quarta-feira, 31 de agosto de 2016

«CERVANTES»


Navio pertencente à armada da República da Argentina. Era um contratorpedeiro da classe 'Charruca', dado como concluído -pela S. E. C. N. de Cartagena- em 1927. E que arvorou o pavilhão de guerra espanhol durante alguns meses, antes de tomar o rumo da América do Sul. Chegou a Buenos Aires (em proveniência de Cádiz) no dia 10 de Janeiro de 1928, onde recebeu o nome de «Cervantes» e onde, pouco tempo depois, se procedeu à sua integração na Esquadrilha de Exploradores da 1ª Região Naval, acantonada em Puerto Belgrano. A sua compra custou à Argentina cerca de 2 milhões de pesos-ouro e foi facilitada por um empréstimo do governo de Madrid de 100 milhões de pesetas. No historial deste navio, regista-se a sua participação num conflito interno, na chamada Revolução Libertadora, que teve como objectivo principal afastar o general Juan Perón do poder. Durante um combate -também ele chamado, curiosamente, batalha do Rio de la Plata- o contratorpedeiro em apreço (mas também o «La Rioja»), tripulado por oficiais e cadetes da Escola Naval Militar, trocou fogo com jactos Gloster 'Meteor' da Força Aérea Argentina. Nessa contenda a aviação parece ter levado a melhor, já que provocou -com os seus canhões de 20 mm- vários mortos e feridos na guarnição do «Cervantes». Em 1961, aquele que foi o primeiro exemplar construído da classe 'Charruca' foi riscado dos activos da armada argentina e vendido a um sucateiro alemão; que procedeu ao seu imediato desmantelamento. Como todos os navios da sua classe de origem, este 'destroyer' apresentava as seguintes caraterísticas : 1 650 toneladas de deslocamento, 102 metros de comprimento, 9,60 metros de boca e 3,30 metros de calado. Do seu armamento constavam 5 canhões de 120 mm, 1 peça AA, 4 metralhadoras, 6 tubos-lança-torpedos de 530 mm e 2 calhas de arremesso de cargas de profundidade. As suas máquinas (acopladas a 2 hélices) desenvolviam 42 000 hp, força que lhe permitia navegar  à velocidade máxima de 36 nós e dispor de uma autonomia de 4 500 milhas náuticas, com andamento limitado a 14 nós. O «Cervantes» tinha uma guarnição de 160 homens, oficiais incluídos.

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