Este
é o nome inglês e de divulgação turística de um navio-hotel chinês, que efectua
cruzeiros no rio Yang-tzé, ou rio Azul. Esta curiosíssima embarcação foi
construída em 2003 nos estaleiros de Ychang (China) e apresenta as seguintes
dimensões : 3 088 toneladas de arqueação bruta; 90,50 metros de
comprimento; 14,80
metros de boca; 21,10 metros de
altura; 2,75 metros
de calado. Com categoria equivalente à de um hotel de 5 estrelas, este navio
fluvial tem cinco convezes, sendo o superior aberto e vocacionado para a observação
dos bonitos lugares percorridos, entre os quais se incluem trechos da impressionante
região das Três Gargantas. O «Dragon of the Yangze» oferece aos seus
afortunados utentes 93 camarotes e ‘suites’, com vista para o exterior. Todos são
de grande conforto e dotados com ar condicionado e com casa de banho privativa.
Para além destas acomodações (cujo custo varia em função da sua dimensão), esta
embarcação dispõe de um centro de negócios, lojas, restaurantes, bares, sala de
reuniões, biblioteca, clínica, ginásio, saunas, ‘jacuzzi’, salão de beleza, salas
de jogos, etc. Um elevador liga os convezes entre si. O «Dragon» -que se
caracteriza exteriormente pela impressionante figura de proa representando esse animal mitológico-
pode receber a bordo cerca de 180 passageiros, que ali beneficiam de um luxo
digno dos antigos mandarins. Isso está patente no fausto dos adornos do navio,
nos esplendorosos trajes dos tripulantes (inspirados nas roupas usadas nos tempos da dinastia Quing, que reinou no país
desde meados do século XVII), na opulência das iguarias servidas a bordo, etc. A
rota do «Dragon of the Yangtze» segue, parcialmente, o curso do rio Azul, que é
–com os seus 6 400 km- um dos mais longos cursos de água do planeta. Esta
embarcação, que faz parte de uma moderna frota de navios-hotel, é explorada por
uma empresa estatizada.
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
«MARIA DAS FLORES»
Lugre-motor
de bandeira portuguesa. Foi construído no estaleiro do Bico da Murtosa por José
Maria Lopes de Almeida, de Pardilhó, e lançado à água no dia 18 de Fevereiro de
1946. Com perto de 700 toneladas de deslocamento e com uma capacidade de carga para
10 000 quintais de bacalhau, este belo navio de 3 mastros e com casco em
madeira apresentava as seguintes dimensões : 50 metros de comprimento;
10,30 metros
de boca; 4,85 metros
de pontal. Estava equipado com 1 máquina propulsiva de 340 h.p. e com 2 motores
de menor potência, que proporcionavam energia à sua câmara frigorífica e à rede
interna de luz eléctrica. O «Maria das Flores» acolhia uma tripulação
permanente de 11 tripulantes e uma companha de 50 pescadores, que utilizavam 57
dóris no seu duro labor. Este lugre-motor tinha linhas modernas, que se
caracterizavam pelo seu casco de alto bordo nas extremidades; que rompiam com o
desenho dos bacalhoeiros construídos antes e durante o período da 2ª Guerra
Mundial e que se distinguiam pelo seu costado baixo e corrido. A vida deste navio começou de maneira
atribulada, já que, em inícios do mês de Abril desse ano de 1946, encalhou na
ria de Aveiro, onde esteve imobilizado até 10 de Maio. Mas, ainda assim, o
«Maria das Flores» (que pertenceu, sucessivamente, ao armador João Carlos Tavares e à Empresa Comercial e Industrial de Pesca) pôde
participar na campanha de pesca desse ano. A partir daí a sua história foi mais
calma, cumprindo, para satisfação de todos, a tarefa que justificou a sua
realização no imediato pós-guerra. O «Maria das Flores» continuou a pescar nas águas
do Atlântico norte, até que –a 18 de Setembro de 1958- naufragou com água
aberta no banco Eastern Shoals (Terra Nova, Canadá). Por essa altura, o navio já
havia completado a sua carga de pescado e preparava-se para voltar a Portugal.
O afundamento do «Maria das Flores» foi ocasionado por ventos ciclónicos. A sua
tripulação foi salva pelo navio-motor «Lousado», do mesmo armador.
