quarta-feira, 6 de maio de 2015
«BAGÉ»
Navio de transporte misto (passageiros/carga) pertencente à Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro. Com 8 235 toneladas de arqueação bruta, o «Bagé» media 133,90 metros de comprimento por 17,10 metros de boca. Foi construído em 1913 os estaleiros Vulcan AG de Stettin (hoje Szczecin, na Polónia) para a Norddeutsch Loyd, de Bremen, companhia que lhe deu o seu primitivo nome de «Sierra Nevada» e o utilizou na linha Bremen-Buenos Aires, com escalas regulares nos portos de Lisboa, Rio de Janeiro e Montevideu. A sua propulsão era assegurada por 1 máquina a vapor de tripla expansão, com uma potência nominal de 600 cv, que lhe autorizava uma velocidade de cruzeiro de 13 nós. Em 1914, quando rebentou a Grande Guerra, este navio refugiou-se no porto do Recife, por temer encontros fatais com unidades das marinhas de guerra aliadas que cruzavam o Atlântico. E ali permaneceu até 1917, ano em que foi apresado pelas autoridades locais, na sequência do rompimento das relações diplomáticas entre o Brasil e a Alemanha. Passou desde logo a servir o Estado, que o registou no Rio de Janeiro e lhe chamou «Bagé», em homenagem à cidade gaúcha do mesmo nome. Mais tarde, em 1926 foi adquirido definitivamente pelo Lloyd Brasileiro (que já o vinha a utilizar em regime de aluguer) e integrado na frota desta companhia que operava entre Santos e Hamburgo. Esse trajecto foi interrompido pela declaração de guerra do Brasil ao Eixo, que ocorreu em Agosto de 1942. Depois de uma derradeira viagem à Europa, até Lisboa, onde este navio deixou o corpo diplomático alemão a oficiar no Rio e embarcou a sua representação em posto na Alemanha hitleriana, o «Bagé» passou a percorrer, preferencialmente, as águas sul-americanas. Na noite de 31 de Julho de 1943, depois de se ter desgarrado de um comboio de navios em proveniência da ilha de Trinidad, o vapor brasileiro foi detectado e prontamente atacado (com torpedos) pelo submarino tudesco «U-185». Naufragou (no litoral de Sergipe) em menos de 5 minutos. No seu naufrágio morreram 28 das 134 pessoas que se encontravam a bordo. Entre as vítimas do torpedeamento do «Bagé» encontrava-se o seu comandante, capitão Arthur Monteiro Guimarães. O «Bagé» foi o maior de todos os navios brasileiros afundados -durante a 2ª Guerra Mundial- pela 'Kriegsmarine'.
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