domingo, 31 de maio de 2015

«WAPEN VAN HOORN»

....... Navio da Companhia Neerlandesa das Índias Orientais. Foi construído, em 1619, num estaleiro naval da cidade de Hoorn (berço de grandes marinheiros), por encomenda do Senado dessa cidade do norte da Holanda. Segundo fontes consideradas fidedignas, era um navio do tipo filibote, com um deslocamento de 400/600 toneladas. As suas dimensões seriam estas : 47,70 metros de comprimento por 11 metros de boca. No seu historial constam três viagens aos mares do Oriente. A primeira delas ocorreu entre 1619 e 1621 e levou o «Wapen van Hoorn» -sob o comando do capitão Roelof Pletersz- do porto de Texel até Batávia (a actual Jacarta), com passagem pelo cabo da Boa Esperança. A segunda viagem também se iniciou em Texel (em Dezembro de 1621) e também visitou a África austral. Ia terminando desastrosamente em Shark Bay (na costa ocidental da Austrália), onde o navio encalhou em Junho de 1622, após ter afrontado uma violenta ventania. A equipagem conseguiu safar o navio e regressar à Europa em meados de 1626, depois de ter feito uma escala comercial na Insulíndia. A terceira viagem começou, uma vez mais, em Texel, a 19 de Fevereiro de 1627, sob o comando de David Pieterszoon de Vries. O navio também dobrou o cabo descoberto por Bartolomeu Dias em 1488, tomando depois o rumo das costas australianas onde encalhara aquando da sua precedente e acidentada jornada. O cartógrafo de bordo aproveitou a visita a Shark Bay para reactualizar as cartas existentes desse lugar. Parece não ter regressado dessa viagem, mantendo-se no Oriente ao serviço do seu armador e das Províncias Unidas. Este navio tinha uma tripulação de 200 homens e encontrava-se armado. Diz-se que se perdeu, por naufrágio, em 1636. Curiosidade : o navio que ilustra este texto não representa o «Wapen van Hoorn», mas, isso sim, uma embarcação do seu tempo e do seu tipo.

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