domingo, 24 de fevereiro de 2013
«KOSTIANTYN OLSHANSKY»
Navio
de assalto anfíbio da classe ‘Ropucha’ (vocábulo que de traduz por ‘sapo’ na
nossa língua) pertencente à marinha de guerra da Ucrânia. Construído na Polónia
(nos estaleiros Stoczna Pólnocna, de Gdansk), entre 1975 e 1991, como 28 outros
navios do seu tipo, o «BDK-56» serviu na armada soviética até ao desmoronamento
da U.R.S.S.. E, em 01/10/1996, foi oficialmente integrado nos efectivos da
marinha militar ucraniana, na sequência do tratado de partilha de material bélico
assinado ente a Rússia e o governo de Kiev. Passando, desde então, a usar o
nome de «Kostiantyn Olshansky» e o número de amura U402. Com uma área de 620 m2 destinada a receber
25 veículos blindados, este navio tem, também, acomodações para acolher 98
tripulantes permanentes, 225 fuzileiros navais e os operadores de todos os veículos
transportados. Veículos que acedem e saiem de bordo através de 2 portas
situadas à popa e à vante do U402, dispondo a de proa de uma característica
rampa. Único navio desta classe a operar na armada da Ucrânia, o «Kostiantyn
Olshansky» deslocada 3 200 toneladas em plena carga e mede 113 metros de
comprimento por 15 metros
de boca. O seu calado máximo é de 3,70 metros . A sua propulsão é assegurada por 2
máquinas diesel com uma potência global de 19 200 h.p., que lhe conferem 18 nós
de velocidade e uma autonomia de 6 100 milhas náuticas. O seu armamento compreende
2 canhões de 76 mm ,
peças antiaéreas e 4 baterias de lançamento de mísseis. Durante a crise da Líbia,
em 1911, que levou à deposição e morte de Kadhafi, este navio esteve nas águas
territoriais desse país do norte de África, com o fim de, dali, evacuar os cidadãos
ucranianos que temessem pela sua segurança.
sábado, 23 de fevereiro de 2013
«ERIC REYES HOLGUIN»
Este
navio-patrulha de apoio fluvial pesado pertence à Armada Nacional da Colômbia e
é do tipo ‘PAF-III’. Usa o indicativo de amura NF-615 e foi a quarta unidade da
sua classe a ser construída nos estaleiros da Cotecmar (Corporación de Ciencia y
Tecnologia para el Desarrollo de la Industria
Naval , Marítima y Fluvial), em Cartagena de Indias. Desloca
275 toneladas e as suas principais características externas são as seguintes : 38,45 metros de
comprimento; 9,50 metros
de boca; 3,10 metros
de pontal; 1 metro
de calado. Fruto da nova e promissora indústria naval colombiana (que já
exporta para vários países), o NF-615 foi concebido para actuar nos rios amazónicos e transportar tropas
do exército ou dos fuzileiros navais para lugares só acessíveis pela via
fluvial. Tropas governamentais treinadas na luta anti-guerrilha (contra as FARC)
e na perseguição aos traficantes de narcóticos. Este pequeno navio tem
capacidade para transportar 40 militares inteiramente equipados para o bom
desempenho das suas missões. O «Eric Reyes Holguin» foi motorizado com 1
Caterpillar (diesel) de série 60, desenvolvendo uma potência de 400 bht a 1 800
r.p.m., força que lhe garante uma velocidade de cruzeiro de 13 km/hora. O seu
sistema de propulsão é do tipo ‘pump jet’, concebido especialmente para a
navegação em águas baixas e que dispensa o uso de hélices e de lemes. O NF-615
está armado com artilharia ligeira (de 12 mm ) guiada pelo sistema de laser optrónico
JEYUR e com 1 lança-granadas de 40
mm . Razoavelmente blindado e apetrechado com
instrumentos modernos de apoio à navegação (GPS com conexão satelitar, sondas
de profundidade, etc), esta unidade fluvial, com um ‘design’ furtivo, também
pode operar um helicóptero do tipo MBB/Kawasaki Bk 117. A armada colombiana já
opera 8 patrulheiros desta classe e prevê a construção de mais duas unidades.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
«HIMALAYA»
Encomendado aos estaleiros CJ Mare & Cº, de Leamouth (Londres) pela Peninsular and Oriental Steam Navigation Company, como navio mercante de transporte de passageiros e carga, o «Himalaya» foi lançado à água no dia 24 de Maio de 1853. Mas, devido à guerra da Crimeia, que rebentou no ano seguinte e na qual o império britânico se envolveu, este navio foi adquirido pela 'Royal Navy' pela soma de 130 000 libras, que representava o valor pago aos construtores pelo seu comanditário. E passou, desde logo, a transportar tropas para aquele teatro de guerra. O HMS «Himalaya» era um navio de propulsão mista (velas/vapor) com 3 mastros (aparelhados em galera) e 1 máquina a vapor que accionava duas rodas laterais de pás. O seu aparelho propulsivo (velas/vapor) proporcionava a este navio com 4 690 toneladas de deslocamento (e com 100 metros de comprimento por 14 metros de boca) uma velocidade de 16,5 nós. O navio civil fora concebido para poder transportar 200 passageiros e para ser operado por uma tripulação de 213 membros, mas a versão militar (menos preocupada com o conforto) multiplicou substancialmente o número de pessoas acolhidas a bordo. Terminada a guerra da Crimeia e com o evoluir das técnicas, o «Himalaya» foi submetido (por várias vezes) a grandes trabalhos, dos quais resultaram a supressão das rodas e a sua substituição por hélices. Com o correr do tempo, também parte do seu aparelho eólico foi desaparecendo e substituído por máquinas mais poderosas. A verdade é que este navio serviu cerca de 40 anos na marinha de guerra britânica como transporte de tropas; quando, os peritos da armada de Sua Majestade lhe haviam augurado, aquando da sua aquisição, uma carreira breve. O «Himalaya» esteve na China, envolvido na Segunda Guerra do Ópio, transportou tropas para a Índia, para a África do Sul e para o Canadá. Foi retirado do serviço activo da 'Navy' em 1894 e transformado em barcaça de transporte de carvão com o designativo de «C60». Em 1920, o ex-«Himalaya» foi vendido a um particular, que passou a utilizá-lo como embarcação de serviços em Portland Harbour. Foi ali que, no dia 12 de Junho de 1940, o antigo e descaracterizado transporte de tropas foi afundado pelos 'Stukas' da aviação hitleriana. Curiosidade : a fotografia anexada mostra o navio em apreço já amputado da rodas laterais, que inicialmente o equipavam. A chaminé de origem também era mais alta e o mastro de ré está (na imagem) aparelhado em barca.
