domingo, 30 de abril de 2017

LADBY (barco de)

Esta embarcação datada do século X foi encontrada na Dinamarca, no túmulo de um importante chefe de clã, durante escavações feitas em Kerteminde, na ilha de Funen -entre 1934 e 1937-  pelos arqueólogos G. Rosenberg e P. Helweg Mikkelsen. Foi um navio funerário e é a única embarcação desse tipo encontrada, até hoje, naquele país do norte da Europa. Os seus restos (assim como a âncora original e pedaços de correntes) estão expostos no Museu Viking, de Ladby. A propósito da importância do anónimo chefe que com este navio foi enterrado, note-se a presença, junto ao chamado barco de Ladby, dos esqueletos de 11 cavalos (número de equídeos nunca antes visto numa sepultura) e de 3 ou 4 cães. As dimensões deste antigo navio são de 21,50 metros de comprimento por 3 metros de boca.

«TURPIN»


O HMS «Turpin» foi um submarino britânico da classe T (grupo 3), que entrou em serviço já na fase final da 2ª Guerra Mundial. Na qual não desempenhou papel de relevo. Foi construído em Inglaterra, nos estaleiros de Chatham, lançado à água em Agosto de 1943 e acrescentado aos efectivos da 'Royal Navy' a 18 de Dezembro de 1944. Ostentou o indicativo de amura P354 e diz-se que o seu nome prestava homenagem a Dick Turpin, um famoso ladrão de estradas do século XVIII, que morreu na forca. O que, a ser verdade, não deixa de ser curioso, muito curioso. Este submersível era um navio com 84,28 metros de comprimento por 7,77 metros de boca, que deslocava, em imersão, 1 560 toneladas. Propulsionado por máquinas diesel e eléctricas, o «Turpin» podia atingir 15,5 nós de velocidade à superfície e 9 nós em configuração de mergulho. Tinha uma guarnição de 61 homens (corpo de oficiais incluído) e do seu armamento constavam : 11 tubos lança-torpedos e 3 metralhadoras antiaéreas. Os navios do grupo 3 foram conservados depois do armistício, equipados com sofisticada aparelhagem de detecção e utilizados em missões de contra-espionagem aquando da chamada Guerra Fria. Durante a qual o adversário designado eram a U.R.S.S. e os seus parceiros do Pacto de Varsóvia. Este submarino foi cedido, em 1965, à marinha militar de Israel, que lhe deu o nome de «Leviathan» e o utilizou até 1978, ano em que foi desmantelado.

«J. R. TOLKIEN»

Veleiro de bandeira neerlandesa. Construído em 1963 nos estaleiros de Magdeburgo (República Democrática Alemã), esta embarcação recebeu o primitivo nome de «Dierkow», foi registada no porto de Rostock e serviu como rebocador e transporte de frete na área do mar Báltico. Depois do derrube do muro de Berlim e da subsequente extinção da R. D. A., o navio em questão foi comprado (em 1994) e levado para Amsterdão, onde foi transformado numa escuna, destinada à indústria do turismo. Foi nessa altura que recebeu o nome do famoso escritor britânico, autor de «O Senhor dos Anéis», de «Hobbit» e de outros livros de sucesso. É uma veleiro de 2 mastros, que envergam pano redondo e latino com uma superfície total de 628 m2. Foi equipado com 1 motor auxiliar (a diesel) de 365 cv. Apresenta 139 toneladas de arqueação bruta e mede 41,70 metros de comprimento por 7,80 metros de boca. A sua tripulação normal não excede os 10 membros e o número de passageiros recebidos a bordo (entre 20 e 90) depende da duração dos cruzeiros, que podem prolongar-se de 1 dia solar até 1 semana ou mais dias. Das suas acomodações constam 11 cabines equipadas com beliches, WC e chuveiros e com um salão/sala de refeições capaz de receber 50 pessoas em simultâneo. Este iate é operado pela firma Van der Rest Sail Charter.

sábado, 29 de abril de 2017

«SANTIAGO»


