terça-feira, 9 de junho de 2015
«MINDELO»
Corveta mista (vela/vapor) da Armada Real Portuguesa. Foi construída em Inglaterra, no ano de 1876, pelos estaleiros Thames Iron Works, a laborar nos arrabaldes de Londres. Deu o seu nome a uma classe de navios, que compreendeu, igualmente, a corveta «Rainha de Portugal», esta realizada num outro estaleiro naval britânico. A «Mindelo» foi encomendada para prestar serviço nas águas do ultramar português; onde efectivamente esteve, em Moçambique, Angola, Guiné, Cabo Verde. Mas também foi ao Brasil -em 1893, sob o comando de Augusto Castilho- numa missão de protecção e de apoio aos súbditos do rei D. Carlos I, aquando de uma das revoltas que convulsionaram aquela antiga colónia portuguesa da América do sul. Essa viagem ficou assinalada pelo facto de vários oficiais brasileiros se terem refugiado na «Mindelo» (e solicitado asilo político às autoridades lusas) e igualmente pelo facto de alguns tripulante da nossa corveta terem sido vítimas do surto de cólera que então flagelava a cidade do Rio de Janeiro. Um dos oficiais que sobreviveram à hospitalização e à doença chamava-se Carlos Viegas Gago Coutinho e era, ao tempo, 2º tenente. Outro dos seus passageiros famosos foi o rei-consorte Fernando II, que viajou nesta corveta aquando de uma viagem a França. Fez-se acompanhar pela banda da armada, que, nessa ocasião, deu alguns concertos em Bordéus. A «Mindelo» deslocava 1 124 toneladas e media 51,80 metros de comprimento por 10,80 metros de boca. O seu calado era de 4,53 metros. Estava equipada com 3 mastros guarnecidos de velas, com 1 máquina a vapor de 900 cv e com 1 hélice. A sua velocidade máxima rondava os 12 nós. A «Mindelo» tinha uma guarnição de 165 homens. Abatida do serviço da Armada em 1897, este navio foi a última corveta de propulsão mista a ser usada pela nossa marinha militar. Curiosidade : uma maqueta deste navio, assim como preciosas peças do seu espólio, estão expostas no Museu de Marinha, em Lisboa.
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