segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
«REIS MAGOS»
Galeão português do século XVI. A 14 de Fevereiro de 1586 -quando já se encontravam reunidas as duas coroas ibéricas sob a autoridade do primogénito de Carlos V- navegando este navio para o Oriente a mando de João Gago de Andrade, foi atacado (quase na linha do equador) por duas naus inglesas. Após um desigual duelo de artilharia, que durou mais de uma hora, o maior dos navios britânicos abordou o nosso galeão, enquanto o outro inimigo continuava a alvejar o «Reis Magos». O capitão português «já velho, gotoso, mas intrépido» soube, no entanto, utilizar da melhor maneira os 200 homens (marinheiros e soldados) colocados sob as suas ordens e rechaçar todos os ataques do adversário, causando-lhe estragos de monta e fazendo grande mortandade na sua tripulação, graças ao tiroteio cerrado dos combatentes colocados nas gáveas. De modo que a nau inglesa teve de desferrar e abandonar o combate ao cabo de duas horas de intensa luta, acabando por desaparecer no horizonte na companhia do outro agressor. No «Reis Magos», onde apenas morrera um tripulante, havia, porém, muitos feridos para cuidar. O que foi feito, enquanto o valoroso navio prosseguia a sua rota para a Índia e para Malaca, término da sua aventurosa viagem.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
«ACONIT»
Corveta de construção britânica (lançada à água em Março de 1941 pelos estaleiros Ailsa), utilizada pela Forças Navais da França Livre durante a Segunda Guerra Mundial. Era um modesto navio de 62,70 m de comprimento por 10,90 m de boca, podendo deslocar 950 toneladas e atingir a velocidade máxima de 16 nós. Esta corveta dispunha de uma equipagem de 70 homens e estava armada com 1 canhão de 102 mm, 1 de 40 mm e 2 de 20 mm, além de dispositivos de lançamento de cargas de profundidade com 60 munições. A «Aconit» efectuou inúmeras missões no Atlântico, nomeadamente escoltas de formações de navios mercantes em proveniência das Américas. O seu dia de glória chegou a 11 de Março de 1943, quando, com outros navios de guerra Aliados, assegurava a protecção do comboio HX 228. Durante essa sua perigosa missão, a «Aconit» e a sua guarnição afundaram dois submarinos alemães : o «U-444» (que a valorosa corveta abalroou voluntariamente) e, uma dezena de horas mais tarde, o «U-432» (destruído por tiros de artinharia). Além desta dupla façanha, ficou ainda a dever-se ao pequeno navio das F.N.F.L. o salvamento de inúmeros marinheiros dos submersíveis destruídos e de navios amigos afundados pelos germânicos. A corveta «Aconit» foi devolvida, no final do conflito, à 'Royal Navy', sob cuja bandeira ainda navegou uns anos com os nomes de «Tarje XI» e «Terrier Southern».
«PÁTRIA»
Irmão gémeo do paquete «Império» (com o qual partilhava, naturalmente, as mesmas características técnicas), este navio foi também ele construído nos estaleiros navais de John Brown, em Clydebank (Glásgua-Escócia). A sua entrega à Companhia Colonial de Navegação -a cuja frota pertenceu- foi efectuada em Dezembro de 1947. Não obstante ter sido destinado à carreira da África Oriental, na qual operou até 1973, o «Pátria» fez várias viagens às Américas, nomeadamente ao Brasil. Custou, segundo o seu armador, 138 000 contos. A sua viagem inaugural, efectuada entre Lisboa e a cidade da Beira, foi algo acidentada, já que o navio sofreu uma avaria nos geradores, que o imobilizou 1 mês na Cidade do Cabo. Em Abril de 1962, o paquete «Pátria» foi fretado pelo ministério do exército para ir a Carachi (no Paquistão) buscar os soldados portugueses capturados pelas forças armadas da União Indiana, aquando do conflito que resultou na perda de soberania lusa sobre os territórios de Goa, Damão e Diu. Terminou a sua derradeira viagem na Formosa (hoje Taiwan) em 1 de Agosto de 1973. Foi desmantelado ali pela companhia Chi Shun Hwa, de Kaohsiung, nesse mesmo ano.
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