Foi a bordo de um navio de pequeno porte baptizado com o nome do apóstolo das Espanhas (Santiago), que -no dia 2 de Abril de 1513-  o conquistador espanhol Juan Ponce de León (natural de Valladolid) descobriu uma península situada ao norte das Antilhas. Uma terra nova que ele nomeou Florida, pelo facto do seu achamento coincidir com o Dia de Ramos ou Páscoa Florida. Esse paradisíaco pedaço da América do norte (hoje conhecido pelo seu potencial turístico, mas não só) foi pertença do reino de Espanha até 1819, ano em que esse país ibérico o cedeu aos Estados Unidos. Naquele já longínquo dia de Abril de 1513, a «Santiago» (caravela redonda, com 3 mastros e uns 30 metros de comprimento) era a almiranta de uma frota que compreendia mais dois outros navios : a nau «Santa Maria de la Consolación» e o bergantim «San Cristobal». Os 3 navios, com capacidade global para receber 73 homens a bordo, carregaram, durante essa viagem de descoberta, cerca de 200 marinheiros e soldados. A frota partira de Porto Rico -ilha da qual o castelhano Ponce de León fora o primeiro governador- numa rota nunca antes navegada por embarcações europeias, com a firme intenção de procurar uma terra onde -dizia uma lenda antiga- existia a maravilhosa Fonte da (eterna) Juventude. Desconhece-se o destino final da caravela armada «Santiago» (artilhada com alguns canhões), que fora concebida para navegar com uma tripulação de 20 homens.

sexta-feira, 28 de abril de 2017

«CASERTA»

Este paquete usou sucessivamente os nomes de «Maritzburg», «Mendoza», «Caserta» e «Venezuela». Optámos aqui por designá-lo «Caserta», pelo facto de ser este o seu nome mais duradouro; e o que o navio em apreço usou de 1914 até 1923. Este navio foi construído em 1904 nos estaleiros ingleses da firma Armstrong, Whitworth & Cº, de Newcastle-upon-Tyne, para a companhia de navegação Bucknall Line; que, logo no ano seguinte, o cedeu ao Lloyd Italiano, onde o paquete recebeu o seu segundo nome e foi remetido para a linha Mediterrâneo-Nova Iorque. Na qual transportou essencialmente emigrantes, dispostos a instalar-se na América do norte. Em 1914, este transatlântico foi baptizado «Caserta» (em homenagem a uma cidade italiana da Campânia) e, mais tarde, fretado ao governo dos Estados Unidos; que o transformou em transporte de tropas armado (com 2 peças de artilharia de 76 mm) em previsão de uma entrada dos americanos no conflito contra os Impérios Centrais. O que viria a acontecer em 1917. Maldosamente apelidado 'barco do gado' ou 'barco do macarrão' (provavelmente devido às más condições de alojamento oferecidas aos militares e à pouco diversificada alimentação servida a bordo), o «Caserta» transportou milhares de tropas ianques, britânicas, italianas, etc., durante a guerra e posteriormente, quando foi necessário assegurar o regresso a casa dos combatentes. O «Caserta» retomou o serviço regular de passageiros civis em 1919 por conta da companhia N.G.I. - Navigazione Generale Italiana, ligando a Europa às cidades de Nova Iorque e/ou Filadélfia até finais do ano de 1921. Depois de uma curta pausa, o navio foi vendido, em 1923, à casa armadora La Veloce - Navigazione Italiana a Vapore, que lhe deu o seu derradeiro nome («Venezuela») e que o colocou numa linha entre a Itália e a América do Sul. Em 1924 ainda regressou ao seio da N.G.I., antes de ser desmantelado em 1928. O «Caserta» apresentava 6 847 toneladas de arqueação bruta e media 130 metros de comprimento por 16 metros de boca. A sua propulsão era assegurada por 2 máquinas a vapor de tripla expansão, cuja potência lhe garantia uma velocidade de cruzeiro de 14 nós.