«PENNSYLVANIA»
Lançado à água pelo arsenal de Filadélfia, este poderoso navio de linha da 'US Navy' deslocava mais de 3 100 toneladas e media 64 metros de comprimento por 17,30 metros de boca por 7,42 metros de calado. Tinha uma guarnição de 1 100 homens (corpo de oficiais incluído) e alinhava um impressionante armamento (distribuído por 4 convezes), que compreendia umas 140 bocas de fogo de variados calibres. Concebido (por Samuel Humphreys) para poder rivalizar com os maiores e melhor dotados navios ingleses do seu tempo, a realização do «Pennsylvania» foi autorizada pelo Congresso dos E.U.A. em 1816. A construção do navio foi, porém, das mais morosas, já que ultrapassou uma quinzena de anos. A 18 de Julho de 1837 procedeu-se, finalmente, ao bota-abaixo. O poderoso navio dirigiu-se imediatamente para os estaleiros de Chester, onde foi parcialmente equipado e passou, de seguida, pelo arsenal de marinha de Norfolk, onde o seu casco de madeira foi parcialmento revestido com chaparia de cobre. O «Pennsylvania» saíu da doca seca deste último estabelecimento a 2 de Fevereiro de 1838, desceu o rio Delaware (depois do essencial da sua guarnição ter sido transferida para o USS «Columbia») e dirigiu-se para Virginia Capes, na baía de Chesapeake. Esta seria a sua primeira e única navegação, já que, chegado ao porto militar de Gosport, o navio foi prontamente desclassificado. Por lá permaneceu uns 6 anos, até que, em 1842, iniciou uma longa carreira de navio de recepções, onde eram acolhidos os visitantes ilustres daquela base da 'US Navy'. Quando, em 1861, estalou a guerra civil entre os estados, as autoridades de Washington temeram que o navio fosse confiscado pelos Confederados e deram instruções para que o «Pennsylvania» fosse queimado até à linha de água. O que foi feito no dia 20 de Abril desse primeiro ano de conflito. Anos mais tarde, o que restava do malogrado veleiro (de 3 mastros) foi desmantelado. Pode dizer-se que a construção deste grandioso navio de linha foi, também, um superior fracasso (se não o maior de todos) dos arsenais norte-americanos.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
«D. FRANCISCO DE ALMEIDA»
Fragata de construcção holandesa, pertencente à classe 'Karel Doorman', chamada em Portugal classe 'Bartolomeu Dias'. Foi realizada nos estaleiros da firma Royal Schelde Dockyard, de Damen, que a lançaram à água em 1994, com o nome de «Van Galen». Vendida a Portugal e integrada na sua armada no ano de 2010, este navio recebeu o designativo de amura F-334 e o novo nome de «D. Francisco de Almeida», em homenagem ao grande capitão quinhentista, vencedor da memorável batalha naval de Diu. Gémeo da fragata «Bartolomeu Dias» e de seis outros idênticos navios a operar nas marinhas de guerra belga, neerlandesa e chilena, esta fragata desloca 3 320 toneladas em plena carga e mede 122,30 metros de longitude por 14,40 metros de boca. O seu calado é de 6,10 metros. Com propulsão assegurada por um sistema que compreende máquinas diesel e turbinas a gás, este navio pode atingir a velocidade máxima de 30 nós e dispor de uma autonomia (com andamento reduzido) de 9 000 km. A electrónica de bordo (sensores, radares, sistemas de navegação e de processamento de tiro, etc) é de última geração e o armamento principal do navio é constituído por 16 mísseis, lança-torpedos, metralhadoras e por um canhão de tiro rápido Oto Melara de 76 mm e com capacidades de fogo anti-navio e antiaéreo. Do seu equipamento faz também parte um helicóptero Westland 'Lynx'. A tripulação deste navio compreende 20 oficiais, 40 sargentos e 98 praças, para além de 13 militares do destacamento de helicópteros e 5 outros da chamada equipa de abordagem. A fragata «D. Francisco de Almeida» é, actualmente, um dos mais modernos navios de superfície da Armada Portuguesa. Veio, com a «Bartolomeu Dias», substituir as últimas 4 fragatas da classe 'Comandante João Belo». A «D. Francisco de Almeida» tem participado em exercícios de marinhas da NATO e esteve presente e empenhada nos mares da Somália -aquando da Operação Ocean Shield- na luta contra a pirataria.
