sexta-feira, 12 de junho de 2015
«WALK-IN-THE-WATER»
Chegou a pensar-se, durante muito tempo, que esta embarcação teria sido o primeiro de todos os vapores a navegar nos Grandes Lagos. Entretanto descobriu-se que dois outros navios desse tipo o haviam precedido, o que em nada afectou a popularidade do «Walk-in-the Water»; que resta um dos pioneiros mais prestigiosos da história desse vasto espaço navegável do Canadá e dos Estados Unidos. Este navio misto (vapor/velas) foi realizado, em 1818, num estaleiro de Black Rock, localidade situada nas margens do lago Erie, perto de Buffalo. O «Walk-in-the Water» tinha uma arqueação bruta de 338 toneladas e media 41 metros de comprimento. Dispunha de 2 mastro e de 1 máquina acoplada a 2 rodas laterais de pás. A sua altaneira chaminé (implantada a meia-nau) culminava a mais de 9 metros. Este navio podia acolher uma centena de passageiros em camarotes e inúmeros outros no seu vasto convés. Dispunha de comodidades nunca antes vistas nos navios de passageiros que cruzavam as águas dos Grandes Lagos, como, por exemplo, sala de refeições, salão de fumo e de vasto espaço destinado especificamente às bagagens. As viagens regulares do «Walk-in-the-Water» tinham início em Buffalo e terminavam três dias e meio mais tarde em Detroit, com uma paragem em Cleveland. Depois de uma primeira regularização dos preços, os passageiros com destino a Detroit pagavam 18 dólares pela sua passagem. Após uma carreira comercial curta, mas de sucesso -nos lagos Erie, Huron e Michigan- este navio foi açoitado por violento vendaval, que ditou a sua perda total. A ocorrência teve lugar a 31 de Outubro de 1821, nas águas do lago Erie. Depois dos baldados esforços da sua equipagem para o dominar, sem âncoras e sem potência capaz de lutar contra os elementos, o «Walk-in-the Water» andou vária horas à deriva, até encalhar numa das margens. Toda a sua tripulação e passageiros desembarcaram são e salvos, apesar de muito assustados. A máquina do histórico navio pôde ser recuperada e foi adaptada a um dos sucessores do «Walk-in-the-Water», o vapor «Superior». Curiosidade : embora aja várias versões para 'explicar' a origem do singular nome deste navio lagunar, parece que, em boa verdade, o dito lhe foi atribuído para honrar a memória de um chefe ameríndio da região dos Grandes Lagos, que se bateu -durante a guerra de 1812- ao lado americanos.
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