quarta-feira, 28 de maio de 2014

«ALBUQUERQUE»

Curiosa história (mas não única) a deste navio que, no curto espaço de duas décadas hasteou os pavilhões dos Estados Unidos da América, da União Soviética e do Japão. Construído em 1943 pelos estaleiros Kaiser Cargo Inc., de Richmond (Califórnia), que o lançaram à água no dia 14 de Setembro desse ano, o «Albuquerque» (PF-7) era uma fragata da classe 'Tacoma'; que actuou, durante a Segunda Guerra Mundial, essencialmente em águas do Alasca. Onde participou na defesa desse território e na protecção de comboios de navios cruzando águas das Aleutas e do mar de Bering. Em meados do ano de 1945, no quadro do Projecto Hula, o navio foi transferido para a U.R.S.S., nação que, após a derrota infligida aos nazis, se preparava para entrar na guerra contra o império japonês. Sob a bandeira vermelha da primeira nação comunista, esta fragata utilizou o designativo de «EK-14» e operou como patrulheiro nas águas do Extremo Oriente soviético. Findo o conflito generalizado, o navio foi alvo de negociações para que se efectuasse a sua devolução aos 'states', o que foi feito oficialmente em data do 15 de Novembro de 1949. A tempo do «Albuquerque» participar na guerra da Coreia, que se desenrolou entre 1950 e 1953. Durante este último ano, o navio foi emprestado ao Japão -novo aliado dos E.U.A. naquela região do globo- onde tomou o nome (provisório) de «Tochi» e o número de amura PF-16. Mas, em 1962, já estava, de novo, de volta à armada dos E.U.A., onde, uma vez mais, recuperou o nome que originalmente ostentou em homenagem a uma importante cidade do Novo México. Mas, entretanto, a fragata envelhecera e, três anos mais tarde, acabou por ser desactivada e colocada na lista de navios a eliminar. O que terá acontecido, muito provavelmente, em 1971. Características gerais do «Albuquerque» aquando da sua primeira inclusão na armada dos Estados Unidos : 2 454 toneladas de deslocamento (plena carga); 92,63 metros de comprimento; 11,56 metros de boca; 4,70 metros de calado. Sistema propulsivo : 2 máquinas verticais de tripla expansão, potenciando (cada uma delas) 5 500 shp; 2 hélices; 20 nós de velocidade máxima. Armamento principal : 3 canhões de grosso calibre (3''/50), 4 de 40 mm, 9 de 20 mm, várias calhas de arremesso de cargas de profundidade. Curiosidade : 28 fragatas da classe 'Tacoma' foram emprestadas pelos Estados Unidos, em 1945, à marinha de guerra da União soviética.

«BAIKAL»

Num tempo em que o traçado do caminho-de-ferro Transsiberiano ainda não contornava o lago Baikal, este era cruzado por 'ferries' que transportavam comboios entre as duas margens deste autêntico mar interior, que mede, 'grosso modo' 650 km de comprimento por 100 km de largura. Um desses navios tomou o nome do lago em referência e foi construído, na Grã-Bretanha, pelos estaleiros Armstrong, Whitworth & Cº, de Elswick. Depois foi desmontado, transportado para a aldeia de Listvenichye, nos confins da Rússia, onde se procedeu à sua reconstrução definitiva. O «Baikal» entrou em serviço no ano de 1900. Esta curiosa embarcação -que tinha capacidades quebra-gelo- podia deslocar até 4 267 toneladas em plena carga. Media 88,40 metros de longitude por 17,40 metros de largura e o seu calado era de 5,80 metros. O 'ferry' «Baikal» estava equipado com 3 máquinas a vapor de tripla expansão, desenvolvendo uma potência global de 3 750 h.p., e com 2 hélices. A sua velocidade máxima era de 12 nós. Podia transportar -para além da sua tripulação e de 300 passageiros- duas dezenas de carruagens e respectivas locomotivas. Aquando da guerra, que precedeu a conquista e consolidação do poder pelos soviéticos, este navio foi armado com canhões e com metralhadoras. Durante esse conflito, o navio em apreço chegou a ser atacado (e seriamente danificado) por tropas checas, aliadas aos Russos Brancos. Reemergido na sequência do afundamento que resultou desse ataque, o «Baikal» acabou por ser desmantelado em finais dos anos 20 do passado século. Diz-se que parte do seu equipamento (como as hélices e as máquinas, por exemplo) permanecem, no entanto e ainda, no fundo do lago que lhe deu o nome, num sítio próximo da foz do rio Angara.

«EL-REI»

Navio português de finais do século XV. Integrada na segunda armada enviada por D. Manuel I ao Oriente, sob a superior chefia de Pedro Álvares Cabral, esta nau -de 360 tonéis-  foi designada sota-capitânea da frota e colocada sob as ordens de Sancho de Tovar. Foi um dos doze navios (naus e caravelas), dos treze que partiram de Lisboa, que -a 22 de Abril de 1500- avistou as costas da América do sul e revelou ao mundo o achamento do Brasil; que os navegadores portugueses baptizariam, num primeiro tempo, terras de Vera Cruz. Depois de se ter fornecido de água e mantimentos frescos, este navio zarpou do Brasil com o resto da frota, logrou dobrar o cabo da Boa Esperança (quando alguns ficaram pelo caminho, como o capitaneado por Bartolomeu Dias) e pôde alcançar Calecut, o seu porto de destino. Depois de ali ter carregado especiarias e outros produtos locais, esta nau fez-se à vela para Portugal, aonde, infelizmente, nunca chegaria. Porque se perdeu -por encalhe- num baixio junto de Quíloa (na actual Tanzânia). A tripulação pôde, contudo, salvar-se e resgatar parte da preciosa mercadoria transportada. Esta nau foi um dos raros navios da frota cabralina de 1500, cujo nome foi preservado. Não se lhe conhece o essencial das características físicas, mas presume-se que estas não seriam muito diferentes das dos outros navios de longo curso do seu tempo. Nota : a imagem que ilustra este texto não é a da nau «El-Rei», mas a de um navio português da sua época.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

«PERICLES»

'Clipper' de bandeira britânica com casco de aço e com 3 mastros aparelhados em galera. Foi construído em 1877 nos estaleiros de Walter Hood & Sons de Aberdeen, para uso da companhia marítima Aberdeen White Star Lines, sedeada na mesma cidade escocesa. O «Pericles» apresentava-se com uma arqueação bruta de 1 598 toneladas e com as seguintes dimensões : 79 metros de comprimento; 12 metros de boca; 7 metros de calado. Navio rapidíssimo, fez um brilharete aquando da sua viagem inaugural, ao ligar Londres a Sydney, na Autrália, em apenas 71 dias de navegação. Este veleiro especializou-se nas viagens para os antípodas, partindo da capital do império e fazendo uma escala em Plymouth. Levava, geralmente, emigrantes e produtos manufacturados na Inglaterra e trazia da Austrália lã e outras mercadorias locais. A sua mais memorável viagem realizou-a o «Pericles», no entanto, entre a Índia e as ilhas Fiji no ano de 1884. O veleiro embarcou no porto de partida 461 trabalhadores braçais indostânicos, que, durante a travessia foram alvo de um surto de cólera. 35 adoeceram gravemente e 20 deles morreram antes de chegarem ao seu destino. Este incidente obrigou o navio a escalar Sydney com a bandeira amarela içada e a permanecer vários dias em quarentena. Em 1904, o «Pericles» mudou de nacionalidade, já que foi vendido a um armador norueguês de Kristiansand; que, todavia, lhe conservou o nome original. Atenção que não teve um dos seus derradeiros proprietários, também ele escandinavo, que, em 1916, lhe deu novo denominativo, a saber : «Sjursjo». Em fim de carreira, este belíssimo 'clipper' foi vendido a um sucateiro, que o levou para Kiel (Alemanha), onde o navio foi desmantelado no ano de 1923.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

