufrágio mais antigo de um navio da Alemanha hitleriana em águas argentinas. Curiosidade : o navio em apreço teve 2 'sister ships', o «Wangoni» (que sobreviveu ao conflito mundial e que, em 1946, foi entregue à URSS, enquanto parte das indemnizações de guerra) e o «Usaramo», que foi afundado no porto de Bordéus, na sequência de um bombardeamento aéreo.