«MOCTEZUMA»

Este navio hasteou bandeira dos Estados Unidos e foi fretado pelo representante diplomático de Espanha nesse país para fazer um transporte de armamento e de munições destinado ao vice-reino do Perú. Isso, num tempo em que os espanhóis tentavam jugular o movimento independentista do Chile. Este veleiro (uma espécie de brigue-escuna, ao qual os hispânicos preferem chamar 'goleta') deslocava 200 toneladas e estava armado com 8 canhões. Foi capturado sem luta -a 24 de Março de 1819- no porto de Callao pela corveta «Chacabuco» da recém-criada marinha militar do Chile e integrada na dita com o nome de «Moctezuma». Entre as suas primeiras missões bélicas constam o assédio de Callao e as conquistas de Corral e de Valdívia, em 1820, integrada na esquadra do almirante Cochrane. Posteriormente, fez parte da chamada Expedição Libertadora do Perú, servindo como navio de ligação com Valparaíso, para onde levou a notícia da queda de Lima. Este pequeno e veloz veleiro de 2 mastros teve a suprema honra de ter sido o último navio da armada chilena no qual o almirante Cochrane hasteou as suas insígnias de comando. Não nos foi possível encontrar referências sobre o seu destino final.

quarta-feira, 26 de abril de 2017

«CARACAS»

Este navio de bandeira norte-americana -um paquete de propulsão mista- foi construído em 1881 nos estaleiros da firma William Cramp & Sons, de Filadélfia. Pertenceu inicialmente à casa armadora D Red Line, com escritórios na mesma cidade. E, sob as suas cores, serviu, durante algum tempo (com o seu gémeo «Valencia»), na carreira Nova Iorque-Venezuela (La Guayra e Puerto Cabello), que se realizava duas vezes por mês. O «Caracas» deslocava 1 200 toneladas e media 78 metros de longitude por 10 metros de boca. Estava equipado com 1 máquina a vapor e com 1 hélice e dispunha de 2 mastros guarnecidos com velas. A sua carga era variada, pois consistia no transporte de passageiros, frete e correio. Após 7 anos de úteis serviços, este navio foi vendido em 1888 (pela soma de 175 000 dólares) a T. Egenton Hoggg, que presidia aos destinos da Oregon Pacific Railroad Company. Por essa ocasião, o navio mudou de nome, passando a chamar-se «Yaquina Bay» e foi apontado para ser utilizado numa linha costeira da Califórnia, que serviria San Francisco entre outros portos locais. Mas a vida do «Yaquina Bay» foi de curtíssima duração, já que o navio naufragou -durante a sua primeira viagem no oceano Pacífico- na baía que lhe deu o nome. Este desastre agitou as populações do litoral californiano, que acreditaram que o malogrado paquete tenha sido sabotado por uma companhia de navegação rival. Coisa que nunca chegou a provar-se.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

«EENDRACHT»

Escuna de 3 mastros que arvora bandeira dos Países-Baixos. É o segundo veleiro com este nome (que significa 'Uníssono') a ser usado pela associação Stichting her Zeilend Zeeschip, como navio de formação náutica e treino no mar. Foi construído no estaleiro de Damen, segundo planos do reputado arquitecto naval W. de Vries Lentsch, e lançado à água em 1989. A escuna «Eentracht» (que é conhecida em muitos portos da Europa (sobretudo do norte), mas não só, tem 59 metros de comprimento por 12,30 metros de boca e o seu velame apresenta um superfície de 1 300 m2. A sua tripulação de 13 membros é seleccionada entre 350 voluntários altamente conhecedores do mar, das técnicas de navegação e capazes de transmitir conhecimentos aos 40 passageiros (geralmente jovens) que são admitidos a bordo em regime de aprendizagem. A associação proprietária deste navio, já acima citada, foi fundada em 1938, em vésperas da 2ª Guerra Mundial, mas teve que interromper o seu desígnio durante vários anos por causa desse conflito devastador e da ocupação dos Países-Baixos. No historial do veleiro «Eendracht» regista-se um encalhe junto a Newhaven, na costa sul do Reino Unido, ocorrido em 21 de Outubro de 1998. As 51 pessoas que então se encontravam a bordo foram, todas elas, resgatadas por helicóptero e colocadas em terra sãs e salvas. A escuna seria posteriormente desencalhada e reparada, antes de voltar às suas habituais rotinas.

