quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

«IBO»


Canhoneira portuguesa pertencente à classe 'Beira'; da qual foram realizadas 8 unidades. A «Ibo» foi lançada à água em 1911 pelo Arsenal de Lisboa (que a construiu) e oficialmente integrada nos efectivos da Armada a 15 de Fevereiro de 1913. Como todas as suas congéneres da referida classe a «Ibo» destinava-se a cumprir missões de soberania em águas do Ultramar. Com 492 toneladas de deslocamento, esta canhoneira media 44,80 metros de comprimento fora a fora por 8,30 metros de boca e por 2,10 metros de calado. Com uma guarnição inicial de 59 homens (4 oficiais, 6 sargentos e 49 praças), a «Ibo» estava equipada com 2 máquinas de tríplice expanção desenvolvendo 700 cv de potência global (acopladas a 2 eixos), que lhe permitiam navegar à velocidade máxima de 13 nós e de dispor de uma autonomia real de 3 200 milhas náuticas com andamento limitado a 9 nós. Do seu armamento constavam 2 peças de artilharia de 75 mm, 2 de 47 mm e 2 metralhadoras de 6,5 mm. Em 1914, cumpriu missões no golfo da Guiné e no arquipélago de Cabo Verde. A 4 de Dezembro de 1916, pôs em fuga -com a ajuda da canhoneira «Beira»- um submersível alemão que foi, detectado em frente do Porto Grande de São Vicente. Com o presumível intuito de destruir os cabos submarinos ali existentes. Em Abril de 1918 estava já nos Açores, onde se ilustrou resgatando 12 náufragos do caça-minas «Augusto de Castilho»; que, sob o comando do 1ª tenente Carvalho Araújo, enfrentara dias antes, num combate desigual (e fatal para o navio português), o submarino germânico «U-139». A canhoneira «Ibo» regressou a águas do continente no ano seguinte, tendo participado (em Dezembro de 1919) numa operação de intimidação (com disparos sobre o litoral de Vila Praia de Âncora) dirigida contra militantes da chamada Monarquia do Norte. Este pequeno navio da Armada Portuguesa também teve participação activa na Revolta da Madeira, ao dar apoio a uma operação de desembarque de tropas, ali ocorrida em 1931. Em 1943, o NRP «Ibo» sofreu trabalhos profundos, que o reconverteram em navio-hidrográfico. Desarmado, passou a ter uma tripulação de 38 homens e a dispor do equipamento científico necessário à sua nova missão. Nessa condição, operou ao longo de todo o litoral português ao serviço da Brigada Hidrográfica Independente, para a qual realizou trabalhos considerados de valor inestimável. Este navio foi riscado oficialmente da lista de unidades da Armada em 20 de Fevereiro de 1953 e foi posteriormente desmantelado.

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