O rebocador «Rhona» pertenceu a uma frota de embarcações similares que -sob as cores da empresa britânica Mason & Barry, concessionária das minas de São Domingos- cumpriu a sua missão no rio Guadiana, puxando barcaças de transporte de minério (pirite). Em 1923, esta pequena embarcação (já com mais de 40 décadas de vida), rumou do Pomarão a Lisboa, para, num estaleiro da capital, se submeter a urgentes trabalhos de reparação. A viagem fez-se sem incidentes, até à chegada do «Rhona» perto do porto de destino, quando foi assaltado por violenta tempestade. Devido, muito provavelmente, à sua vetustez, este rebocador não aguentou o assalto das ondas do estuário, nem as fortes rajadas de vento e acabou por afundar-se -com 9 homens a bordo- nas imediações do forte do Bugio. Os dois sobreviventes da tragédia foram socorridos (e salvos, obviamente) pela abnegada tripulação do «Patrão Lopes», o famoso salva-vidas do Instituto de Socorros a Náufragos. Este drama marítimo ocorreu no dia 9 de Fevereiro de 1923 e o foi amplamente noticiado pela imprensa do tempo, nomeadamente pela «Ilustração Portugueza» Revista ilustrada à qual pertence a imagem aqui publicada, à falta de fotos do rebocador em apreço. O «Rhona» foi construído, em 1897, pelos estaleiros ingleses de South Shields. Apresentava uma arqueação bruta de 182 toneladas e media 31,85 metros de comprimento por 6,60 metros de boca. A sua tripulação normal era de 7 homens. Os seus destroços -descobertos e identificados em 2015- repousam a 10 metros de fundo. O sítio arqueológico do «Rhona» está protegido, sendo as suas visitas devidamente controladas pelas autoridades marítimas.
domingo, 23 de setembro de 2018
domingo, 6 de maio de 2018
«MINAS»

Destinado às carreiras transatlânticas, este paquete italiano foi construído, em 1881, nos estaleiros Ansaldo, de Sestri Ponente, para a companhia de navegação de Angelo Parodi, de Génova. O seu nome de baptismo foi «Michele Lazzarone». Era um navio com 2 854 toneladas de arqueação bruta e com 110,90 metros de longitude por 12,22 metros de boca, capaz de transportar -a 12 nós de velocidade de cruzeiro- 60 passageiros em camarotes de 1ª classe e cerca de 900 outros em 3ª classe. Depois de ter hasteado, durante 11 anos, as cores do seu primeiro armador, o navio foi vendido (em 1892) à firma Mazzino B., que lhe conferiu o novo nome de «Remo». Mas, logo dois anos mais tarde, em 1894, o navio mudou outra vez de mãos, passando a usar o pavilhão da Società di Navigazione Ligure Romana, que lhe deu o nome de «Pará». Nome que também não durou muito, pois em 1897, quando aquela empresa foi absorvida pela Società Ligure Brasiliana o paquete passou a usar o designativo de «Minas». Nesse tempo, este navio ligava Génova aos portos brasileiros do Rio de Janeiro e de Santos. Passando, a partir de 1911, a prolongar a sua rota até ao Rio da Prata. Durante a Grande Guerra e devido ao perigo representado pelos submarinos alemães que cruzavam o Atlântico, essas viagens foram interrompidas e o «Minas» transformado em transporte de tropas. Foi nessa condição que -em 15 de Fevereiro de 1917- ao largo do cabo Matapão (quando navegava de Taranto para Salónica) o «Minas foi torpedeado e afundado pelo «U-39» (submarino que se encontrava, então, sob o comando do capitão Walter Forstmann) com perda de muitas centenas de vítimas. Assim acabou, tragicamente, um navio que havia transportado para a América do Sul (especialmente para o Brasil e para a Argentina) muitos milhares de emigrantes italianos, mas não só...
«PARIS»

