quarta-feira, 28 de maio de 2014

«BAIKAL»

Num tempo em que o traçado do caminho-de-ferro Transsiberiano ainda não contornava o lago Baikal, este era cruzado por 'ferries' que transportavam comboios entre as duas margens deste autêntico mar interior, que mede, 'grosso modo' 650 km de comprimento por 100 km de largura. Um desses navios tomou o nome do lago em referência e foi construído, na Grã-Bretanha, pelos estaleiros Armstrong, Whitworth & Cº, de Elswick. Depois foi desmontado, transportado para a aldeia de Listvenichye, nos confins da Rússia, onde se procedeu à sua reconstrução definitiva. O «Baikal» entrou em serviço no ano de 1900. Esta curiosa embarcação -que tinha capacidades quebra-gelo- podia deslocar até 4 267 toneladas em plena carga. Media 88,40 metros de longitude por 17,40 metros de largura e o seu calado era de 5,80 metros. O 'ferry' «Baikal» estava equipado com 3 máquinas a vapor de tripla expansão, desenvolvendo uma potência global de 3 750 h.p., e com 2 hélices. A sua velocidade máxima era de 12 nós. Podia transportar -para além da sua tripulação e de 300 passageiros- duas dezenas de carruagens e respectivas locomotivas. Aquando da guerra, que precedeu a conquista e consolidação do poder pelos soviéticos, este navio foi armado com canhões e com metralhadoras. Durante esse conflito, o navio em apreço chegou a ser atacado (e seriamente danificado) por tropas checas, aliadas aos Russos Brancos. Reemergido na sequência do afundamento que resultou desse ataque, o «Baikal» acabou por ser desmantelado em finais dos anos 20 do passado século. Diz-se que parte do seu equipamento (como as hélices e as máquinas, por exemplo) permanecem, no entanto e ainda, no fundo do lago que lhe deu o nome, num sítio próximo da foz do rio Angara.

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