terça-feira, 7 de dezembro de 2010

«OLYMPIA»


Cruzador protegido da armada norte-americana. Foi construído no ano de 1892 pela firma Iron Works Union, de San Francisco. O «Olympia» (assim denominado em honra da cidade-capital do estado de Washington) é um navio de 5 586 toneladas e mede 104,90 metros de comprimento por 16,20 metros de boca. A sua propulsão era assegurada por 1 máquina a vapor de tripla expansão e por 2 hélices, que lhe garantiam uma velocidade de cruzeiro da ordem dos 20 nós. Do seu armamento principal destacam-se 8 canhões de 200 mm (distribuídos por 4 reparos), 10 outros de 130 mm e 18 tubos lança-torpedos de 460 mm. A carreira militar do cruzador iniciou-se em 1895, no Oriente e no Havai, onde o «Olympia» chegou a hastear as insígnias de navio-almirante da esquadra colocada sob a autoridade do comodoro George Dewey. Com a eclosão da guerra Hispano-Americana (em Abril de 1898), o navio foi enviado para águas filipinas, onde se ilustrou na grande e decisiva batalha da baía de Manilha. Em meados do ano de 1899, o «Olympia» voltou aos Estados Unidos, via canal de Suez, sendo o navio e respectiva guarnição vitoriados à sua chegada ao porto de Boston. Desactivado, o navio permaneceu nessa situação até 1902, ano em que voltou ao serviço activo, integrado na esquadra do Atlântico norte. Patrulhou esse oceano e efectuou uma visita de cortesia à Turquia. Foi, depois, a partir de Abril de 1906, navio de treino para os cadetes da Escola Naval. Voltou à sua condição de reservista, tendo estado estacionado, sucessivamente, em Norfolk, Annapolis e Charleston. Em 1916, com a iminência dos Estados Unidos entrarem em guerra contra os Impérios Centrais, o navio foi, de novo, mobilizado. E, quando, finalmente, os ‘States’ quebraram a sua neutralidade, o navio foi utilizado na protecção da costa leste. Esteve, em seguida, implicado na guerra civil russa, participando no seio de uma força expedicionária de manutenção da paz, e no conflito dos Balcãs, originado pelo colapso do império Austro-Húngaro. A derradeira missão do «Olympia» (1921) revestiu-se de particular emoção, já que se tratou de ir à cidade francesa do Havre, para de lá repatriar os restos mortais do soldado desconhecido. Definitivamente arredado do serviço activo em 1922, o navio foi preservado como uma relíquia. Actualmente está na posse de um museu de Filadélfia -o Independence Seaport Museum- que tenta (apesar das muitas dificuldades financeiras que enfrenta) assegurar a sua preservação e mostrá-lo, nas melhores condições, aos inúmeros visitantes da instituição. A manutenção do «Olympia», enquanto, testemunho de uma época importante da história naval dos Estados Unidos (e não só) não está, porém, garantida. Considerando as verbas fabulosas necessárias à sua preservação, surgiu, no país, um movimento cívico que se propõe afundá-lo e transformá-lo em ‘recife artificial’, acessível a todos aqueles que praticam actividades ligadas ao mergulho desportivo e/ou à arqueologia submarina.

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