«CAMPOS»
Navio misto (passageiros/carga) de bandeira brasileira. Construído em 1895 nos estaleiros Blohm und Voss, de Hamburgo, este navio usou, até 1917,o nome de Asuncion» e pertenceu (durante 22 anos) à companhia germânica Hamburg Sud. Serviu na linha Europa-América do sul, marcando presença frequente nos portos do estuário do Prata e de Santos, na costa paulistana. Geralmente, levava emigrantes e produtos manufacrurados na Europa para o outro lado do Atlântico e de lá trazia, essencialmente, café e algodão. Encontrava-se no porto de Santos quando, em 1914, rebentou a primeira guerra de dimensão planetária. E, por essa altura, o seu capitão recebeu ordens para o manter a navegar no litoral brasileiro e de cooperar com navios da armada do 'kaiser', que por ali cumpriam missõões de guerra contra as frotas mercantes dos inimigos da Alemanha. Foi, assim, que, durante algum tempo, o «Asuncion» serviu de abastecedor e de informador dos cruzadores «Karlsrhue» e «Kronprinz Wilhelm». Tendo até transferido, para portos do Brasil e por conta do primeiro desses vasos de guerra, pessoas capturadas aquando das suas operações no Atlântico. Temendo que a sua neutralidade fosse posta em causa, o governo brasileiro intimou o «Asuncion» a recolher ao porto de Belém do Pará. Onde, as autoridades brasileiras o confiscaram, a 1 de Junho de 1917, depois de terem rompido relações diplomáticas com a Alemanha Imperial. Registado localmente com o nome de «Campos», este navio foi entregue à companhia Lloyd Brasileiro, que o conservou (nas sua linhas de cabotagem) mais 26 anos. O «Campos» era um navio com 4 663 toneladas de arqueação bruta, que media 114,60 metros de comprimento por 14,10 metros de boca. A sua propulsão era assegurada por máquinas a vapor de quádrupla expansão, que lhe garantiam uma velocidade de cruzeiro superior a 10 nós. Estava equipado para transportar carga geral e dispunha de instalações aptas a receber 460 passageiros. A sua tripulação era de 50/60 membros. A sua longa carreira terminou no dia 23 de Outubro de 1943, quando o «Campos» navegava entre o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul e foi surpreendido (no litoral de São Paulo) pelo submarino alemão «U-170», comandado pelo capitão-tenente Gunther Pfeffer. Alvejado, este mercante brasileiro recebeu dois torpedos no bojo e afundou-se irremediavelmente. No naufrágio do «Campos», que navegava vazio e com equipagem mínima, perderam a vida 12 pessoas. Foi o derradeiro navio mercante de bandeira brasileira a sucumbir aos ataques perniciosos dos submersíveis tudescos.
domingo, 17 de fevereiro de 2013
«CHALLENGER»
Este 'clipper' de bandeira britânica foi construído, em 1852, pelos estaleiros da empresa Richard & Henry Green, de Blackwall. O seu comanditário foi o londrino Hugh Hamilton Lindsay. Empenhada no comércio com o Oriente, especialmente com a China, esta firma armadora quis -com a construcção deste navio- retirar algum protagonismo aos seus rivais norte-americanos, que, ao tempo, dispunham de alguma vantagem sobre os armadores europeus, graças aos seus navios mais rápidos. O «Challenger» foi, pois, concebido especialmente para participar nas famosas 'coridas do chá', que geravam lucros importantes àqueles que podiam alinhar os 'clippers' mais velozes. Este veleiro de três mastros com casco em madeira apresentava uma arqueação bruta de 700 toneladas e media 53 metros de comprimento por 9,80 metros de boca. O seu calado era de 6,10 metros. O «Challenger» fez a sua primeira viagem à China logo em 1852, carregando sacos de chá em Xangai com destino à capital do império britânico. Por alturas de Anjer, encontrou-se com um famoso congénere ianque de nome «Challenge» (um quase honónimo) que seguia para a Europa com chá embarcado em Cantão e com o qual ele encetou uma desenfreada corrida. O «Challenger» ganhou essa prova, chegando a Londres dois dias antes do seu rival. Em 1868, este navio britânico mudou duas vezes de proprietário no curto espaço de quatro dias; mas conservou o seu nome original e a bandeita rubra da marinha mercante do Reino Unido. Em 1871 mudou novamente de mãos e passou a operar, com mais assiduidade, na rota da Austrália. Perdeu-se por encalhe, em data e condições não apuradas, num ponto da costa inglesa, situado a sudoeste de Plymouth. A imagem anexada não representa o «Challenger», mas um navio seu contemporâneo e da mesma categoria.
