domingo, 7 de junho de 2015

«SÃO MIGUEL»

..... O «São Miguel» -que foi navio da Armada Portuguesa entre 1986 e 1994- foi construído na Noruega em 1962 para um armador neerlandês, que lhe deu o primitivo nome de «Sirefjell». Era, nesse tempo, um simples navio de carga, que a Sociedade Geral adquiriu em 1971 e rebaptizou com o nome de «Cabo Verde. Com a absorção, em 1972, dessa companhia ligada ao grupo CUF pela Companhia Nacional de Navegação, o navio em apreço passou a ostentar as cores dessa empresa, que lhe conservou o nome. O «Cabo Verde» deslocava 6 970 toneladas e media 108 metros de comprimento por 15,60 metros de boca. Dispunha de razoável volume de carga, nomeadamente frigorífica. A sua máquina desenvolvia uma potência de 4 050 bhp, que lhe facultava uma velocidade de 14,7 nós. Com o desaparecimento da C.N.N. (na sequência das nacionalizações de 1975), o «Cabo Verde» acabou por ser adquirido pela nossa marinha de guerra, que após as transformações que se impunham, o reclassificou como navio de apoio logístico e o integrou nos seus efectivos com o novo nome de «São Miguel» e com o indicativo de amura A 5208. Mas as insuficiências do navio cedo vieram a revelar-se, chegando-se, finalmente à conclusão, de que ele só poderia servir como transporte de carga. As duas principais missões em que este navio esteve envolvido foram, em 1990, o transporte de material de combate à poluição para a ilha de Porto Santo, aquando do importante derrame de crude do petroleiro «Aragón» ; e, ainda nesse mesmo ano, o transporte de material de guerra do exército britânico para as forças que iriam expulsar os iraquianos do Koweit (1ª Guerra do Golfo). Em 1993, o navio em questão foi substituído, na Armada, pelo «Bérrio». E, em 1994, o «São Miguel» foi afundado em alto mar, com um carregamento de explosivos fora de prazo e desclassificados pelos três ramos das forças armadas. A explosão do navio (que correu mal) foi de tal ordem, que detectores sísmicos situados a muitos milhares de quilómetros de distância a registaram.

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