sábado, 16 de abril de 2016

«DOÑA PAZ»

'Ferry' filipino, que, no dia 20 de Dezembro de 1987, foi o principal protagonista de uma tragédia que custou a vida a 4 386 dos seus passageiros e tripulantes. Construído no Japão em 1963, nos estaleiros de Onomichi, este navio (primitivamente denominado «Himeyuri Maru» e habilitado para o transporte máximo de 608 pessoas) hasteou bandeira nipónica até 1975, ano em que foi vendido à Sulpicio Lines Inc., de Manila. Casa armadora que lhe deu os sucessivos nomes de «Don Sulpicio» e de «Doña Paz» e passou a utilizá-lo entre a capital das Filipinas e vários destinos daquela vasta nação insular. Era um navio que apresentava 2 602 toneladas de arqueação bruta, que media 93,10 metros de longitude por 13,60 metros de boca e que estava autorizado, pelas autoridades marítimas locais, a transportar um máximo de 1 518 passageiros, para além da sua tripulação de 66 membros. Mas, na madrugada do drama que tristemente o celebrizou, o «Doña Paz» transportava -contra todas as leis e contra todas as elementares regras de prudência- um total de 4 340 pessoas ! O navio de passageiros navegava, então, da ilha de Leyte para Manila, quando chocou violentamente, às 6 h 30, com o petroleiro «Vector», que transportava gasolina e outros derivados de petróleo por conta da companhia Caltex. Deste navio -que se se incendiou imediatamente após a colisão- o fogo transmitiu-se ao sobrecarregado transporte de passageiros; que ardeu como uma autêntica tocha, antes de se afundar 2 horas mais tarde. Sem rádio a bordo, o pedido de socorro tardou, já que, ao que se disse, as autoridades marítimas só souberam do desastre 8 horas depois deste ocorrer. Só 24 dos náufragoss (todos passageiros) lograram sair com vida da infernal carcaça do «Doña Paz», ao qual uma conhecida revista norte-americana chamou «o Titanic asiático». O que é pouco, visto a desproporção de mortes; que pende a favor (passe o termo) do navio filipino, que protagonizou «o maior e mais mortal naufrágio ocorrido em tempo de paz». Notas finais : no petroleiro «Vector» morreu também toda a equipagem, que era constituída por 11 homens. O processo judicial intentado contra a Sulpicio Lines pelos familiares das vítimas foi complexo e durou muitos anos a resolver-se.

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