quarta-feira, 28 de março de 2012

«NING HAI»


O nome deste cruzador ligeiro da armada nacionalista chinesa significa 'Mares Calmos'. Foi construído no Japão e lançado à água, em 1933, pelos estaleiros de Harima. O «Ning Hai» deslocava 2 526 toneladas e media 110 metros de comprimento por 12 metros de boca. O seu sistema de propulsão desenvolvia uma potência de 10 579 cv, o que lhe permitia navegar a uma velocidade máxima que superava os 23 nós e de dispor de uma autonomia de 5 000 milhas náuticas com andamento limitado a 12 nós. Do seu armamento constavam 6 peças de artilharia de 140 mm, 6 antiaéreas de 76 mm, 10 metralhadoras, 4 tubos lança-torpedos de 533 mm e 9 dispositivos para lançamento de cargas de profundidade. Operava 2 hidoaviões Aichi AB-3, que não eram catapultados, mas colocados na água e recolhidos por um guindaste. O «Ning Hai» tinha uma guarnição de 361 homens. Este navio tinha um gémeo com a mesma origem denominado «Ping Hai» ('Mares Amigos'). Foi navio-almirante das esquadras de Tchang Kai-chek até 1937 e participou na guerra contra o Japão, após a invasão nipónica da China, tendo participado na batalha de Xangai e na defesa da fortaleza de Kiangyin, que protegia um trecho do rio Yangtzé. Gravemente danificado e afundado -em 23 de Setembro de 1937- pela aviação naval japonesa, com base no porta-aviões «Kaga», este navio chinês acabou por ser apresado pelos invasores (depois de reemergido) e utilizado com o nome de «Ioshima». Equipado com novo armamento e com aparelhagem radar, o antigo navio chim participou em várias operações da 2ª Guerra Mundial, até que, no dia 19 de Setembro de 1944, foi afundado pelo submarino norte-americano USS «Shad».

«SEABOURN QUEST»


Luxuoso navio de cruzeiros pertencente à frota da Seabourn Cruise Line. Arvora bandeira da Bahamas e está registado no porto de Nassau. A construção deste navio foi realizada pelos estaleiros da firma T. Mariotti, de Génova, que o lançou ao mar em 1911, ano em que também foi entregue ao seu proprietário. O «Seabourn Quest» tem dois gémeos : os navios Seabourn Odyssey» e «Seabourn Sojourn». Apresenta 32 346 toneladas de arqueação bruta e mede 198,15 metros de comprimento por 25,60 de boca. O seu calado é de 6,50 metros. Este sumptuoso navio move-se graças a um grupo de 4 motores diesel, que desenvolvem uma potência unitária de 30 900 cv, e a 2 hélices de passo variável. A velocidade de cruzeiro do «Quest» é de 19 nós, mas a sua velocidade máxima ronda os 26 nós. Mais pequeno do que os seus congéneres destinados ao turismo massificado, este elegantíssimo navio oferece aos seus exigentes passageiros o que de melhor existe em matéria de segurança, de conforto e de lazer. O navio pode receber 450 viajantes (distribuídos por 225 camarotes e suites) e pode operar nos lugares turísticos mais prestigiosos do planeta. Curiosidade : a segunda parte do seu nome foi escolhida graças a um concurso público promovido pelo armador.

«DELFIM»


Construído ao abrigo do Programa Naval estabelecido no início dos anos 30 do passado século, o «Delfim» foi o primeiro submarino da classe que tomou o seu nome e que compreendeu mais duas outras unidades similares : o «Espadarte» e o «Golfinho». Concebido e construído (1934) na Grã-Bretanha, nos estaleiros navais da Vickers-Armstrong, localizados em Barrow-in-Furness (Cúmbria), o «Delfim» deslocava 1 105 toneladas e media 69,30 metros de comprimento por 6,55 metros de boca. O seu motor de combustão desenvolvia uma potência de 2 300 cv e o seu motor eléctrico 1 000 cv. A velocidade máxima do «Delfim» era, à superfície, de 16,50 nós e, em imersão, de 9,25 nós. Podia mergulhar à profundidade de 100 metros. Tinha uma autonomia de 5 000 milhas náuticas (navegando à velocidade reduzida de 10 nós), o que lhe permitia navegar, sem escala, «desde a foz do Tejo à foz do rio Cunene...». Estava armado com 1 peça de artilharia de 102 mm e com 6 tubos lança-torpedos de 533 mm (4 à vante e 2 à ré) municiados com 12 projécteis. O «Delfim», tal como os seus congéneres da 2ª Esquadrilha, tinha uma guarnição de 38 homens, incluíndo os oficiais. Os submersíveis da classe 'Delfim' foram todos retirados do serviço activo em 1950, para serem substituídos pelos navios «Neptuno», «Narval» e «Náutilo», veteranos da 2ª Guerra Mundial e, também eles, de origem britânica.

