sexta-feira, 13 de julho de 2012
«CONTE VERDE»
Paquete italiano, construído em 1922, nos estaleiros da firma William Beardmore & Cº, de Glásgua, Escócia. Navegou com as cores do armador Lloyd Sabaudo entre 1925 e 1932 e, depois deste último ano e até 1943, sob o pavilhão da companhia de navegação Lloyd Triestino. Chamou-se «Conte Verde» em homenagem a Amadeu VI, conde de Sabóia, que usava esse cognome. Este transatlântico apresentava-se como um navio de 18 761 toneladas de arqueação bruta e media 180 metros de comprimento por 22,60 metros de boca. O seu sistema propulsor era constituído por turbinas a vapor e por 2 hélices, que lhe conferiam uma velocidade de cruzeiro da ordem dos 18 nós. O «Conte Verde» tinha uma tripulação e 400 membros e podia acolher a bordo 2 430 passageiros, 450 dos quais em 1ª classe. Teve um ‘sister ship’ chamado «Conte Rosso». A viagem inaugural do navio em apreço ocorreu entre os portos de Génova e de Buenos Aires, com partida de Itália no dia 13 de Junho de 1923. Também esteve na linha de Nova Iorque. Uma das viagens mais memoráveis do «Conte Verde» foi aquela em que o navio transportou, no ano de 1930, as selecções de futebol da Roménia (embarcada em Génova), de França (embarcada, com Jules Rimet, presidente da FIFA, em Villefranche-sur-Mer), da Bélgica (embarcada em Barcelona) e do Brasil (embarcada no rio de Janeiro), que iriam disputar o campeonato mundial da modalidade no Uruguai. Mas outras celebridades escolheram este luxuoso navio para as suas deslocações entre a Europa e as Américas (e vice versa), tais como o cantor de ópera Fiodor Chaliapine, Giovanni Giotta (fundador do famosíssimo Caffè Trieste, de San Francisco), a escritora Dacia Maraini ou a cançonetista e bailarina Josephine Baker. A partir e 1932, quando já era propriedade do Lloyd Triestino, o navio passou a operar numa linha que partia de Trieste (via Suez) e tinha o seu término em Xangai, com escalas intermediárias em Bombaim, Colombo, Singapura e Hong Kong. O «Conte Verde» (que fora modificado, com redução do número de passageiros para criar espaços mais amplos e confortáveis) percorria esse trajecto em 24 dias. No 1º de Setembro de 1937, o paquete italiano colidiu desastrosamente (na baía de Hong Kong) com o navio japonês «Asama Maru», na sequência de um violento furacão que assolou aquelas paragens. Os trabalhos de recuperação do «Conte Verde», que se afundou parcialmente, demoraram um mês a executar. Entre 1938 e 1940, este navio foi uma das unidades do Lloyd Triestino que participou na evacuação de refugiados judeus da Alemanha nazi e da Áustria ocupada. Alguns desses expatriados foram deixados em Xangai, porto chinês onde o «Conte Verde» se encontrava quando –a 10 de Junho de 1940- a Itália entrou em guerra. Em 1942, por mútuo acordo estabelecido entre os E.U.A. e o Japão (então em guerra), o paquete italiano foi mobilizado para assegurar o transporte e a troca de prisioneiros. Foi nessas circunstâncias muito especiais que o navio fez uma viagem humanitária a Lourenço Marques, um dos portos neutros escolhidos para a permuta dos cativos de guerra. Depois de ter cumprido essa insólita missão, o «Conte Verde» regressou a Xangai. Onde foi afundado voluntariamente por se temer que caísse em mãos japonesas. Reemergido pelos nipónicos, o navio italiano foi convertido por estes em transporte de tropas. Mas, a 25 de Julho de 1945, em Maizuru (província de Quioto), o paquete foi definitivamente destruído por um ataque de aviões B-24 da Força Aérea dos Estados Unidos.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Gostaria de saber se esse paquete fez alguma viagem para a Rússia em 1926.
ResponderEliminar