«LYUBOV ORLOVA»

Este pequeno paquete -construído na antiga Jugoslávia para a frota comercial soviética do Extremo Oriente- deixou o seu nome associado a um dos grandes mistérios da História marítima moderna.Isso, ao desaparecer no Atlântico norte  (sem deixar rasto) no início do ano de 2013. Realizado pelos estaleiros navais Titovo Brodogadimoste, de Kraljevica, o navio em apreço foi lançado ao mar em 1975 e iniciou a sua viagem inaugural a 19 de Julho do ano seguinte, sob as cores de uma armadora estatizada conhecida no Ocidente pelo nome de Far East Shipping Cº., sedeada em Vladivostok, na Sibéria. No seio da qual o «Lyubov Orlova» se manteve até 1992. Este navio, que tinha acomodações para 110 passageiros e uma tripulação constituída por uma centena de elementos, possuía uma proa em aço especial, que lhe permitia navegar com relativa segurança nos mares gelados de regiões como a Antárctida, onde foi várias vezes, em missões que misturavam a actividade científica ao turismo. Com uma arqueação bruta de 4 251 toneladas, este navio media uma centena de metros de comprimento por 16,20 metros de boca. O seu calado atingia os 4,60 metros. Em 1992, o «Lyubov Orlova» passou a ostentar as insígnias da Marine Expeditions, marca que conservou durante sete anos. Em 1999, foi registado em Avatiu e, desde então, passou a usar pavilhão das ilhas Cook, mas conservou o seu nome de origem e continuou a manter a sua especificidade de navio destinado ao chamado turismo de aventura. Para além das expidições aos mares autrais, também esteve nos mares setentrionais do Canadá, inclusivamente no Árctico. Em Setembro de 1910, o navio foi apresado em St. John's (na Terra Nova) por alegadas dívidas ao fisco do seu armador. Ali esteve até 2012, ano em que terá sido vendido ao sucateiro que deveria assegurar o seu desmantelamento. Mas durante as operações de reboque para o estaleiro, o «Lyobov Orlova» foi abandonado pela tripulação (em circunstâncias nunca esclarecidas) e deixado à deriva no Atlântico norte. Onde se chegou a recear que o navio desgovernado representasse um perigo para as plataformas de petróleo. O ex-paquete russo foi avistado, pela última vez, a 23 de Fevereiro, a cerca de 1 300 milhas náuticas das costas ocidentais da Irlanda. Depois disso, nunca mais houve notícias, presumindo-se que se tenha afundado. Curiosidade : ao «Lyubov Orlova» foi dado o nome de uma estrela do cinema soviético, que era a actriz preferida de milhões de russos, inclusivé do ditador Estáline.

«NGOLA KILUANGE»

Navio de bandeira angolana, cuja actividade principal -a inspecção das pescas na Zona Económica Exclusiva- é controlada pelo Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas. O casco e superestruturas deste navio foram construídas na Roménia, nos estaleiro da firma Damen Shipyards Galati e os acabamento foram executados (e dados como terminados em 2012) nos Países Baixos pela empresa-mãe. O «Ngola Kiluange» apresenta 903 toneladas de arqueação bruta e mede 62 metros de comprimento por 10 metros de boca. O calado é de 3,40 metros. O seu porto de abrigo é o de Luanda. O navio pode acolher uma equipagem de 45 membros. O seu sistema propulsivo é constituído por um engenho MTU (de fabrico alemão) com ima potência de 3 110 h.p.; força que permite ao «Ngola Kiluange» navegar à velocidade de cruzeiro de 17 nós. Este navio está equipado com moderna tecnologia, nomeadamente no domínio da navegação e da detecção de intrusos. E, para além das acomodações dos seus tripulantes, dispõe de sistema de extinção de incêndios. dispositivo de recolha de náufragos, enfermaria, ginásio, etc. O «Ngola Kiluange» também pode, a par das suas missões de fiscalização da pesca ilegal, cumprir tarefas ligadas à busca e salvamento em alto mar. O estado angolado encomendou, ao mesmo tempo que o navio em apreço, duas outras unidades : o navio «Nzinga Mbandi», que é gémeo do «Ngola Kiluange» e destinado a cumprir missões idênticas e o «Pensador», que é uma embarcação de menor porte vocacionada para a pesquisa científica em ambiente marinho. Curiosidade : o nome dado ao navio aqui apresentado é o de um rei do Ndongo, que, no século XVI, resistiu à colonisação lusa. E que foi decapitado na ainda embrionária cidade de São Paulo da Assunção de Loanda pelas autoridades portuguesas.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

«SPARTAN»

Cruzador ligeiro da 'Royal Navy' especializado na luta antiaérea. Pertenceu à classe 'Dido' modificada, que deu origem à subclasse 'Bellona'.  Construído nos estaleiros navais da firma Vickers-Armstrong, de Barrow-in-Furness, o «Spartan» foi lançado à água a 27 de Agosto de 1942 e entrou nos activos da armada britânica cerca de um ano mais tarde, em Agosto de 1943. Deslocava 6 050 toneladas em plena carga e media 148 metros de comprimento por 15,40 metros de boca. As suas máquinas desenvolviam uma potência de 62 000 shp, que o projectavam à velocidade máxima de 32,25 nós. Do seu armamento principal constavam 8 canhões de 133 mm, 24 peças antiaéreas de dois calibres distintos e 6 tubos lança-torpedos de 530 mm. A sua guarnição era constituída por 530 homens, oficiais incluídos. Esteve inicialmente destacado na 'Home Fleet', operando apartir da base de Scapa Flow. Depois, em finais de Outubro de 1943, foi transferido para o Mediterrâneo. Ali  (já depois da queda de Mussolini) o «Spartan» deu apoio às tropas aliadas desembarcadas em Ânzio, procedendo ao canhoneio de objectivos terrestres. Foi durante essa campanha que -a 29 de Janeiro de 1944- este cruzador britânico foi alvo de um virulento ataque aéreo por parte da 'Luftwaffe'. O navio estava ancorado (na baía de Ânzio) e quando, a bordo, a sua equipagem se apercebeu da aproximação de 18 aenonaves inimigas já era tarde para esboçar uma defesa com base na movimentação do cruzador. Uma espessa núvem de fumaça ainda foi expelida pelas duas chaminés do navio, mas isso foi insuficiente para evitar o encaixe de uma sofisticada bomba radioguiada Hs 293, largada de um Dornier Do-217. O engenho inimigo furou o convés do navio e, ao rebentar, devastou-o irreparavelmente. O cruzador «Spartan» adernou para bombordo e afundou-se umas horas mais tarde. Em consequência do rebentamento da bomba e do soçobro do navio houve a lamentar a morte de 46 homens (5 oficiais e 41 praças) e 42 feridos.

