sexta-feira, 13 de julho de 2012

«DONA MARIA»



Vapor de hélice de bandeira portuguesa. Era o ex-«Port Fairy», construído em 1887 pelos estaleiros Wigham Richardson & Company, de Newcastle (Reino Unido) por encomenda do armador inglês W. Milburn & Cº. Com as cores desta empresa de transporte de passageiros, esteve na linha Londres-Austrália. Foi adquirido –a 2 de Novembro de 1893- pelo conceituado homem de negócios portuense Jann Hinrich Andresen, que o explorou (com os seus sucessores) durante 14 anos. Foi também este ilustre luso-dinamarquês que lhe atribuiu o nome de «Dona Maria». Este paquete de propulsão mista (vela/vapor) tinha casco de aço, três mastros e apresentava 2 539 toneladas de arqueação bruta. Media 100,60 metros de longitude entre perpendiculares por 11,70 metros de boca. A sua máquina alternativa de tripla expansão desenvolvia 450 cv e podia impulsionar o navio à velocidade máxima de 11 nós. O «Dona Maria» podia acolher até 50 viajantes em camarotes de 1ª classe e 600 em acomodações de coberta mais sumárias. Enquanto navegou com a bandeira nacional, este navio foi colocado, muito especialmente, na linha Leixões-Nova Iorque via Açores. Mas também navegou esporadicamente para o porto amazónico de Manaus. Em 1893, transportou produtos nacionais para a Exposição Universal de Chicago, um dos grandes eventos sociais e comerciais desse ano. Foi vendido, em 1907, à empresa de navegação britânica Booth Steamship Company Ldt, de Liverpool, que lhe devolveu o nome de origem. Ainda navegou algum tempo (entre 1909 e 1913) com o designativo de «Italian», por conta da companhia Ellerman Lines, antes de ir parar ao estaleiro de demolição da firma T. W. Ward, em Sheffield, que o transformou em ferro-velho.

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