terça-feira, 5 de outubro de 2010

«EAGLE»


Navio-escola da Guarda Costeira dos Estados Unidos. Foi construído em 1936 pelos estaleiros navais Blohm & Voss, de Hamburgo, com o nome de «Horst Wessel». A sua primeira função foi a de formar os futuros oficiais da marinha de guerra hitleriana, nomeadamente os destinados à arma submarina, já que a sala das máquinas deste três mastros-barca era idêntica à dos ‘U-boats’. O «Horst Wessel» era irmão gémeo do «Sagres» (último do nome) e de outros navios-escolas adoptados, no pós-guerra, por diversas armadas europeias. Os cruzeiros de formação proporcionados pelo veleiro desenrolaram-se entre 1936 e 1939, sendo o navio transformado, neste último ano, em transporte de tropas e de aprovisionamento operando no Báltico. Tendo sobrevivido à 2ª Guerra Mundial, o «Horst Wessel» foi apreendido pelas forças norte-americanas que conquistaram a Alemanha e submetido a trabalhos de restauro e de modernização num estaleiro de Wilhelmshavem, antes de ser entregue -a 15 de Maio de 1946- à academia da ‘U. S. Coast Guard’- que lhe deu o seu nome actual de «Eagle». Tal como os seus congéneres, disseminados por várias armadas, o navio cumpre funções de escola, mas também missões desportivo-diplomáticas. O seu porto de registo é o de New London, no Connecticut. O «Eagle», que se distingue dos outros veleiros do seu tipo por ostentar as cores dos guarda costeiros no flanco dianteiro, desloca 1 816 toneladas (em plena carga) e mede 80,70 metros de comprimento por 11,90 metros de boca. Dispõe de motor auxiliar (1 Caterpillar D399, de 1 125 cv) e o seu aparelho vélico (de 22 panos) pode atingir uma superfície de 2 065 m2. A combinação dos seus dois meios de propulsão proporcionam ao «Eagle» a velocidade máxima de 19 nós. O navio sofreu, em 1986, trabalhos de renovação, recebendo, nessa altura, modernos aparelhos electrónicos de ajuda à navegação e novos compartimentos estanques. Actualmente, o navio tem uma guarnição permanente de 19 oficiais, 56 sargentos e praças e pode acolher 175 cadetes.

sábado, 2 de outubro de 2010

«GORIZIA»


Cruzador pesado da armada italiana. Pertencia à classe ‘Zara’ e foi construído em 1931 pelos estaleiros Odero Terni de Livorno. As suas primeiras acções de vulto estiveram ligadas à evacuação de civis italianos de Gijón em 1936, aquando da guerra civil espanhola, e, em Abril de 1939, quando participou activamente na invasão da Albânia. Esteve, depois, em Julho de 1940, implicado na batalha de Ponta Stilo, da qual saiu incólume, e no confronto do cabo Teulada (fins de Dezembro do mesmo ano), durante o qual a sua artilharia antiaérea derrubou uma aenonave britânica. Estava a ser submetido a trabalhos de conservação no arsenal de La Spezia, quando ocorreu a terrível batalha do cabo Matapan (29/03/1941), durante a qual foram afundadas -pela esquadra britânica do almirante Cunningham- todas as outras unidades da sua classe : os cruzadores «Zara», «Fiume» e «Pola». Ainda nesse ano de 1941, o «Gorizia» cumpriu missões de escolta de comboios de navios vogando entre a Itália e a Líbia e participou na primeita batalha do golfo de Sirta, que ocorreu nos dias 16 e 17 de Dezembro. Esteve também na segunda batalha ocorrida nesse mesmo lugar da costa líbia, onde perdeu apenas o seu hidroavião Romeo Ro.43. Nessa altura, o «Gorizia» já estava baseado em La Maddalena (Sardenha), onde, em 10 de Abril de 1943, foi seriamente danificado por um bombardeamento aéreo norte-americano. Estava em reparações em La Spezia, quando aí foi surpreendido pela queda do regime fascista, que levou ao armistício. Foi desmantelado já depois do fim da 2º Guerra Mundial, em 1946. Tal como os seus irmãos, o «Gorizia» deslocava 14 500 toneladas em plena carga e media 182,80 m de comprimento por 20,60 m de boca. Estava razoavelmente blindado e o seu armamento principal era constituído por 8 peças de 203 mm. Podia navegar à velocidade máxima de 31 nós. Da sua guarnição faziam parte 31 oficiais e 810 sargentos e praças.