«COSTA FASCINOSA»
O «Costa Fascinosa» é um dos grandes e luxuosos navios de cruzeiro que sulcam actualmente as águas de mares e oceanos, para grande proveiro daqueles que foram poupados pela crise económica. Este navio foi construído no estaleiro Fincantieri - Cantieri Navali Italiani, de Marghera e estreado em inícios do mês de Maio de 2012. A sua viagem inaugural foi curta, pois partiu de Veneza, a Cidade dos Doges, para terminar em Savona, depois de ter feito escalas em Dubrovnik (na Croácia) e na bela ilha de Capri. O «Costa Fascinosa» faz parte da frota de navios de luxo da companhia Costa Crociere e foi registado no porto de Génova. De uma grande elegância de linhas (os arquitectos navais transalpinos são dos melhores estilistas do mundo), esta autêntica cidade flutuante apresenta uma arqueação bruta de 113 216 toneladas e mede 290 metros de longitude por 35,50 metros de boca. O seu poderosíssimo sistema propulsor pode lançá.lo à velocidade de 23 nós. Com o seu gémeo «Costa Favolosa», este gigante dos mares é o maior de todos os navios a ostentar bandeira italiana. Oferece 1 508 cabines com capacidade para receberem 3 780 passageiros e tem equipamentos de lazer e de desporto que nem todas as grandes cidades do mundo podem proporcionar aos seus habitantes. O «Costa Fascinosa» dispõe de uma grande sale de espectáculo com três pisos, 4 restaurantes, 13 bares, 1 centro de bem-estar com 6 000 m2, ginásio, academia de dança, saunas, banho turco, solário, salões de beleza, cabeleireiros, 'jacuzzis', hidromassagem, 5 piscinas (1 das quais reservada às crianças), espaços de jogos colectivos, circuito de 'jogging' ao ar livre, simuladores de golfe e de condução desportiva, casino, discoteca, centro comercial com dezenas de lojas, posto médico multiespecializado, biblioteca, circuito de televisão, internet, etc, etc. Este navio é derivado da classe do desafortunado «Costa Concordia», que continua a degradar-se junto à ilha de Giglio, depois do mediatizado naufrágio ocorrido em 13 de Janeiro do ano passado.
«REGELE FERDINAND»»
Esta fragata do tipo '22' foi construída pelos estaleiros Swan Hunter (de Walsend, G. B.) para o serviço da armada real britânica. Lançado à água em 1986 com o nome de «Coventry», este navio foi vendido à marinha de guerra romena em 2003 e integrada oficialmente nos seus efectivos a 9 de Setembro do ano seguinte. Recebeu, após a sua aquisição, o nome de «Regele Ferdinand» ('Rei Fernando') e o identificativo de amura F221. Verdadeiro navio-almirante da armada da Roménia, esta unidade -que tem uma guarnição de 273 oficiais, sargentos e praças- tem a sua base em Constanta e é, actualmente, um dos navios militares mais modernos a cruzar as águas do mar Negro. As suas características gerais são as seguintes : 5 300 toneladas de deslocamento em plena carga; 148,10 metros de comprimento, por 14,80 metros de boca, por 6,40 metros de calado; propulsão assegurada por 4 turbinas a gás; velocidade máxima de 30 nós; autonomia de 4 500 milhas náuticas (com andamento reduzido); armamento principal constituído por mísseis de várias valências e por 1 canhão de tiro rápido de 76 mm (arma adaptada ao navio, após a sua aquisição aos britânicos); 1 helicóptero IAR-330 ('Puma' construído na Roménia sob licença). Depois da integração da Roménia (antigo país do bloco comunista) na NATO e na União Europeia, este navio tem participado regularmente em manobras navais e operações de carácter internacional, organizadas pelo Tratado do Atlântico Norte e pelas nações membros da Comunidade Europeia, a saber : 'Active Endeavour' (2005, 2007, 2008 e 2010, no mar Mediterrâneo), 'Breeze-CertExam' (2007 e 2008, nas águas da Bulgária) e 'Noble Midas' (2007, na Croácia e 2008, em Itália), O «Regele Ferdinand» também participou, em 2011, no bloqueio naval contra a Líbia de Kadhafi e na 'Operação Atlanta', em 2012, quando foi destacado para as costas da Somália, em cumprimento de uma missão de luta contra a pirataria. A marinha militar romena possui uma segunda fragata do tipo '22', a «Regina Maria» (ex-HMS «London») adquirida, também ela, à Royal Navy'.