«KERGUELEN»

Paquete francês construído em 1921 nos estaleiros ingleses da firma Swan, Hunter & Wigham Richardson, de Newcastle. Este navio, encomendado pela Compagnie de Navigation Sud-Atlantique, de Bordéus, chamou-se primitivamente «Meduana». Foi vendido, após 7 anos de uso (em 1928), ao armador Charcheurs Réunis, que lhe deu o novo nome de «Kerguelen» (em honra de Kerguelen de Trémarec, um ilustre navegador e explorador polar do século XVIII) e que o colocou na sua linha da América do Sul. A 6 de Agosto de 1940 -já com parte da França ocupada pelas tropas hitlerianas- este navio foi apresado pela 'Kriegsmarine' e adaptado ao transporte de tropas, com o intento de ser utilizado na projectada Operação Seelowe, a abortada tentativa de invasão da Grã-Bretanha. Em Novembro de 1941, foi transferido para a companhia Reederei F. Laeisz, com sede em Hamburdo, para uso civil. Foi esse seu novo armador que lhe deu o seu terceiro nome, a saber : «Winrich von Kniprode». Em Janeiro de 1945, a escassos quatro meses da derrota final da Alemanha, o navio em apreço ainda foi transformado em navio-hospital, para serviço na evacuação de combatentes feridos e/ou doentes da frente de leste. Em Março, o antigo «Kerguelen» sofreu danos durante um incidente de guerra e, em Novembro de 1945, já em tempo de paz, foi devolvido aos seus legítimos proprietários, a referida companhia Chargeurs Réunis. Posteriormente, foi afretado pelo governo francês, já com o referido nome de «Kerguelen», (navio com 10 123 toneladas de arqueação bruta e com 148 metros de comprimento por 18 metros de boca) para cumprir uma das suas derradeiras missões : transportar tropas para a Indochina, onde os naturais dessa vasta região do sudoeste asiático se haviam levantado de armas na mão contra o poder colonial de Paris. O navio foi desactivado em 1954 e enviado, em Fevereiro do ano seguinte, para Antuérpia (na Bélgica), onde o estaleiro dos irmãos Van Heyghen  procedeu ao seu desmantelamento.

«SAGE»


Construído no arsenal de Toulon com desenho de Pierre-Blaise Coulomb, este navio pertenceu a uma série de vasos de guerra (compreendendo dezenas de unidades) artilhado com 64 canhões, distribuídos por 2 cobertas. Lançado ao mar em 1751, serviu na marinha real de França durante o período conturbado da chamada Guerra dos Sete Anos. O «Sage» deslocava 1 100 toneladas e media 44,50 metros de comprimento por 12,19 metros de boca. O seu calado era de 5,80 metros. A guarnição dos navios deste tipo andava à volta dos 650 homens. Reputado pela sua robustez (o seu casco era em madeira de carvalho), o «Sage» e seus congéneres também se distinguiam pelas suas excelentes qualidades náuticas. Encontrava-se sob as ordens do capitão Noble du Revest quando, em 1755 se reacendeu a guerra contra a Inglaterra. Participou, no ano seguinte (integrado numa frota de 12 navios de guerra chefiada pelo marquês de La Galissonière), na batalha vitoriosa de Minorca contra a esquadra britânica de John Byng. Confronto do qual este navio francês saiu com sérias avarias causadas pelo fogo inimigo. Em 1757, já sob o comando do capitão Dabon, esteve em águas da América do norte, onde participou na defesa de Louisbourg; que ajudou a salvar da invasão inglesa. Regressou ao Medideterrâneo em finais desse mesmo ano, onde se viu confrontado com uma terrível epidemia de tifo, que matou um número elevado de membros da sua tripulação. Foi riscado das listas da marinha em 1768, presumindo-se que tenha sido, em consequência disso, desmantelado.

sábado, 22 de abril de 2017

«LLANGIBBY CASTLE»

