quarta-feira, 18 de julho de 2012

«LOANDA»


Este paquete (que os leitores mais atentos não confundirão com o ex-«Wurzburg, da C.C.N.) foi construído, em 1889, pelos estaleiros escoceses da firma Scott & Cº, de Greenock. Tinha uma arqueação bruta de 3 333 toneladas e media 110,80 metros de comprimento fora a fora por 12,86 metros de boca. Arvorava 2 mastros (nos quais se podiam erguer várias velas) e dispunha de 1 máquina a vapor com uma potência de 530 cv; força que imprimia ao navio 14 nós de velocidade de cruzeiro. O «Loanda» podia receber a bordo 226 passageiros e respectivas bagagens, além de carga diversa. Foi adquirido, novo, em Inglaterra pela Mala Real Portuguesa e passou a integrar a frota da Empresa Nacional de Navegação em 1893, na sequência da falência do seu primeiro armador. Teve, em Portugal, três ‘sister ships’, que se chamaram «Rei de Portugal», «Malange» e «Moçambique». Este navio (como os seus congéneres) serviu, essencialmente, nas carreiras que ligavam a metrópole às colónias da África austral. Em 1916, com a iminência da entrada de Portugal no primeiro conflito generalizado da História, o paquete «Loanda» foi requisitado pelas autoridades navais e transformado em unidade auxiliar da armada. Recebeu (nessa ocasião) o nome do navegador henriquino «Gonçalves Zarco». Parece ter sido devolvido ao seu armador ainda nesse ano de 1916, enquanto o seu gémeo «Malange» teve vida operacional activa como cruzador auxiliar, com o nome de «Pedro Nunes». O navio aqui em apreço (sobre o qual, afinal, não se sabe grande coisa) foi vendido para a sucata em 1923 e desmantelado nesse mesmo ano. Curiosidade : uma das fontes consultadas indica que este navio estava equipado com 2 máquinas a vapor desenvolvendo uma potência global de 2 300 cv, que lhe conferiam uma velocidade de 16 nós. Terá o «Loanda» sido modificado e recebido (aquando dessa possível transformação) um reforço de potência ?

Sem comentários:

Enviar um comentário