«SPIRIT OF CHARTWELL»
Construído nos Países Baixos em 1997, esta embarcação começou a sua vida activa no Reno com o nome de «Van Gogh». Adquirida pelo britânico Philip Morrell e rebaptizado «Spirit of Chartwell», esta unidade fluvial esteve nos estaleiros do Grupo Kooiman (na Holanda) entre 2009 e 2010 para se submeter a substanciais trabalhos de restauro e de transformação. E, em 2011, já transmutada em barca de luxo para operar no Tamisa -com as cores da empresa Magna Carta Steamship- a «Spirit of Chatwell» foi escolhida pela casa real para transportar a rainha Isabel II, os seus próximos familiares e parte da sua ilustre comitiva durante o cortejo organizado aquando das festas do jubileu de Sua Majestade. Após esse evento, esta embarcação fluvial tornou-se famosa, em virtude da mediatização do referido acontecimento. Em Julho de 2012, para grande surpresa de todos os operadores do turismo europeu, o «Spirit of Chartwell» foi adquirido pelo armador e promotor turístico português Mário Ferreira -proprietário da empresa Douro Azul- que o imobilizou vários meses para novas obras de transformação e de adaptabilidade às condições de navegação no rio Douro. Onde este luxuoso navio-hotel opera, agora, com real sucesso. O «Spirit of Chartwell» -que desloca 485 toneladas, tem um calado de 1,45 metro e mede 63,90 metros de comprimento por 6,70 metros de boca- está equipado com 2 máquinas diesel desenvolvendo uma potência global de 700 hp; força que lhe permite navegar (se necessário) à velocidade máxima de 11 nós. Esta embarcação dispõe de uma equipagem seleccionada e oferece à sua endinheirada clientela -proveniente dos mais variados e longínquos cantos do mundo- o luxo, o conforto e a funcionalidade de 14 cabines e de 1 suite (denominada real). Tem restaurante, com cozinha confeccionada por um 'chef' de renome, piano-bar e um agradável convés superior com espaço ao ar livre. O «Spirit of Chartwell» navega, agora, em exclusividade em Portugal, onde é o mais prestigioso promotor das belezas do rio Douro e da sua imponente e rica região vinhateira. Diz-se que as listas de espera para viajar neste majestático navio-hotel -que está registado na capitania do Porto- já estão preenchidas para os próximos anos.
sábado, 16 de fevereiro de 2013
«SLAVA»
O
«Slava» (cujo nome significa ‘Glória’) foi o último submarino operado pela
armada búlgara. Construído na extinta União Soviética na década de 50 do
passado século, este submersível pertenceu a uma classe localmente chamada ‘Projecto
633’ (derivada
do modelo alemão ‘Tipo XXI’) e designada pela NATO com o código de ‘Romeo’. Este
navio fez parte de um lote de cinco unidades fornecida àquele país dos Balcãs,
membro do Pacto de Varsóvia. O «Slava» teve uma vida operacional
excepcionalmente longa, visto ter servido durante meio século na marinha de
guerra da Bulgária. Os submarinos ‘Romeo’ eram navios de patrulha oceânica e de
ataque, que utilizavam propulsão clássica e que também serviram nas armadas
chinesa, norte-coreana, síria, argelina e egípcia. As suas características
principais eram as seguintes : 1 750 toneladas de deslocamento em imersão; 76,60 mtros de
comprimento; 6,70 metros
de boca. Estavam equipados com 2 máquinas diesel e com 2 motores eléctricos,
que lhe garantiam uma velocidade máxima de 17 nós à superfície e de 14 nós em imersão. A sua
autonomia era, aproximadamente, de 16 000 milhas náuticas
e a sua guarnição constituída por 54 homens (oficiais, sargentos e praças). O
seu equipamento bélico consistia em 6 tubos lança-torpedos, 2 dos quais se situavam
à popa do navio. A armada da Bulgária teve uma frota de submarinos desde 1916 e
perdeu essa arma e as suas capacidades específicas em finais de 2011, com a
retirada do «Slava» (que vai integrar o património de um museu) do serviço
activo. A vetustez do «Slava» era de tal modo visível, que certos observadores
militares ocidentais afirmaram que tripulá-lo constituía «um verdadeiro acto de
coragem».
