sexta-feira, 17 de julho de 2015
«SAMUEL PLIMSOLL»
'Clipper' britânico construído, em 1873, nos estaleiros de W. Hood & Cº, de Aberdeen, na Escócia. Tinha casco de ferro e 3 mastros aparelhados em galera. A sua arqueação bruta era de 1 520 toneladas e as suas dimensões as seguintes : 73,53 metros de comprimento, 11,88 metros de boca e 7,04 metros de calado. Pertenceu à casa armadora Aberdeen White Star Line (de George Thompson & Cº) e foi primitivamente utilizado no transporte de passageiros (essencialmente emigrantes) e de carga geral para a Austrália. Reputado como um navio rápido (chegou a transpor a distância entre Plymouth e Port Jackson em apenas 74 dias), este veleiro transportou muitos dos antepassados dos australianos da actualidade para o seu novo país. O retorno do «Samuel Plimsoll» para Inglaterra fazia-se, geralmente, com carregamentos de lã, destinados às fábricas de tecelagem britânicas. Conta-se que, em 1880, este magnífico navio foi sacudido, no seu caminho para a ilha-continente, por uma tremenda tempestade tropical que o avariou seriamente. Abordado por um 'clipper' de bandeira norte-americana -cuja tripulação lhe ofereceu uma assistência que lhe foi negada- a marinhagem ianque ficou surpreendida ao chegar a Sidney (destino comum dos dois navios) e saber que o veleiro inglês a precedera ali de vários dias. Em 1899, o «Samuel Plimsoll» afundou-se no rio Tamisa, em consequência de violento incêndio. Reemergido, o navio foi reparado e vendido, em 1900, à empresa Shaw Savill & Cº, para o seu comércio com a Nova Zelândia. Durante o ano de 1902, depois de ter sofrido a fúria de um vendaval ao largo das costas neo-zelandesas, o veleiro perdeu 2 mastros e foi rebocado para o porto de Gisborne, onde foi considerado irreparável. Levado para Sidney no ano seguinte, foi vendido a um empresário local, que utilizou o seu casco como barcaça carvoeira. Foi desmantelado posteriormente, em data incerta. Curiosidade : o nome deste 'clipper' foi-lhe dado em honra de Samuel Plimsoll, um parlamentar inglês que fez adoptar leis (depois adoptadas no mundo inteiro) que controlavam a sobrecarga dos navios; abuso dos armadores que foi, muitas vezes, causa de naufrágios e de perda de vidas humanas.
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