sábado, 31 de dezembro de 2016

«ROLAND MORILLOT»

Este submarino de concepção alemã pertenceu à moderna e aerodinâmica classe XXI, utilizada pela armada hitleriana em finais do segundo conflito generalizado. Foi construído nos estaleiros navais da firma Blohn und Voss, de Hamburgo, que o lançaram à água no dia 4 de Outubro de 1944. Este submarino foi colocado no serviço operacional da 31ª Flotilha -baseada em Bergen, na Noruega ocupada- no dia 1º de Abril de 1945 e devido à vitória dos Aliados (um mês mais tarde) nunca participou em operações de guerra. No dia 8 de Maio desse mesmo ano, a tripulação do então designado «U-2518» entregou-se, em Horten, com o seu navio aos Britânicos. Transferido para Londonderry, o navio ali permaneceu até Fevereiro do ano seguinte, sendo depois cedido à marinha de guerra francesa; onde lhe foi atribuído o número de amura S-613. As transformações a que foi sujeito tiveram lugar no arsenal de Cherburgo e terminaram em Janeiro de 1948. A sua primeira missão (na realidade, um teste para avaliar as suas reais capacidades) consistiu num cruzeiro entre Toulon (porto de guerra do Mediterrâneo) e Casabianca (Córsega), que o antigo submarino germânico efectuou integralmente em imersão graças à utilização do 'schnorchel'. Em 1951, o estado-maior da armada gaulesa deu-lhe o nome de «Roland Morillot», que já fora o atribuído a um congénere capturado e destruído pelos alemães (aquando da ocupação de França) em fase avançada da sua construção. O S-613 serviu na 'Marine Nationale' até Outubro de 1967, sendo posteriormente vendido a uma empresa de La Spezia (Itália), que ali procedeu ao seu desmantelamento. Entretanto, o «Roland Morillot» havia participado na Operação Mosqueteiro, realizada conjuntamente (em 1956) com navios da Marinha Real Britânica durante a chamada Crise de Suez. O S-613, que dispunha de uma guarnição de 57 homens, apresentava as seguintes características técnicas e militares : 1 621 toneladas de deslocamento (à superfície) ; 76,70 metros de longitude por 6,32 metros de boca; 17,5 nós de velocidade máxima (em configuração de mergulho); 280 metros de profundidade limite autorizados; 15 500 milhas náuticas de raio de acção (à superfície e com andamento limitado a 10 nós). 6 tubos lança-torpedos de 533 mm municiados com 24 engenhos; 2 torretas com 4 canhões AA de 20 mm; 12 minas. Submersível inovador, esta unidade da classe XXI distinguia-se por ser formada por 8 secções de casco pré-fabricadas e inteiramente soldadas entre si. A França tirou o máximo proveito da sua utilização e inspirou-se no S-613 para criar os submarinos da classe 'Requin'.