sábado, 8 de agosto de 2015
«SANTO ANTÓNIO»
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Nau portuguesa de finais do século XVI, que, em 1578, foi com o navegador e negociante Duarte Lopes (filho de cristãos novos, natural de Benavente) até ao distante Reino do Congo; onde este criou fortes relações de amizade com o rei local e onde permaneceu duradoiramente. Da nau «Santo António» pouco se sabe, a não ser que deveria apresentar as características gerais de um navio português do seu porte do seu tempo, que fez essa viagem a África carregada com mercadorias transaccionáveis e que era propriedade de um tio de Duarte Lopes. Em contrapartida, sabe-se mais sobre o seu capitão, que chegou a ir a Roma solicitar o apoio do papa Sixto V para a comunidade cristã congolesa. Protecção que lhe foi negada, pelo facto do sumo pontífice não se querer incompatibilizar com Filipe II de Espanha, que, ao tempo, cingia a coroa dos dois reinos ibéricos. Não se sabe como terminou a aventura deste quase anónimo navio português. É provável que a «Santo António» tenha regressado à Europa com o seu capitão, pois é sabido que (em data incerta) Duarte Lopes aportou a Sevilha, antes de se encaminhar para Madrid, onde fez um relatório detalhado da sua estadia no Reino do Congo. Curioso é saber também que, aquando da sua ida a Roma, Lopes conheceu ali um certo Filippo Pigaffeta, a quem ele transmitiu informação oral e escrita sobre o seu conhecimento de África; informação que este aproveitou da melhor maneira, para escrever a preciosa «Relação do Reino do Congo e Terras Circunvizinhas». Nota : o navio que ilustra este texto não representa a «Santo António», mas uma embarcação similar da sua época. Só que é muito pouco provável que as velas do navio em apreço (de propriedade particular) ostentassem as famosas cruzes de Cristo; que eram apanágio das naus das armadas reais.
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