terça-feira, 18 de agosto de 2015
«MAURETANEA»
Este paquete britânico, que pertenceu à frota da companhia Cunard, era gémeo do «Lusitania» de triste memória. Contrariamente a este, o «Mauretania» (primeiro do nome) teve uma carreira longa, que começou em 1907 -na linha Liverpool-Nova Iorque- e que só terminou em 1935; ano em que foi desmantelado num estaleiro especializado de Rosyth, na Escócia. O «Mauretania» foi dado como concluído em 1906 pela firma Swan, Hunter & Wigham Richardson, de Newcastle, que o construíu. Era um navio com cerca de 32 000 toneladas de arqueação bruta, que media 240,80 metros de longitude por 26,80 metros de boca. O calado era de 10 metros. A sua motorização era constituída por máquinas dotadas com turbinas a vapor (acopladas a 4 hélices), cuja potência global era de 76 000 cv. Força que lhe facultava uma velocidade de cruzeiro de 25 nós. Este transatlântico -um dos maiores e mais velozes da primeira década do século XX- tinha uma tripulação de 800 membros e podia acolher a bordo 563 passageiros de 1ª classe, 464 de 2ª e 1 138 viajantes de 3ª. O «Mauretania», reputado rapidíssimo, confirmou esse seu predicado em Setembro de 1909, ao arrebatar a tão famosa quanto desejada 'Flâmula Azul'. Com o eclodir da Grande Guerra, este prestigioso paquete foi, como muitos outros grandes navios mercantes, requisitado para cumprir missões de carácter militar. Transformado em transporte de tropas -com capacidade para receber 4 000 soldados e respectivo equipamento, esteve no Mediterrâneo oriental, aquando da terrífica batalha de Gallipoli e noutras zonas quentes do conflito. Depois do torpedeamento do «Lusitania» e temendo que este seu irmão sofresse fim idêntico, as autoridades navais transformaram-no em navio-hospital; estatuto que conservou até ao fim da guerra. O «Mauretania» deveria ter sido imediatamente restituído ao seu armador e ao serviço, mas esse processo ainda demorou algum tempo, tendo o navio em apreço atravessado um período conturbado de grandes trabalhos (com vista à substituição das suas velhas máquinas alimentadas a carvão), de greves de operários dos estaleiros e de um incêndio, de modo que o navio só voltou, realmente, a navegar em 1922. Novamente colocado na linha de Nova Iorque, este veterano da Cunard (registado em Liverpool) enfrentou ali, até 1934, a concorrência de navios mais modernos e mais atraentes. Mas não desmereceu, cumprindo atá ao fim o seu papel de digno representante daquela que foi, porventura, a mais prestigiosas companhia de navegação do mundo. Curiosidade : parte do espólio do «Mauretania» foi retirado do navio antes que se procedesse à sua demolição e vendido em leilões. Encontra-se, actualmente, nas mãos de particulares e de vários museus.
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