«ARIEL»

A informação referente a este lugre português é escassíssima. Dele, apenas se sabe que era um navio com casco em madeira, de 3 mastros, sem motor auxiliar, lançado à água no dia 7 de Abril de 1919 pelo estaleiro gafanhense de mestre Manuel Maria Bolais Mónica, que o desenhou. O seu comanditário e primeiro armador foi a Companhia Aveirense de Navegação e Pesca, Lda., da Cidade da Ria. O «Ariel» participou na campanha de pesca do bacalhau de 1919, nos Grandes Bancos da Terra Nova, onde capturou cerca de cinco toneladas de pescado. Teve vida curta, já que, no regresso dessa sua única viagem de trabalho a águas do Canadá,  naufragou -em 11 de Novembro de 1919- por encalhe num baixio, à entrada da barra de Aveiro. O incidente ocorreu devido à falta de vento e à grande agitação do mar, que tornaram o navio ingovernável. A capitania local lançou vários apelos para que fossem enviados meios apropriados para o salvar e rapidamente chegaram ao local do sinistro a canhoneira «Limpopo» e o rebocador «Magnete». Que, infelizmente e devido ao estado calamitoso do tempo, nada puderam fazer para resgatar o malogrado bacalhoeiro. A sua tripulação foi salva (graças a um cabo de vaivém), assim como parte do seu carregamento. Ainda assim, e segundo a imprensa da época, «a arrematação dos seus salvados, não rendeu mais do que 3 000$00». O jornal «Comércio do Porto» disse do bacalhoeiro em apreço que «era um lindo barco»; do qual, ao que parece, só existe a fotografia que aqui anexamos e que já foi publicada noutros blogues relacionados com a vida marítima.

«SANTA MARIA»

Nau espanhola do século XV, que foi capitânia da frota que Cristóvão Colombo levou às Antilhas na sua viagem de 1492. É, certamente, um dos navios mais famosos da História das Descobertas. Segundo a tradição, este navio era propriedade de Juan de la Cosa, um marítimo que residia nos arrabaldes de Palos de la Frontera. E que o pilotou aquando da memorável viagem. Era o navio de maior porte da esquadra columbina, deslocando (segundo se pensa) entre 200 e 250 toneladas. O seu comprimento não ultrapassaria os 24 metros e a sua boca andaria pelos 7,40 metros. O seu calado era inferior a 3 metros. A «Santa Maria» (que parece ter-se chamado «Gallega», antes da sua viagem às Américas) arvorava 3 mastros, vestidos com velame redondo e latino. Não usou artilharia, mas alguns dos seus tripulantes dispunham de espingardas, para além de armas mais primitivas, ainda em uso na época da sua odisseia. Acompanhada pelas caravalas «Niña» e «Pinta», este navio zarpou de Palos no dia 3 de Agosto de 1492 e, após um pouco mais de 2 meses de difícil navegação para Oeste (com escala nas Canárias), topou com a ilha de Guanahani (à qual o descobridor chamou São Salvador), nas Antilhas. Depois de um périplo que levou a frota de Colombo até Cuba e Haiti, a «Santa Maria» perdeu-se numa das costas desta última ilha, por encalhe. Alguns dos seus destroços serviram aos súbditos dos Reis Católicos para construir (perto do lugar do naufrágio) o chamado Forte da Natividade. Os outros dois navios regressaram a Espanha -em Março de 1493- para darem a boa nova da descoberta das 'Índias' e para acrescentar, com o seu feito, glória e proveito aos monarcas Isabel de Castela e Fernando de Aragão. No mês de Maio de 2014, a imprensa anunciou que um grupo de investigadores norte-americanos acreditava ter encontrado e identificado os restos do famoso navio. O mundo aguarda confirmação.

«ACADIA»

O «Acadia» foi construído em 1913 nos estaleiros navais da empresa Swan, Hunter & Wigham Richardson Ltd., de Newcastle-upon-Tyne (Inglaterra), por encomenda do governo canadiano. Foi um dos primeiros navios a integrar a recém-formada Armada Real do Canadá. Destinado à pesquisa oceanográfica, foi graças às suas missões de levantamento hidrográfico e outras, que se adquiriram conhecimentos preciosos sobre a natureza da costa oriental do Canadá, da baía de Hudson, do Árctico canadiano, se adquiriram conhecimentos aprofundados sobre os Grandes Bancos da Terra Nova (zona privilegiada da pesca do bacalhau) e sobre a zona marítima onde, um ano antes da construção do navio em apreço, desapareceu o malogrado «Titanic»; uma região do Atlântico norte, reputada pela aparição de neblinas repentinas e pelos seus perigosos icebergues. Primeiro navio construído de raiz para executar tarefas de carácter científico, o «Acadia» foi também o primeiro navio do seu país a ser equipado com TSF. Com o tempo, recebeu melhorias a nível de aparelhagem de ajuda à navegação e de detecção. Durante as duas guerras mundiais, funcionou como escoltador, patrulheiro e navio-escola, segundo as necessidades do momento. O «Acadia» operou durante 56 longos anos no seio dos Serviços Hidrográficos do seu país. Até que, em 1969, foi retirado do activo e levado para Bedford, onde permaneceu atracado durante 12 anos. Passado esse tempo, e por influência de muitos dos seus ex-marinheiros, que se ofereceram para cuidar dele, ajudando na sua manutenção (mas não só), o «Acadia» mudou-se para um cais do porto de Halifax (na província da Nova Escócia), onde hoje faz parte do espólio do Museu Marítimo do Atlântico.  É visitado, anualmente, por muitas centenas de pessoas; que conhecendo a sua história lhe votam um carinho muito especial. Com 846 toneladas de arquação bruta, este navio mede 51,80 metros de comprimento por 10,20 metros de boca. Foi equipado com 1 máquina vertical de tripla expansão (com uma potência de 1 750 cv) e com 1 hélice. Curiosidade : O «Acadia» foi um dos raros navios que sobreviveu à terrível explosão que -a 6 de Dezembro de 1917- abalou o porto de Halifax e que ali provocou prejuízos inauditos. Além de 2 000 mortos e 9 000 feridos.

terça-feira, 20 de maio de 2014

«SCIPIONE AFRICANO»