Construído, em 1929, nos estaleiros de Govan (Glásgua) da companhia Garland & Wolff, este paquete navegou até 1954 com as cores da casa armadora britânica Union-Castle Mail Cº, de Londres. Com uma interrupção nos anos de guerra, durante os quais serviu (como tantos outros navios do seu tipo) como transporte de tropas sob a autoridade da 'Royal Navy'. O «Llangibby Castle» apresentava-se como um navio de 11 951 toneladas de arqueação bruta, medindo 148 metros de comprimento por 20,17 metros de boca. O seu sistema propulsivo desenvolvia uma potência de 1 300 nhp, que lhe facultava uma velocidade máxima de 14,5 nós. Durante o seu primeiro período civil, esteve, sobretudo, nas linhas de África. Teve vida atribulada durante o segundo conflito generalizado. Transportou prisioneiros alemães para campos de detenção situados na África oriental e, na noite de 22 de Dezembro de 1940, foi alvo de um bombardeamento da 'Luftwaffe' e danificado quando se encontrava atracado num dos cais de Liverpool. Em 16 de Janeiro de 1946 sofreu nova agressão tudesca, quando navegava no Atlântico norte integrado no comboio WS-15. Desta vez, o ataque foi obra do submarino «U-581», que o atingiu na popa com um dos seus torpedos. O «Llangibby Castle» logrou refugiar-se no porto neutral da Horta (Açores), até onde foi perseguido e atacado por aviões 'Condor' (Fw-200). O ex-paquete inglês ali permaneceu (durante os 14 dias que as convenções internacionais autorizavam) para colmatar os rombos sofridos; que à falta do material adequado foram reparados... com madeira e cimento. Depois da sua saída de águas territoriais portuguesas, o «Llangibby Castle» e a escolta que entretanto apareceu para o proteger foram envolvidos numa série de combates; que resultaram no afundamento do «U-581». Chegado à Grã-Bretanha em inícios de 1943, após uma épica viagem de 3 400 milhas náuticas sem leme e com a popa sumariamente reparada, este navio sofreu ali profundos trabalhos de transformação, de modo a poder transportar uns 1 600 combatentes e 18 lanchas de desembarque. Em vista de futuras operações a efectuar na frente ocidental. Foi assim, já com essas características, que o «Llangibby Castle» pôde participar nas operações decisivas baptizadas Torch e Overlord. Durante esta última (desembarque nas praias da Normandia), calcula-se que o «Llangebby Castle» tenha feito mais de 70 travessias do mar da Mancha e assegurado a transferência de 100 000 combatentes do sul de Inglaterra para portos do continente. No imediato pós-guerra (até fins de 1946), este navio ainda participou no repatriamento de 6 000 tropas de África, Índia e Birmânia para a Europa. Devolvido ao seu legítimo proprietário em Janeiro de 1947, o navio em apreço regressou à sua actividade normal. Por pouco tempo, já que em meados de 1954 foi mandado para a sucata e desmantelado.

«COMORIN»

O paquete «Comorin» pertenceu à companhia de navegação britânica P & O, de Londres. Que o utilizou nas linhas ultramarinas da empresa (Oriente e Austrália, sobretudo) até à sua requisição, em 1939, pela 'Royal Navy'. Que, por imperativos ligados à situação de guerra com a Alemanha nazi, lhe atribuiu o designativo «F 49» e o transformou numa das suas unidades auxiliares armadas. O navio em apreço foi construído nos estaleiros Barclay, Curle and Cº, de Whiteinch (Glásgua) e lançado à água no ano de 1925. Apresentava 15 116 toneladas de arqueação bruta e media 160 metros de comprimento por 21,40 metros de boca. Podia receber a bordo um pouco mais de 300 passageiros, 2/3 dos quais em 1ª classe. Estava equipado com maquinaria a vapor (2 motores de quádrupla expansão) desenvolvendo uma potência global de 2 075 nhp, força que lhe permitia navegar à velocidade de cruzeiro de 16 nós. O «Comorin» teve um fim trágico, já que -no dia 8 de Abril de 1941- afundou ao largo da costa ocidental de África (em águas da Serra Leoa), resultando desse incidente a morte de 20 dos seus tripulantes. As causas do soçobro deste antigo paquete inglês ficaram a dever-se a um incêndio que se declarou a bordo (a 7 de Abril) e que se revelou impossível de extinguir. Houve 455 sobreviventes, que foram salvos por vários navios britânicos que navegavam de conserva com o «Comorin», nomeadamente pelo contratorpedeiro HMS «Lincoln», que, no dia seguinte à catástrofe, recebeu ordens para canhonear a carcaça fumegante do malogrado navio , pelo facto desta representar um real perigo para a navegação naquela zona.