«DAYLIGHT»


Barca de quatro mastros e casco de aço, realizada em 1902 nos estaleiros Russell & Cº, de Port Glasgow (Escócia), para a Anglo-American Oil Company, de Londres. Com 3 756 toneladas de arqueação bruta, este veleiro media 107,10 de longitude por 14,95 metros de boca e por 8,58 metros de calado. Foi, com o seu gémeo «Brilliant», o maior veleiro de quatro mastros jamais construído. Concebido como navio petroleiro, o «Daylight» teve um começo de vida atribulado, já que, logo em 1906, o navio sofreu um incêndio no porto de Yokkaichi, onde se afundou durante as operações de extinção do fogo. Reemergido, este veleiro continuou no comércio de hidrocarbonetos (entre a América do norte e a Ásia, principalmente), mas, também no transporte de outros produtos, tais como o minério de manganês, o carvão, as madeiras, a copra, o chá, etc. O «Daylight» foi, ao longo da sua vida activa, vendido a diferentes armadores. Em 1924, foi adquirida pela firma norte-americana James Griffiths & Sons, que o desarvorou e o transformou em simples barcaça, tendo, nessa condição, servido no transporte de gesso entre a ilha de Sam Marcos e Long Beach. Em 1942 foi vendido a um armador brasileiro, que o transformou, de novo, em veleiro, lhe deu o novo nome de «Tangara» e o equipou com um motor auxiliar (diesel) de 400 cv. Foi desactivado em meados do século XX e desmantelado também por essa altura (1954).

«LEOPOLDUS PRIMUS»


Navio hanseático, pertencente à frota militar da cidade livre de Hamburgo, em cujos estaleiros navais foi realizado, sob a égide de um mestre holandês de carpintaria naval. Pouco se sabe sobre as suas características, salvo que media à volta de 40 metros de comprimento por 11 metros de boca e que estava armado com 54 canhões de variados calibres. Lançado à água em 1668, o «Leopoldus Primus» foi concebido para acompanhar -e defender da pirataria- as frotas mercantes que comerciavam com Portugal e Espanha. Uma outra das suas missões consistiu em dar assistência e protecção aos navios baleeiros da Hansa, que caçavam cetáceos nas águas da Groelândia. O seu nome foi-lhe concedido em honra do imperador Leopoldo I. Entre as bonitas esculturas que decoravam a popa do navio, figurava uma representando este monarca do Santo Império Romano. Essa artística peça, que foi executada pelo escultor alemão Christian Precht, é o único vestígio do navio. Foi conservada e faz (actualmente) parte do espólio do Museu de História da Cidade de Hamburgo. Na longa lista de feitos deste histórico navio, destacam-se 22 viagens à península Ibérica e 9 à Groenlândia; vários combates contra os piratas; um confronto vitorioso (que durou 12 longas horas) contra cinco navios corsários franceses, que tentaram apresar -no estuário do rio Elba- baleeiros hanseáticos de regresso de uma frutuosa campanha; operações de defesa da cidade de Hamburgo. Em 1702, quando navegava no mar da Mancha e ali afrontou violenta tempestade, o «Leopoldus Primus» sofreu graves avarias e foi obrigado a refugiar-se no porto de Falmouth, na Inglaterra; onde peritos deram o navio como irrecuperável. Inconformadas com o diagnóstico dos britânicos, as autoridades de Hamburgo trouxeram o navio volta para o porto hanseático, onde ele foi profundamente restaurado. A sua actividade cessou definitivamente em 1705, ano em que foi, finalmente, desmantelado.

«MIKUMA»


Cruzador pesado da marinha imperial japonesa. Pertencente à classe 'Mogami', esta unidade foi construída pelos estaleiros Mitsubishi, de Nagasaki, que o lançaram ao mar no dia 31 de Maio de 1934. Descolava 8 500 toneladas e media 206 metros de comprimento por 18 metros de boca. A sua propulsão era assegurada por 10 turbinas Kanpon (que desenvolviam uma potência de 152 000 cv) e por 4 hélices. Podia atingir a velocidade máxima de 37 nós. O «Mikuma» -que tinha uma guarnição de 850 homens- dispunha do seguinte armamento : 15 canhões de 155 mm (distribuídos por 5 reparos triplos), 8 de 127 mm, 4 peças antiaéreas de 40 mm e 12 tubos lança-torpedos de 610 mm. Estava equipado com 3 hidroaviões. Este navio participou em vários combates da chamada Guerra do Pacífico; nomeadamente na grandiosa batalha aeronaval de Midway. Na noite de 4 para 5 de Junho de 1942, o «Mikuma» entrou acidentalmente em colisão com o «Mogami», seu 'sister ship'. Este incidente, que causou avarias importantes nos dois cruzadores nipónicos, permitiu que as forças norte-americanas isolassem o «Mikuma» e o tornassem mais vulnerável às investidas dos aparelhos (bombardeiros e torpedeiros) da 'US Navy' e do Corpo de Fusileiros Navais; que o devastaram completamente, antes de o verem soçobrar no dia 7 de Junho de 1942. A sua guarnição sofreu numerosos mortos.