Cruzador ligeiro da marinha mussoliniana, pertencemte à classe 'Capitani Romani'. Que deveria comportar 12 unidades, mas da qual só foram terminados 3 navios : o cruzador em apreço, o «Atillio Regolo» e o «Pompeo Magno». Construído nos estaleiros da casa Odero Terni Orlandi, de Livorno, o «Scipione Africano» entrou em serviço operacional a 23 de Abril de 1943, a partir da base naval de La Spezia, seu porto de abrigo. Deslocava 5 334 toneladas (plena carga) e media 142,90 metros de comprimento por 14,40 metros de boca por 4,90 metros de calado. O seu aparelho propulsivo (2 turbinas, 4 caldeiras, 2 hélices) desenvolvia uma potência de 110 000 cv, que o projectava à velocidade máxima de 40 nós. O seu armamento principal era composto por 8 canhões de 138 mm (distribuídos por 4 reparos), por 8 peças AA de 37 mm, por 8 peças AA de 20 mm e por 8 tubos lança-torpedos de 533 mm. Estava equipado com 1 radar de origem nacional. O «Scipione Africano», que tinha uma guarnição de 420 homens, esteve implicado nas operações lançadas pela 'Regia Marina' contra as forças aliadas de desembarque na Sicília (Julho de 1943); operações que visavam bloquear o estreito de Messina. Na noite de 17 para 18 desse mês e ano, este cruzador afundou duas vedetas torpedeiras britânicas. Esteve também em operações de lançamento de minas defensivas ao largo das costas da Calábria e no golfo de Taranto. Com a reviravolta operada na política italiana que depôs o 'Duce', o navio foi requisitado para transportar o rei Vítor Emanuel III e o marechal Pietro Badoglio até à ilha de Malta, para que estes assinassem o armistício entre a Itália e os Aliados. Retirado que lhe foi o seu papel de unidade combatente, o «Scipione Africano» passou a ser usado como transporte rápido e como navio de treinos. Em Agosto de 1948, este cruzador ligeiro viu arriada a bandeira italiana para ser entregue à armada francesa, em virtude de uma cláusula do tratado de paz. Serviu na marinha de guerra gaulesa -com o nome de «Guichen»- até Abril de 1961. E em meados do ano de 1976 foi desmantelado.

«LADY WASHINGTON»

Veleiro do século XVIII, de bandeira norte-americana. Era um modesto navio de 2 mastros, que deslocava pouco mais de uma centena de toneladas e do qual se ignoram as reais dimensões. Parece ter sido construído num estaleiro da região de Massachusetts, provavelmente de Boston; de onde zarpou -a 1 de Outubro de 1787- para a costa Oeste dos Estados Unidos, via cabo Horn. Chegado às costas do actual estado de Washington, que ao tempo ainda eram disputadas por americanos e britânicos do Canadá, este navio e a sua tripulação envolveram-se no rendoso negócio das peles. Mas igualmente no tráfico de chá e de porcelanas da China. Também foi navio assíduo das costas e portos do Oregon e parece ter sido a primeira embarcação não-indígena a fazer a circum-navegação da grande ilha de Vancouver. Este navio visitou várias cidade costeiras do Oriente, incluindo o porto português de Macau; onde terá sofrido modificações que o transformaram num bergantim. Parece ter sido também o primeiro navio de bandeira norte-americana a visitar o Japão. País fechado, onde as peles que transportava não encontraram compradores. É muito provável que o «Lady Washington» (cujo nome era uma homenagem à esposa do primeiro presidente dos E.U.A.) tenha naufragado nos mares das Filipinas em 1797, já que, nesse ano, o veleiro foi avistado -encalhado- na foz do rio Mestizo, não muito longe da localidade de Vigan. Muitas réplicas deste navio têm sido feitas nos Estados Unidos. A mais recente e famosa de todas elas foi lançada ao mar (em Aberdeen, no estado de Washington) a tempo de participar nos festejos comemorativos do centenário da integração desse território na União. Ao que parece, não é uma cópia fiel do veleiro original. O que não a tem impedido de ser muito solicitada pelos estúdios de cinema, que a têm utilizado nas suas produções. Inclusivamente numa das películas da série 'O Pirata das Caraíbas' («A Maldição do Pérola Negra»). Curiosidade : a representação do navio em apreço, aqui anexada, é obra do grande artista James Williamson.

«NEUSTRASHIMYY»

Este navio e a outra unidade da sua classe (de nome «Yaroslav Mudryy») são as maiores fragatas da marinha russa. O projecto inicial, que data de 1986 e previa a construção de 7 unidades, foi congelado após o colapso da U.R.S.S.. A fragata «Neustrashimyy» foi construída (em finais do século XX) nos estaleiros Yantar, de Kaliningrad e desloca 4 400 toneladas em plena carga. É um navio de linhas elegantes, que mede 129,60 metros de comprimento por 15,60 metros de boca e cujo calado atinge 5,60 metros. A sua propulsão assenta num sistema de turbinas a gás, que desenvolve uma potência de 110 000 h.p. e que imprime ao navio uma velocidade da ordem dos 30 nós. Equipada com modernos sensores e sistemas de processamento (de navegação, de tiro, etc), este navio -que tem uma guarnição de 210 homens- está, essencialmente, armado com baterias de mísseis anti-navios e antiaéreos. Dispõe, também, de 1 canhão de 100 mm e de 6 tubos lança-torpedos de 533 mm. Utiliza os serviços de um helicóptero Kamov Ka-27, que dispõe, à popa do navio, do seu próprio hângar. Apesar de pertencer à Frota do Báltico, também já operou no mar Negro, onde a Rússia dispõe de bases navais importantes. Nomeadamente na península da Crimeia, recentemente desanexada do território ucraniano. Nestes últimos anos, a fragata «Neustrashimyy» (que usa o número de amura 712) tem alinhado nas operações internacionais montadas (em colaboração com as armadas da NATO, mas não só) contra a pirataria que infesta, muito especialmente, as costas da Somália.

«OCÉAN»

Couraçado da armada francesa, que deu o seu nome a uma classe de navios que também incluíu o «Toulon» e o «Suffren». A característica que o distinguia dos seus congéneres teve a ver com o armamento pesado de bordo, que se concentrava a meia nau. Distribuindo-se a artilharia secundária por baterias situadas nos flancos desta unidade blindada. O «Océan», que foi lançado à água pelo arsenal de Brest (situado no litoral bretão) em 1868, só se encorporaria nos efectivos da marinha militar francesa  a 15 de Julho de 1870. Curiosamente quatro dias antes da declaração de guerra que esteve na origem do conflito franco-prussiano. Este navio blindado operou, inicialmente, no mar do Norte, passando, em 1871, para a chamada esquadra da Evolução; que, em tempo de paz, dava formação a oficiais e marinheiros. O couraçado «Océan» sofreu grandes trabalhos de modernização em 1878, nos estaleiros que o haviam construído. Em 1891, foi retirado da linha da frente, para operar como navio-escola. E em 1894, completamente ultrapassado, foi retirado da vida activa e desmantelado no ano seguinte. O «Océan» era um navio misto (usava propulsão eólica e a vapor) com 7 580 toneladas de deslocamento. Media 87,73 metros de longitude por 17,52 metros de boca e o seu calado era de 9 metros. A sua motorização era assegurada por 1 máquina a vapor de 3 780 cv e por 1 hélice. Os seus 3 mastros hasteavam mais de 2 100 m2 de pano redondo e latino. Este conjunto assegurava-lhe uma velocidade máxima de 13 nós. A blindagem mais espessa (275 mm) concentrava-se no casco. O armamento principal do navio compreendia 4 peças de 275 mm, 4 outras de 240 mm e 6 de 140 mm. O «Océan» tinha uma guarnição de 750 homens. 

