sábado, 6 de junho de 2015

«GOUVERNEUR GÉNÉRAL LÉPINE»

Paquete de bandeira francesa, pertencente à frota da Compagnie de Navigation Mixte. Foi construído em La Seyne-sur-Mer, pelos estaleiros F. C. M., que o lançaram à água em Novembro de 1922. Entrou ao serviço no ano seguinte, na carreira entre a França metropolitana e os territórios do norte de África sob administração gaulesa. «O «Gouverneur Général Lépine» deslocava 4 592 toneladas e media 109,40 metros de longitude por 13,60 metros de boca. O seu calado era de 5,46 metros. Navio misto (passageiros/carga), este navio -que tinha uma tripulação de 58 homens- dispunha de camarotes para acolher 292 passageiros e de 3 porões reservados ao frete de mercadorias. O seu sistema propulsivo (constituído por 1 máquina a vapor acoplada a 1 hélice) proporcionava-lhe uma velocidade de cruzeiro de 16 nós. Em Novembro de 1942, poucas horas depois de ter zarpado de Marselha com rumo a Túnis, este paquete foi intimado a voltar ao porto de origem pelas autoridades colaboracionistas de Vichy. Comandante e tripulação ignorram essas ordens e o navio foi refugiar-se no porto de Bougie (Argélia), onde já de haviam concentrado outros navios mercantes franceses rebeldes. Essa frota seria posteriormente atacada pelos bombardeiros nazis, que lhe causou danos importantes. Mas o «Gouverneur Général Lépine» escapou ileso a essa agressão. Como se safou, quatro dias mais tarde, de situação idêntica quando já se encontrava no porto de Argel. Passou, pouco depois, a hastear pavilhão britânico, tendo cumprido algumas missões secretas ao serviço do rei Jorge. Mais tarde usou bandeira norte-americana e desempenhou papel preponderante aquando da invasão da Itália e da Córsega. Estes feitos de armas valeram-lhe a atribuição da Cruz de Guerra. Entre 1945 e 1950 (já em tempo de paz), voltou à sua actividade normal no Mediterrâneo. Mas, a 28 de Novembro de 1950, foi encaminhado para o porto de Sète (no sul de França), onde, durante muitos anos, funcionou como escola de formação de marinheiros. Foi ali desmantelado em 1976.

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