«WESTERN STATES»

terça-feira, 24 de abril de 2018
«BAYERN»

segunda-feira, 23 de abril de 2018
«AUGUSTUS»

domingo, 22 de abril de 2018
«REINA MARÍA LUÍSA»

«ROTHESAY BAY»

«ABDA»

sábado, 21 de abril de 2018
«BUONI AMICI»

«YONGALA»

Vapor de bandeira australiana, lançado à água em 29 de Abril de 1903, pelos estaleiros britânicos da empresa Armstrong Whitworth & Cº, de Newcastle-upon-Tyne. Foi construído na sequência de uma encomenda feita pela casa armadora Adelaide Steamship Company; que colocou este navio de transporte de passageiros na sua linha Adelaide-Melbourne-Sidney-Brisbane, prolongada, no inverno, até Cairns. Em 1906, o «Yongala» foi o primeiro navio de passageiros a navegar de Brisbane a Fremantle (porto da Austrália Ocidental) numa ligação directa de 5 000 quilómetros. Tratava-se de um pequeno paquete com 3 664 toneladas de arqueação bruta, que media 107 metros de comprimento. Estava equipado com 1 máquina de tripla expansão, cuja potência lhe garantia uma velocidade de cruzeiro de 15 nós. Da sua tripulação, faziam parte 72 membros. Este navio prestou grandes serviços na sua ligação entre os portos da Austrália, num tempo em que os transportes terrestres eram escassos e de qualidade duvidosa. O «Yongala» perdeu-se no dia 23 de Março de 1911, por não ter podido resistir a um violento ciclone que o assaltou durante uma viagem que efectuava entre Melbournr e Cairns; e depois de ter feito escalas em Brisbane e Mackay. O naufrágio ocorreu ao largo do cabo Bowling Green, na costa do Queensland. No desastre morreram todos os ocupantes do «Yongala» (tripulantes e passageiros), ou seja 122 pessoas. Cujos corpos nunca seriam devolvidos à terra pelo mar. Os restos do navio só seriam encontrados em 1958. E começaram, desde logo, a ser ponto de encontro de muitos mergulhadores desportivos locais e estrangeiros. Alguns despojos do navio foram entregues ao Museu Marítimo de Townsville, que os expõe nas suas salas.
sexta-feira, 20 de abril de 2018
'YVETTE»

«CUBA»

O paquete «Cuba» (com uma arqueação bruta de 11 900 toneladas e 151 metros de comprimento) foi construído em Inglaterra, pelos estaleiros da empresa Swan, Hunter & Richardson, de Newcastle. Foi registado no porto do Havre e integrado na frota da Compagnie Générale Transatlantique em Maio de 1923. Aquando da sua viagem inaugural, este navio partiu de Saint Nazaire e dirigiu-se para Vera Cruz (no México) depois de ter escalado Havana. Em 1930 passou a servir Colón (na costa atlântica de Panamá). E, cinco anos mais tarde, foi -a par do seu congénere «Colombie»- colocado na linha rápida Havre-Southampton-Antilhas. Foi por essa altura, que (já todo pintado de branco) este paquete francês foi vertido, ocasionalmente, para o serviço de cruzeiros, e que fez as suas primeiras viagens ao Báltico e ao arquipélado de Spitzberg. Em 1940 -no início da Segunda Guerra Mundial- o «Cuba» foi apresado pelo cruzador-auxiliar britânico «Moreton Bay» e levado para Freetown, na África Ocidental. Em 1941, este transatlântico (já com bandeira de Sua Majestade e ao serviço do 'Ministry War Transport') navegou para a costa leste dos Estados Unidos com um carregamento de cacau. E ali, nos estaleiros de Newport News, foi transformado em navio de transporte de tropas. Terminados esses trabalhos, o «Cuba» assegurou, numa primeira missão, o transporte -entre Halifax e Liverpool- de 2 100 elementos da aviação canadiana. Desde logo, este navio passou a operar, essencialmente, na zona Mediterrâneo-Suez-Índico, tendo participado na transferência de militares aliados para as frentes do norte de África e de Itália. Em Outubro de 1943, o «Cuba» transportou para Barcelona uma leva de prisioneiros alemães (sobretudo ex-combatentes do 'Afrika Korps'), que, naquele porto espanhol, foram trocados por prisioneiros dos Aliados. Convém referir que, nesse tempo, o antigo paquete da CGT já navegava com uma equipagem composta por elementos das Forças Navais da França Livre (FNFL), afecta à pessoa do general De Gaulle e à Resistência. E que, em Dezembro de 1944, quando o conflito se aproximava do seu termo, essa tripulação foi substituída por pessoal do seu armador original; que prosseguiram a missão de transportar militares. Na manhã de 6 de Abril de 1945, quando navegava (com 265 pessoas a bordo) do Havre para Southampton, o «Cuba» foi alvejado e afundado (a 8 milhas de Bambridge) pelo submarino alemão «U-1195»; que, refira-se a título anedótico, foi, pela mesma ocasião, destruído pelo contratorpedeiro HMS «Watchman». O naufrágio do «Cuba» foi o derradeiro de um mercante francês, ocorrido durante o segundo conflito generalizado. Notas : a escassa informação existente sobre o navio em apreço, não nos permitiu incluir neste articuleto dados sobre as suas principais características físicas e outras; também não nos foram facultadas fontes com informação sobre as eventuais vítimas do seu torpedeamento.
sexta-feira, 13 de abril de 2018
«SERRÃO»