«DUCHESS OF ATHOLL»

Paquete pertencente à frota da companhia de navegação Canadian Pacific Steamship Cº.. Tinha 3 'sister ships', que se chamaram «Duchess of Bedford», «Duchess of Richmond» e «Duchess of York». Realizado pelos estaleiros escoceses da firma William Beardsmore, de Glásgua, o navio em apreço foi laçado à água a 23 de Novembro de 1927, após alguns incidentes relacionados com a sua propulsão, que atrasaram a construção. Foi colocado, em meados de 1928, na linha regular que ligava Liverpool a Montreal, via Quebeque. No seu historial há que notar uma acidentada travessia do Atlântico, no Inverno de 1935-1936, durante a qual este navio de passageiros perdeu o leme; conseguindo, porém, terminar a viagem graças às habilidosas manobras dos seus pilotos, que, para tanto, se socorreram exclusivamente da força das máquinas. O «Duchess of Atholl» apresentava-se como um navio com 20 119 toneladas de arqueação bruta e com as seguintes dimensões : 177,40 metros de comprimento por 22,90 metros de boca, por 12,70 metros de calado. O seu sistema propulsivo desenvolvia uma potência de 20 000 cv, força que proporcionava ao navio uma velocidade máxima de 17,5 nós e que lhe valeu ser, durante algum tempo, recordista das travessias entre o Canadá e Liverpool. O «Duchess of Atholl», que tinha uma tripulação de 510 membros, podia receber a bordo 1 570 passageiros. Quando começou a Segunda Guerra Mundial, este navio foi requisitado pelas autoridades navais e transformado em transporte de tropas. Teve um fim infeliz, já que -no dia 10 de Outubro de 1942- quando navegava em pleno Atlântico sul, a 200 milhas náuticas a noroeste da ilha de Ascensão, foi surpreendido pelo submarino alemão «U-178» que o torpedeou e afundou. A bordo viajavam, então, 832 pessoas; mas somente 5 delas morreram em consequência desse acto de guerra. Todas as outras foram socorridas e resgatadas do navio em perdição pelo vaso de guerra britânico HMS «Corinthian».

segunda-feira, 19 de maio de 2014

«HÉRCULES»

Não se sabe, ao certo, onde foi construído este navio, que, em 1814, integrou a armada das Províncias Unidas do Rio da Prata (futura República Argentina) com a classificação de fragata. Isso, depois de ter sido porvido com 36 bocas de fogo e guarnecido com centena e meia de marinheiros e soldados. Presume-se que possa ter sido realizado na Rússia ou nos Estados Unidos da América. Sabe-se que funcionou como navio mercante nas rotas do comércio internacional com o nome de «Duke of Palma». Este navio, procedente de Liverpool, entrou pela primeira vez no porto de Buenos Aires a 22 de Dezembro de 1813 e, depois de realizada a sua compra e de o terem adaptado à guerra naval, foi integrado na esquadra que, em 1814, investiu e conquistou a praça de Montevideu, até então nas mãos dos monárquicos. Esse ataque das forças argentinas culminou com os combates em volta da ilha de Martín Garcia, durante os quais a fragata «Hércules» sofreu vários precalços, nomeadamente um encalhe. Durante a refrega, encaixou fogo inimigo (82 impactos, que lhe causaram avarias importantes) e registou muitas baixas na sua guarnição. Ainda no quadro dessa campanha, o navio «Hércules» esteve no combate naval de Buceo, decisivo para o desfecho dessa guerra pela independência das colónias espanholas daquela região do mundo. O governador da praça de Montevideu passou algum tempo em clausura a bordo desta fragata. Ainda em 1814, a propriedade do navio foi transferida -por decisão secreta do supremo responsável político das Províncias Unidas do Rio da Prata- para o oficial da marinha Guillermo Brown, como agradecimento pelos serviços prestados durante a referida campanha contra os espanhóis de Montevideu. Brown recebeu, igualmente, nessa ocasião, uma carta de corso, que o autorizava a atacar a navegação castelhana onde bem o entendesse. Assim, o «Hércules» navegou no Atlântico (mar das Caraíbas) e no Pacífico, onde se entregou a actividades corsárias. Em 1816, na costa ocidental da América do sul, bombardeou o porto de Callao, fez incursões contra Guayquil e contra as ilhas Galápagos e capturou navios coloniais, apoderando-se dos seus ricos carregamentos. Em 1817, o «Hércules» voltou a cruzar o cabo Horn e a ganhar o Atlântico. Escalou o arquipélago das Malvidas, onde fez aguada, e esteve em Cabo Frio, na costa brasileira, de onde rumou, de novo, para o mar das Antilhas para se entregar à sua actividade corsária. A 28 de Setembro desse mesmo ano, foi capturado (durante uma operação inesperada) pelo vaso de guerra inglês «Brazen», quando se encontrava fundeado na baía de Carlisle, em frente da cidade de Bridgetown. O navio foi confiscado, sob pretexto de se entregar à pirataria, embora nenhum membro da sua guarnição tenha sido, curiosamente, julgado pelo mesmo motivo. Os homens acabaram por ser libertados, mas o «Hércules» e a sua preciosa mercadoria nunca seriam devolvidos pelos britânicos. Desconhece-se o destino final deste navio. Parece, no entanto, que chegou a integrar a frota do almirante Brion (venezuelano), que o terá arrematado num leilão organizado no porto de Antígua. O «Hércules» (também conhecido na história naval da Argentina como 'fragata negra') deslocava 350 toneladas e media 38 metros de comprimento por 8 metros de boca. A sua guarnição (variável, segundo as circunstâncias) rondava os 140 homens.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

«WESTFALEN»

Navio couraçado da marinha imperial alemã. Foi construído em Bremen, pelo estaleiro AG Weser, que o lançou à água em 1908. Pertenceu à classe 'Nassau', que compreendeu quatro unidades (o «Nassau», o «Westfalen», o «Rheinland» e o «Posen»). O «Westfalen» deslocava 20 535 toneladas (em plena carga) e media 146,10 metros de comprimento por 26,90 metros de boca. A sua propulsão era assegurada por máquinas a vapor (desenvolvendo uma potência de 22 000 ihp) e por 3 hélices, que lhe autorizavam uma velocidade máxima de 20,2 nós. O «Westfalen» estava razoavelmente blindado e dispunha do seguinte armamento : 12 peças de 280 mm, 12 outras de 150 mm, mais 16 de 88 mm e 5 tubos lança-torpedos de 450 mm. A sua guarnição rondava os 1 000 homens. Durante o primeiro conflito generalizado, participou na batalha do Golfo de Riga (em 1915, contra a Rússia czarista)e foi um dos intervenientes germânicos na sangrenta batalha de Jutlândia (1916), contra a frota britânica. Várias vezes alvejado, reagiu participando, colectivamente, no afundamento de alguns navios ingleses. Mas recebeu um torpedo no bojo, disparado do submarino «E23», que o obrigou a recolher a Wilhelmshaven para reparar os danos causados. Depois, passou a integrar a frota do Báltico, tendo participado na operação Albion (bloqueio de Apenrad). No início do ano de 1918, esteve em operações dirigidas contra a Rússia Soviética, apoiando a facção dos Brancos. Implicou-se, também, na guerra civil finlandesa (1918), participando nas operações navais que levaram à ocupação temporária de Helsínquia. Depois de consumada a vitória aliada (11 de Novembro de 1918), o «Westfalen» ainda chegou a ser entregue aos finlandeses, numa tentativa gorada para o fazer escapar ao confisco dos vencedores. Mas os adversários da Alemanha exigiram a sua entrega -depois da assinatura do Tratado de Versalhes- e o navio em apreço acabou por ser desmantelado, em 1924, num estaleiro de Birkenhead, Inglaterra, cemitério de tantos navios das esquadras do 'kaiser'.