sábado, 2 de fevereiro de 2013
«BEETHOVEN»
Este grande veleiro com casco de aço e 4 mastros apresentava uma arqueação bruta de 2 000 toneladas e media 82,80 de comprimento por 12,30 metros de boca. Foi construído em 1904 nos estaleiros da casa Greenock & Grangemouth Dockyard, Cº, de Port Glasgow (Grã-Bretanha) para a companhia Freitas & Cº, de Hamburgo, pertencente a comerciantes de origem portuguesa. Destinado à carga geral (a Freitas & Cº era uma sociedade de importação/exportação) este navio foi vendido em 1911 à Spielmann & Cº, da mesma cidade de Hamburgo, quando o seu primeiro proprietário cessou a sua actividade comercial. Mas, ainda nesse ano, foi parar (não sabemos em que circunstâncias) às mãos do armador norueguês Daniel Strom, sem, todavia, mudar de nome. A sua rota preferida era a da América do sul, facto que obrigou este elegante navio a dobrar, por várias vezes, o temível cabo Horn, cemitério de muitos dos seus congéneres. Transportou toda a variedade de mercadorias sólidas, sendo as operações de carga/descarga apoiadas por um sistema de cabrestante e guinchos a vapor. Em 1913, o «Beethoven», que usava um velame pouco comum, ao qual os britânicos chamam 'barquentine' (os dois mastros de vante aparelhados com panos redondos e os dois de ré com velas áuricas) foi vendido para Itália. Onde também lhe conservaram o designativo de origem. Funcionou um tempo como navio-escola, voltando, finalmente, ao transporte de matérias tais como os nitratos, o carvão, etc. Com as cores da Società Anonima di Trieste, o navio patiu para a sua derradeira viagem a 30 de Março de 1914. Nesse dia, zarpou de Newcastle (G.B.) com um carregamento de carvão com destino ao porto de Valparaiso, no Chile. O «Beethoven» atravessou o oceano Atlântico, entrou no Pacífico e perdeu-se, com todos os seus tripulantes, em data incerta ao largo da costa desse país; devido, muito provavelmente, à violência de um furacão que, assolou o mal nomeado oceano descoberto por Fernão de Magalhães.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
«JOÃO ÁLVARES FAGUNDES»
Ostentando o nome de um navegador vianense, descobridor da Terra Nova e da foz do rio São Lourenço, este navio-motor tinha casco de aço e foi preparado para a pesca de arrasto lateral. Construído em 1945 nos estaleiros da CUF, na Rocha do Conde de Óbidos (em Lisboa), o «João Álvares Fagundes» pertenceu à SNAB - Sociedade Nacional de Armadores do Bacalhau, firma sedeada na capital. Era gémeo dos navios «Álvaro Martins Homem», «João Corte Real» e «Pedro de Barcelos». Apresentava 1 250 toneladas de arqueação bruta, media 71,10 metros de longitude e era capaz de carregar 18 000 quintais de peixe salgado. Como todos os pesqueiros da sua classe, dispunha de uma máquina diesel que lhe proporcionava uma velocidade de 12 nós e estava equipado com moderna aparelhagem de comunicações e de ajuda à navegação como a TSF, radiogoniómetro e, posteriormente, radar. As instalações da equipagem eram consideradas razoáveis, se comparadas com a vetustez das disponibilizadas às suas tripulações pelos lugres. Participou nas campanhas de pesca ao bacalhau até 1965, ano em que se afundou -ao largo das costas do Labrador- devido ao abalroamento acidental com um arrastão de bandeira islandesa, que fainava na mesma zona de trabalho. Nota : a imagem que ilustra este 'retrato' do «João Álvares Fagundes» não é a do navio em apreço, mas a do seu gémeo «João Corte Real». Que, naturalmente, tinha as mesmas características.
«LIAONING»
Primeiro porta-aviões da armada chinesa, o «Liaoning» foi reconstruído com base no casco do «Varyag» adquirido, em 2002, à Ucrânia por 18 milhões de dólares. O casco deste navio é, ao que parece, o único elemento que resta de uma unidade construída na extinta União Soviética e lançada ao mar em 1988. Tudo o resto, incluindo a ilha de comando, é de concepção e de fabrico chinês : propulsores, catapultas a vapor, mastro, equipamento electrónico, armamento fixo e aeronaves. Estas últimas serão, no essencial e ao que se julga, 40 aviões de combate J-15 (versão melhorada do Sukhoi Su-33 russo) e um número indeterminado de helicópteros pesados Z-8 (versão construída localmente sob licença francesa do aparelho 'Super Frelon'). O «Liaoning», que já navega, desloca umas 67 000 toneladas (em plena carga) e mede 300 metros de comprimento por 37,80 metros de boca. O seu calado é de 11 metros. Segundo o jornal «Diário do Povo» (próximo do governo de Pequim), serão necessários mais quatro anos para que este navio atinja a sua plena capacidade operacional e se torne, assim, uma das armas mais temíveis do arsenal chinês. Este porta-aviões será o primeiro de uma série de três unidades de mesma valência, que dotarão -num futuro mais ou menos próximo- as forças navais da República Popular da China. Só que os navios projectados serão construídos de raiz e serão o fruto de toda a experiência entretanto adquirida (com a ajuda do ex-«Varyag») pelos engenheiros e técnicos chineses. Com a modernização da sua marinha de guerra e a dotação de unidades de tal porte e de tal poder, a China pretende adquirir o estatuto de grande potência naval, face às armadas de países rivais tais como o Japão e a União Indiana. Vizinhos com os quais o relacionamento do gigante asiático nem sempre foi (ou é) dos mais amistosos. Curiosidade : o nome deste porta-aviões lembra o de uma importante província do nordeste do país.
