sábado, 7 de novembro de 2015
«CANBERRA»
Paquete e navio de cruzeiros britânico, que navegou entre 1961 e 1997. Foi um dos navios mais emblemáticos da companhia Peninsular & Oriental Steam Navigation; que o mandou construir nos estaleiros Harland and Wolff, de Belfast (Irlanda do Norte). O «Canberra» foi lançado à água em 1960 e efectuou a sua viagem inaugural no ano seguinte : de Londres (onde o navio foi matriculado) a Sydney, via canal de Suez. Foi essa a sua rota habitual até 1973. Ano em que uma quebra significativa no fluxo de emigrantes europeus para a Austrália se acentuou e que o transporte marítimo começou a ceder à concorrência da aviação comercial. Transformado em navio de cruzeiros, o «Canberra» (que recebeu o seu nome em clara homenagem à capital federal australiana) passou a navegar -com turistas- para os mais variados destinos. Em 1982, no começo da guerra que opôs, no hemisfério sul, o Reino Unido à República Argentina, por causa das contestadas ilhas Falkland (ou Malvinas), este navio foi requisitado pelo governo de Londres e rapidamente convertido em transporte de tropas. O «Canberra» levou para a zona de guerra muitas centenas de combatentes e, depois disso, foi buscar à Georgia do Sul o contingente (3 000 homens) levado para aquela região pelo seu congénere «Queen Elizabeth 2». Paquete que as autoridades não quiseram expor aos perigos já afrontados pelo navio da P. & O., que chegou a operar debaixo do fogo inimigo. Disse-se que o navio britânico em questão, que passou a ser conhecido pelos militares como a 'Grande Baleia Branca', só não foi afundado pelos argentinos, pelo facto dos pilotos sul-americanos o terem poupado deliberamente, por tê-lo confundido com um navio-hospital. No final da guerra, o «Camberra» voltou à Inglaterra repleto de militares desmobilizados. À sua chegada a Southampton -no dia 11 de Julho de 1982- o antigo paquete foi recebido em apoteose por uma multidão de cidadãos britânicos, numa manifestação de fervor popular sem precedentes. O facto de ter participado na campanha das Falkland granjeou-lhe, curiosamente, nova clientela e os seus cruzeiros foram um sucesso durante anos. Em 1997, visivelmente obsoleto, o «Canberra» foi vendido a um sucateiro paquistanês, que procedeu ao seu desmantelamento num estaleiro de Gadani. Este navio, que passou progressivamente (depois de várias operações de modernização) das 45 270 toneladas de arqueação bruta iniciais para 49 073 toneladas, media 250 metros de comprimento por 31 metros de boca. O seu calado era de 10,80 metros. Dotado de poderoso e revolucionário sistema propulsivo, aquele que também foi chamado a 'First Lady of the P. & O.', podia navegar -nos seus melhores tempos- à velocidade máxima de 29 nós; andamento que caiu, a partir dos anos 70, para 23,5 nós. No início da sua carreira, o «Canberra» transportava 2 238 passageiros, 548 dos quais em 1ª classe. E quando foi transformado em navio de cruzeiros passou a acolher (numa classe única) 1 737 viajantes. A sua equipagem também variou em número, passando de 900 para 795 membros nos seus derradeiros anos.
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