«DOMINION MONARCH»


Este paquete de bandeira britânica foi um dos mais poderosos e de maior luxo, do seu tempo, a assegurar a linha Europa-Australásia pela via do cabo da Boa Esperança. Construído -por encomenda da companhia Shaw Savill Line- nos estaleiros Swan Hunter & Wigham Richardson, de Wallsend-on-Tyne, este navio foi dado como concluído no mês de Janeiro de 1939. Com uma arqueação bruta de 27 155 toneladas, o «Dominion Monarch» media 207,80 metros de comprimento por 25,90 metros de boca. A sua propulsão era garantica por um conjunto de máquinas diesel, acoplado a 4 hélices, que lhe permitia navegar à velocidade de cruzeiro de 21,5 nós. Com uma tripulação de 385 membros, este navio podia embarcar 525 passageiros (todos em 1ª classe), distribuídos por 6 cobertas. Para além desses viajantes, o navio podia carregar perto de 3 600 toneladas de carga geral e 12 800 toneladas de carga frigorífica (sobretudo carne congelada e produtos lácteos). Devido ao seu grande porte e ao reduzido número de passageiros transportados, este paquete oferecia um conforto inigualável e grangeou uma fama de que jamais outro navio, antes dele, havia beneficiado. A sua viagem inaugural, entre Londres e Sydney, fez escalas em Southhampton, no arquipélago das Canárias (Santa Cruz de Tenerife), em Capetown, em Durban, em Fremantle e em Melbourne. Viagem que o «Dominion Monarch» realizou em tempo recorde. Mas, pouco tempo depois, com a eclosão da 2ª Guerra Mundial, o navio foi (como tantos outros) requisitado pelas forças armadas do Reino Unido, que o transformaram em transporte de tropas. Durante a sua forçada carreira militar, o «Dominion Monarch» transportou 29 000 combatentes, essencialmente norte-americanos e britânicos. O navio haveria de sobreviver ao conflito e voltou à vida civil -ostentando as cores do seu legítimo proprietário- em 1948, depois de ter sofrido grandes trabalhos de remodelação. Manteve-se na linha da Austrália e da Nova Zelândia (onde prestou relevantes serviços, satisfazendo uma clientela exigente) até 1962. Vítima da concorrência imparável da aviação comercial -que encurtou substancialmente as distâncias- este paquete ainda serviu como navio-hotel aquando da Feira Mundial de Seattle. Vendido a uma companhia de demolições japonesa, usou -durante uma derradeira viagem realizada entre os Estados Unidos e Osaca- o nome de «Dominion Monarch Maru». Foi desmantelado pouco tempo depois.

«ALMIRANTE GAGO COUTINHO»

Fragata da Armada Portuguesa, pertencente à classe 'Almirante Pereira da Silva'. Que contou com três navios : os já referidos e o «Almirante Magalhães Corrêa». Todas estas fragatas tiveram por modelo os navios norte-americanos da classe 'Deadley', unidades de escolta oceânica, especializadas na luta contra submarinos. A «Almirante Gago Coutinho» deslocava 1 914 toneladas e media 95,60 metros de comprimento por 11,17 metros de boca, por 5,50 metros de calado. A sua propulsão era garantida por um sistema de turbinas e caldeiras alimentadas por nafta, que potenciavam 20 000 cv; força que imprimia ao navio uma velocidade máxima de 27 nós e que lhe conferia 11 000 km de autonomia, com andamento reduzido a 15 nós. A «Gago Coutinho» estava armada com 2 peças de artilharia de 76 mm, 6 lança-torpedos de 533 mm e 6 morteiros de 375 mm. Dos sensores de bordo, destacavam-se 1 radar de navegação, 1 radar de defesa aérea, 1 radar de direcção de tiro e 1 sonar. Esta fragata (tal como as suas congéneres nacionais) foi projectada para integrar o dispositivo de defesa da NATO a operar no Atlântico norte. Devendo ter um papel dissuador face à frota submarina soviética em acção nas mesmas águas. Assim, deveria ser equipada com armas mais modernas, nomeadamente com mísseis anti-navios; que nunca chegaram. A fragata «Almirante Gago Coutinho», que usou o designativo de amura F473, foi construída pelos estaleiros da Lisnave, que a lançaram à água no dia 13 de Agosto de 1965. Mas só integrou os efectivos da Armada em finais de 1967. Foi abatida do serviço a 20 de Março de 1992, sendo substituída por um navio da classe 'Vasco da Gama'. Curiosidade : a «Almirante Gago Coutinho» encontrava-se -no dia 25 de Abril de 1974- no mar da Palha, sob o comando do capitão-de-fragata António Seixas Louçã. Face à movimentação das tropas sublevadas, no Terreiro do Paço, este navio foi protagonista de um caso (ainda mal esclarecido) sobre a sua adesão ao vitorioso Movimento dos Capitães.

«SEA CLOUD II»

Sem a elegância do seu homónimo dos anos 30 do passado século, este «Sea Cloud» (segundo do nome) oferece -devido à sua modernidade- mais segurança e o mesmíssimo luxo do seu parceiro de frota. O «Sea Cloud II» foi construído em Espanha pelos estaleiros Gondan S. A. , das Astúrias, e entregue ao seu comanditário (a Sea Cloud Cruises) em Janeiro de 2001. É um veleiro de 3 mastros, que podem desfraldar 23 velas (com uma superfície de 3 000 m2), e equipado com 1 potente máquina diesel de 3 330 h.p.. Este navio dispõe, naturalmente, de modernos instrumentos de ajuda à navegação, que determinam, também, o índice de segurança oferecido aos seus passageiros e tripulantes. O «Sea Cloud II» -cujo casco de aço foi lançado ao mar em 18 de Março de 1999- apresenta 3 849 toneladas de arqueação bruta e mede 105,90 metros de comprimento por 16 metros de boca. O seu calado é de 5,70 metros. O porto de abrigo deste veleiro de luxo é o de Valletta, capital da ilha de Malta. A bordo deste navio de 5 'decks' servem 63 membros de equipagem, que podem receber 96 passageiros e alojá-los em camarotes e suites de luxo, todos eles climatizados. Os viajantes (obviamente turistas abastados) têm acesso a restaurante, bares, 'boutiques', biblioteca, sauna, atendimento clínico, etc. O «Sea Cloud II» não tem piscinas a bordo, mas os amantes de actividades marinhas podem aceder a uma plataforma, que facilita o acesso ao mar e permite toda uma série de actividades a ele ligadas. Este veleiro (que tem a classificação de um hotel de cinco estrelas) navega principalmente no mar Mediterrâneo, nos meses de Verão, e no mar das Caraíbas aquando do Inverno europeu.