«CHARLES DE GAULE»
Este navio (com um outro ainda por construir e que deverá chamar-se «General Leclerc») veio substituir os velhos porta-aviões da armada francesa «Clemenceau» e «Foch». Movido por energia atómica, o «Charles De Gaulle» (R91) é uma unidade com 42 500 toneladas de deslocamento (em plena carga) e com as seguintes dimensões : 261,50 metros de comprimento fora a fora; 64,36 metros de largura máxima; e 12,50 metros de calado. A sua propulsão é assegurada por 2 reactores nucleares, que lhe garantem uma potência de 83 000 cv, lhe asseguram 27 nós de velocidade e uma autonomia ilimitada. Ou melhor, só limitada pela quantidade de mantimentos embarcados (120 toneladas) e pela necessidade de garantir descanso terrestre aos membros da sua guarnição de 2 000 membros. O «Charles De Gaulle» foi construído no arsenal de Brest (DCNS) e colocado em serviço operacional em Maio de 2001. Depois de alguns problemas de 'mise-au-point', que o condenaram a um período dito de indisponibilidade periódica, o navio e o seu grupo aeronaval -que compreende 36 aeronaves, entre as quais figuram moderníssimos aviões de combate 'Rafale Marine'- integraram a esquadra do Mediterrâneo, que está sedeada no porto de guerra de Toulon. Além de ter realizado treinos com marimhas de guerra amigas (Índia, NATO), este poderoso porta-aviões já participou em operações bélicas contra os talibans afegãos, no quadro das operações 'Agapanthe' e 'Enduring Freedom'. O «Charles De Gaulle» está dotado com armamento defensivo/ofensivo impressionante, que compreende, além de peças de artilharia clássica, nada menos do que 14 rampas lança-mísseis. O seu corpo de aviação compreende 12 'Rafale Marine', 16 Super-Étendard' (modernizados), 2 aviões de detecção radar 'Hawkeye', helocópteros 'Cougar' (1), 'Caracal' (2), 'Dauphin' (2) e 'Alouette' III SAR (1). 700 membros da tripulação do «Charles De Gaulle» estão afectados ao seu grupo aéreo. Este navio apresenta uma taxa de disponibilidade da ordem dos 70%, podendo os seus aviões executar 100 missões diárias. Último detalhe : este porta-aviões nuclear (que é o único navio do seu género jamais construído no Ocidente, à excepção dos EUA) custou a faraminosa soma de 3 biliões de euros. Ou seja metade do valor dispendido pela 'US Navy' para realizar o seu «Ronald Reagan». É de crer que a crise actual ponha termo (pelo menos temporariamente) a gastos tão importantes como os que aqui estão em causa. Daí o já referenciado porta-aviões «General Leclerc» ter futuro incerto.
«COMANDANTE TENREIRO»
Navio-motor
realizado em 1943 no estaleiro da Murraceira, na Figueira da Foz, por Benjamim
Bolais Mónica, membro de uma ilustre família de construtores de navios. Destinado
ao serviço da Lusitânia – Sociedade Portuguesa de Pesca, da mesma cidade da foz
do Mondego, este bacalhoeiro tinha casco de madeira e um desenho que rompia com
o dos lugres em uso na frota de pesca portuguesa. Este navio, de 2 mastros,
apresentava 717,15 toneladas de arqueação bruta, media 51,50 metros de
comprimento e foi dotado com 2 máquinas Sulzer de 535 cv, que lhe
proporcionavam uma velocidade de cruzeiro de 10 nós. Estava equipado com luz eléctrica,
frigorífico, TSF e outra aparelhagem ausente nos seus predecessores. Também
tinha um castelo com espaço próprio para abrigar os dóris. Este pesqueiro teve um gémeo no navio
«Bissaya Barreto», pertencente ao mesmo armador figueirense. O seu nome foi-lhe
dado para homenagear Henrique Tenreiro, oficial da Armada e figura grada do
salazarismo, que ocupou, entre outros, os cargos de delegado do governo junto
do Grémio dos Armadores de Navios de Pesca do Bacalhau e de dirigente da Junta
Central das Casas de Pescadores. Tenreiro atingiu o posto de contra-almirante e
exilou-se no Brasil (onde faleceu) em 1974, após o triunfo da revolução do 25
de Abril. Referentemente ao navio, diga-se que fez apenas duas campanhas de
pesca no Atlântico norte, pois perdeu-se nos mares da Groenlândia no dia 20 de
Junho de 1946, devido à sua colisão acidental com uma ilha de gelo. Toda a sua
tripulação (constituída por várias dezenas de homens) pôde ser salva pela
equipagem do já mencionado e idêntico navio-motor «Bissaya Barreto».
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