sexta-feira, 13 de julho de 2012

«CARLOS V»



Também conhecido pelo designativo de «Emperador Carlos V», este navio era um cruzador couraçado da armada espanhola. Único exemplar do seu tipo realizado em Espanha, derivava da classe britânica ‘Blake’. Foi construído no estaleiro Vea Murguía, de Cádiz, que o lançou ao mar a 10 de Março de 1895. Este navio (que só entrou em serviço operacional no mês de Junho de 1897) deslocava 9 235 toneladas e media 116 metros de comprimento por 20,80 metros de boca. A sua blindagem podia ascender a 250 mm nas zonas mais vulneráveis, mas quedava-se pelos 84 mm na zona central do casco. Estava poderosamente armado. Entre as suas peças de artilharia principal figuravam 2 canhões de 280 mm, 8 de 140 mm e 4 canhões de tiro rápido de 57 mm. Para além de estar equipado com 6 tubos lança-torpedos. O seu sistema de propulsão compreendia 2 máquinas a vapor de tripla expansão (com uma potência global de 18 500 cv) e 2 hélices, que lhe garantiam uma velocidade máxima de 20 nós e uma autonomia de 3 300 milhas náuticas com andamento reduzido a 11 nós. Tinha uma guarnição de 590 oficiais, sargentos e praças. O «Carlos V» foi integrado na 1ª divisão naval e esteve para integrar uma frota a enviar para Cuba, aquando da guerra contra os norte-americanos. Esse projecto foi, no entanto, anulado por razões políticas (a Inglaterra fez saber que se opunha à extensão do conflito) e, também, porque os combates nas Caraíbas começavam a pender (até à derrota final das forças superiormente comandadas pelo almirante Cervera) a favor dos intervencionistas ianques. O cruzador couraçado «Carlos V» veio a Portugal em Dezembro de 1903 (integrado numa força naval que compreendeu, igualmente, os navios «Cardenal Cisneros» e «Audaz»), por ocasião da visita ao nosso país de Alfonso XIII, rei de Espanha. Cumpriu nova visita de cortesia à Argentina, em 1911, motivada pelas celebrações da independência dessa antiga colónia. E, em 1913, rumou ao porto de Vera Cruz (México), quando uma das frequentes revoluções locais ameaçou os interesses dos cidadãos espanhóis instalados nesse país. Os derradeiros anos de actividade do navio -que ainda chegou a hastear a bandeira republicana- foram consagrados à instrução de marinheiros, nomeadamente dos mancebos da escola de torpedos. Desactivado em 1931, o navio foi desmantelado, dois anos mais tarde, num estaleiro de Bilbau

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