«NAMPULA»

Encomendado pela Companhia Colonial de Navegação aos estaleiros escoceses Grangemouth Dockyard & Cº Ltd, para fortalecer a sua frota de cabotagem na costa moçambicana, este navio de médio porte (gémeo do «Chaimite») foi lançado à água no dia 3 de Abril de 1950 e entregue, ainda nesse ano, ao seu armador; que o registou na capitania do porto de Lisboa. O «Nampula» era um elegante navio de valência mista (passageiros/carga), que apresentava uma arqueação bruta de 2 043,26 toneladas e que media 90,84 metros de longitude por 12,86 metros de boca. Era movido por 2 máquinas alternativas de vapor, desenvolvendo uma potência (global) de 1.750 cv. Força que lhe permitia navegar à velocidade máxima de 12 nós. O «Nampula» tinha uma tripulação permanente de 25 membros. Depois de ter cumprido a sua missão, sem precalços dignos de nota, em águas da antiga África Oriental Portuguesa, este navio foi retirado do activo em inícios da década de 70 (do passado século, obviamente). Terminou a sua vida em 1973, no estaleiro de um sucateiro de Port Louis (nas ilhas Maurícias), para onde foi conduzido a reboque do paquete «Santa Maria», da frota do seu armador.

sábado, 10 de maio de 2014

«TORMILIND»

Veleiro construído no estaleiro naval de A. & P. Sepp, de Saaremaa, na baía de Hara (Estónia), em 1922, para um consórcio de armadores locais : R. Pahlberg, G. Kristenbrunn e A. Hank de Kaspervik. Com 495,46 toneladas de arqueação bruta e com 45,71 metros de comprimento por 10,30 metros de boca, este veleiro (concebido para o transporte de carga geral) é considerado o mais belo navio realizado no país. Foi também o primeiro navio estoniano a navegar para lá da linha do equador, quando, a partir de 1926, começou a demandar portos africanos e da América do sul.. Com casco em madeira e 4 mastros, é referido como uma 'barquentine', tipo de navio equivalente ao nosso lugre-patacho. Quer dizer que desfralda velas redondas no pau de vante e pano áurico-latino nos restantes. Mudou de armador várias vezes, nomeadamente em 1927 (quando foi registado no porto de Käsmu) e em 1930. No ano de 1937, registaram-se avarias graves neste navio (em consequência de um incidente, cuja natureza não conseguimos apurar), que provocaram a morte de três dos seus tripulantes e o mandaram para o estaleiro. De onde regressou já equipado com um motor diesel de 300 h.p.. Durante o período da Segunda Guerra Mundial e da integração da Estónia na U.R.S.S., o «Tormilind» (cujo nome significa 'Alcatraz' na nossa língua), teve vida atribulada, servindo, aos soviéticos, como transporte de tropas e de material militar. Depois passou para mãos alemãs e foi utilizado como guarda-costas no mar Báltico. Enquanto durou o conflito, este belo veleiro passou de mão em mão, ao sabor dos caprichos do ocupante germânico. Até que -a 19 de Outubro de 1944- foi afundado por uma mina e se afundou ao largo de Aalborg. A sua tripulação (11 homens) saíu ilesa do desastre.

«COSSACK»

Contratorpedeiro britânico da classe 'Tribal'; da qual foram construídas 23 unidades (para a 'Royal Navy', mas também para as armadas do Canadá e da Austrália), entre 1936 e 1945. O «Cossack» foi realizado nos estaleiros navais da firma Vickers-Armstrong, de Newcastle-upon-Tyne, que o lançaram à água no dia 8 de Junho de 1937. Este navio, que só entrou ao serviço no ano seguinte, deslocava 1 870 toneladas (2 520 em plena carga) e media 111,15 metros de comprimento por 11,13 metros de boca. O seu sistema propulsivo desenvolvia uma potência de 44 430 h.p., que lhe asseguravam uma velocidade máxima de 36,2 nós e uma autonomia de 5 700 milhas náuticas, com andamento reduzido a 15 nós. Do seu armamento constavam 8 canhões de 120 mm, reparos quádruplos de metralhadoras, 4 peças AA de 40 mm, tubos lança-torpedos e calhas para arremesso de cargas de profundidade. A sua guarnição era composta por 219 homens, oficiais incluídos. Teve o seu baptismo do fogo a 16 de Fevereiro de 1940, durante a campanha da Noruega, quando abordou o navio alemão «Altmark». De onde uma das suas equipas de abordagem logrou resgatar 299 prisioneiros feitos pelo couraçado de bolso «Admiral Graf Spee» e posteriormente transferidos para o já referido navio logístico tudesco. O «Cossack» esteve envolvido noutras importantes acções de guerra, nomeadamente na segunda batalha de Narvik (Abril de 1940) e na perseguição e destruição do «Bismarck» (Maio de 1941). O fim do navio : a 23 de Outubro de 1941, o «Cossack» escoltava um comboio de navios mercantes do Reino Unido para Gibraltar, quando foi interceptado -ainda em águas do Atlântico- pelo submarino da armada nazi «U-563» e alvejado com um só torpedo. Ferido de morte, o contratorpedeiro britânico ainda foi assistido por um rebocador amigo, que tentou conduzi-lo ao porto de destino; mas amarras cederam e, no dia 27 desse mês e ano, o 'destroyer' soçobrou irremediavelmente. De ferimentos recebidos aquando do ataque e no naufrágio do «Cossack», pereceram 159 membros da sua guarnição.

«KATE»

Este navio fluvial foi construído num estaleiro de Belle Vernon (Pensilvânia) em 1864 e lançado à água com o nome de «Kate B. Porter». Concebido como navio mercante, foi  adquirido -durante a guerra civil americana- pela marinha de guerra federal, que, depois de lhe dar o designativo de «Kate»,  o transformou e o juntou às forças de bloqueio aos portos da Confederação sulista. Sabe-se que deslocava 242 toneladas, mas ignoram-se as suas reais dimensões : comprimento e boca. Em contrapartida sabe-se que o seu calado era fraco (1,68 metro), como o exigia, de qualquer modo, a navegação nos rios e ribeiras da América do norte sujeitos à estiagem. A sua propulsão era assegurada por uma única máquina a vapor, acoplada a duas rodas laterais, que o autorizava a navegar à velocidade de cruzeiro de 5 nós. Para poder cumprir as suas missões bélicas, o «Kate» foi armado com 10 peças de artilharia de vários calibres e devidamente couraçado. Nos últimos dias da também chamada Guerra de Secessão, este navio foi incumbido de patrulhar o rio Mississippi e participou na captura de Jefferson Davis, o presidente 'rebelde' vencido. Depois da vitória unionista, o vapor «Kate» participou nas operações de limpeza do rio Tennessee, ajudando a remover as carcaças de navios de guerra afundados no seu leito e que representavam grande perigo para a navegação futura. Depois de ter passado à reserva, o navio em apreço foi leiloado e vendido (em Março de 1866) a um armador civil, que lhe deu novo nome : «James J. Trevor». Perdeu-se por encalhe, ocorrido no rio Missouri a 12 de Abril de Junho de 1867, a sul de Fort Bento, Montana.

