terça-feira, 18 de agosto de 2009

«CHARLES W. MORGAN»


Este navio baleeiro norte-americano é o último sobrevivente dos mais de 700 veleiros idênticos que foram construídos, durante os séculos XVIII e XIX, na costa leste dos E.U.A.; em New Bedford e na ilha de Nantucket, sobretudo. O «Charles W. Morgan» foi encomendado por um negociente de óleo de cetáceos (e membro influente da seita religiosa dos Quakers) ao estaleiro naval da firma Jethro Zachariah & Hillman, de New Bedford (Massachusetts), que o lançou à água em 1841. O «Charles W. Morgan», que recebeu o nome do seu proprietário, é um navio de três mastros, aparelhado em galera, que desloca um pouco mais de 300 toneladas. Está (como o esteve qualquer outro navio da sua especialidade) equipado com canoas baleeiras e respectivos apetrechos de caça à baleia e ao cachalote, e com um forno, no qual se derretiam e transformavam em óleo as gorduras dos cetáceos capturados. O «Charles W. Morgan» -que se manteve activo durante 80 anos- empregou, durante a sua longa vida, mais de 1 000 homens, entre os quais se contaram alguns portugueses e cabo-verdianos. Este navio foi, incontestavelmente, o campeão de capturas e o recordista de milhas navegadas. Figurou em quatro filmes ambientados no mar e no mundo dos marinheiros, de entre os quais se destaca a famosa fita «Moby Dick» (parcialmente rodada na ilha da Madeira), inspirada pelo livro homónimo de Melville e realizada, em 1956, por John Huston. Em 1941, esta relíquia de uma época heróica (mas, durante a qual, quase se exterminou uma das mais extraordinárias espécies animais que povoaram mares e oceanos), foi comprado -e salvo- pelo Mystic Seaport Museum, do Connecticut, que o expõe à curiosidade dos muitos amantes de velhos navios. O «Charles W. Morgan» mede uma trintena de metros de comprimento por 9,70 metros de boca. Pode arvorar 1 200 m2 de pano e deslocar-se, teoricamente, à velocidade máxima de 10 nós.

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