«USYSKIN»

Esta canhoneira fluvial da União Soviética, utilizada pela Flotilha do Volga contra as forças nazis que assediaram Estalinegrado, é fruto da transformação -efectuada no início dos anos 40- de um rebocador (um vapor de rodas laterais) que navegara com o nome de «Gromov». Deslocava 400 toneladas e media 56,40 metros de comprimento por 17,10 metros de boca. O seu calado era de, apenas, 1,20 metro, o que lhe permitia aceder a sítios inacessíveis a outras embarcações. A sua propulsão era assegurada por 1 máquina a vapor desenvolvendo uma potência de 480 cv, que lhe outorgava uma velocidade de 8,5 nós. A canhoneira «Usyskin» foi artilhada com 2 peças de 45 mm e com 1 metralhadora de 7,62 mm. A sua acção heróica durante a Grande Guerra Nacional (é assim que os soviéticos, e agora os Russos, se referiram e referem aos combates do segundo conflito generalizado), valeu-lhe uma prestigiosa condecoração : a da Ordem da Bandeira Vermelha. Já depois da vitória contra as tropas nazis em Estalinegrado, esta embarcação sofreu avarias importantes -a 5 de Abril de 1943- devido ao choque com uma mina inimiga. A «Usyskin» sobreviveu até 1961, ano em que foi desmantelada. Curiosidade : o selo (de 20 rublos) dos correios russos que ilustra este texto, foi emitido em 2013, integra-se numa colecção consagrada ao tema 'Armas da Vitória' e foi lançado para celebrar o 68º aniversário da reconquista da cidade que agora se chama Volgogrado.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

«DE ZEVEN PROVINCIËN»

Navio de linha neerlandês do século XVII, inicialmente armado com 80 canhões de vários calibres. O seu nome alude à confederação das sete províncias autónomas, que estiveram na génese dos actuais Países-Baixos enquanto nação soberana. O «De Zeven Provinciën» (literalmente 'As Sete Províncias') foi construído em Roterdão, em 1665, sob a orientação de mestre Salomon Jansz van den Temple, um reputado profissional da época. Tinha 3 mastros e media 46 metros de comprimento por 12,34 metros de boca. O seu calado atingia os 4,60 metros. Escolhido pelo famoso almirante Michiel De Ruyter para servir de plataforma de comando das esquadras neerlandesas, este poderoso veleiro participou em várias e memoráveis batalhas contra as esquadras britânicas, durantes as guerras anglo-batavas da segunda metade do século XVII. Esteve e combateu nos confrontos navais de St. James Day, no Bloqueio do Tamisa, em Solesbay, na primeira e segunda batalhas de Schooneveld, em Texel e, mais tarde, já no fim da centúria, nos combates de Barfleur e de La Hague. Antes destas duas últimas batalhas, o «De Zeven Provinciën» sofrera transformações, que reduziram o seu número de peças de artilharia para 76. Seriamente danificado (em 1694) pelo fogo inimigo, durante a chamada Guerra da Grande Aliança, este navio pôde regressar à sua base são e salvo; mas, perante a importância dos estragos sofridos, a marinha militar neerlandesa optou pelo seu desmantelamento. Já por duas vezes, nos Países-Baixos e nestes últimos vinte anos, se tentou construir uma réplica (à escala 1/1) deste navio. Por motivos vários, a dita ainda não foi concluída. Curiosidade : muitos navios de guerra de bandeira neerlandesa receberam este nome; nomeadamente uma moderna fragata (com características furtivas), a F802, colocada em serviço no ano de 2002.

«CYGNET»

Pouquíssima coisa se sabe sobre este navio de pequeno porte, que foi propriedade de Charles Swan, aventureiro e pirata inglês do século XVII, antes de passar sob o mando de um certo capitão Read. O que é certo, é que o «Cygnet» navegou em águas caribenhas, antes de efectuar -em 1688, às ordens de Read- aquela que é considerada a primeira viagem feita pelos Ingleses às costas da Austrália; onde o navio arribou para se submeter a reparações e onde a sua equipagem explorou a agora chamada Cygnet Bay (numa homenagem ao navio em apreço) e King Sound. Essa viagem do «Cygnet» ('Pequeno Cisne') despertou uma extraordinária curiosidade na Inglaterra e na Europa do tempo, pelo facto de um dos membros da expedição -William Dampier- ter tomado notas e executado desenhos das suas observações da fauna, da flora e dos autóctones do noroeste da Austrália, que muito surpreenderam a comunidade científica britânica; e que contribuiram para que o seu autor se lançasse na escrita de «A New Voyage Around the World», que teve grande impacto nos círculos intelectuais do tempo. O nome do aventureiro William Dampier -que, antes da expedição do «Cygnet», fora sucessivamente, pescador de bacalhau nos mares da Terra Nova, marinheiro da 'Royal Navy' a bordo do «Royal Prince» e corsário- passou a ser respeitado e o homem a ser reconhecido como um dos grandes exploradores e naturalistas da sua época. Dampier voltaria à Austrália, tempos depois, ao comando do navio «Roebuck» para nova expedição. Mas isso já é outra história. Desconhece-se o fim do «Cygnet», ao qual uma única e memorável viagem valeu a imortalidade.

terça-feira, 6 de maio de 2014

«GONÇALO VELHO»

Aviso de 2ª classe da Armada Portuguesa, encomendado no quadro de um programa de modernização da nossa marinha de guerra definido em 1930. O «Gonçalo Velho» foi lançado à água em 1933 pelos estaleiros britânicos Hawthorn Leslie, que o construiram baseando-se nos navios da classe 'Bridgewater', que equiparvam, por essa época, a 'Royal Navy'. Oa navios lusos dispunham, no entanto, de armamento mais pesado que os seus congéneres. Este aviso -destinado a operar em águas do ultramar- deu nome a uma classe de navios, que compreendeu também o «Gonçalves Zarco», igualmente construído pela já mencionada unidade fabril estrangeira. O «Gonçalo Velho» deslocava 1 785 toneladas e media 81,50 metros de longitude por 10,80 metros de boca. O seu calado era de 3,50 metros. A sua propulsão era assegurada por máquinas desenvolvendo uma potência de 2 000 hp (acopladas a 2 hélices), que lhe asseguravam uma velocidade máxima de 16,5 nós e que lhe garantiam uma autonomia de 6 000 milhas náuticas, com andamento limitado a 11 nós. O seu armamento principal era constituído por 3 canhões de 120 mm e por 2 peças de 40 mm. A sua guarnição foi fixada em 142 homens. Em 1946, depois do desfecho da 2ª Guerra Mundial, o «Gonçalo Velho» foi equiparado a fragata e recebeu o indicativo de amura F475. Modernizado em 1959, afim de poder cumprir missões de guerra anti-submarina, este navio foi equipado com sensores modernos (radar de navegação e ASDIC) e armado com morteiros e calhas para lançamento de cargas de profundidade. O «Gonçalo Velho» -cujo nome homenageava um ilustre navegador português do século XV- manteve-se no activo até 1961, sendo posteriormente desmantelado.