terça-feira, 3 de abril de 2018
«GOLDEN GROVE»

«STELLA»

domingo, 1 de abril de 2018
«WITTELSBACH»

«BEN LOMOND»

«ROCHAMBEAU»

«INDEFATIGABLE»

sábado, 31 de março de 2018
«FREDERIK VIII»
O transatlântico dinamarquês «Frederik VIII» usou a bandeira do armador Scandinavian America Line, de 1913, ano do seu lançamento à água pelo estaleiro AG Vulkan, de Stettin (então na Alemanha), até Novembro de 1936, quando foi vendido (como sucata) à empresa The Hughes Bolckow Shipbreaking & Cº., que procedeu ao seu desmantelamento em Blyth. Durante a sua viagem inaugural, ocorrida em 1914, entre Kristiania (a actual Oslo) e Nova Iorque, este navio fez uma inesperada escala técnica no porto de Ponta Delgada. Manteve-se na linha Europa-América do norte até 1918. Mas, nesse ano (em Novembro), foi afretado pelo governo de Londres para evacuar 7 500 prisioneiros de guerra britânicos da Alemanha para o seu país de origem. Para o efeito, este navio executou cinco rotações entre diferentes portos germânicos e Hull. Em 1919 voltou à sua carreira inicial. E, em 1920, o «Frederik VIII» foi um dos primeiros navios mercantes a ser equipado com giro-compasso, piloto automático e outros modernos equipamentos de ajuda à navegação. Em 1924 fez duas viagens especiais de Copenhague para Londres; com visitantes para a grande Exposição do 'Commonwealth'. Entre esse ano e 1932, este navio começou também a fazer escalas (ocasionais) no porto canadiano de Halifax. Ainda nesse ano de 1924, em 23 de Agosto, este paquete entrou em colisão com o navio britânico «Royal Fusilier», sofrendo avarias ligeiras. Incidente que não o impediu de realizar o seu primeiro cruzeiro turístico ao Mediterrâneo, com uma escala em Lisboa. Em 1925 e 1929 sofreu trabalhos de modernização dos seus camarotes. No dia 21 de Novembro de 1930, o navio em apreço chocou acidentalmente -à saída de Copenhague- com uns rochedos submersos e sofreu uns rombos no casco. Não houve vítimas a bordo, mas o paquete teve de regressar à capital dinamarquesa para reparar as avarias causadas. Em Novembro de 1935, este veterano das viagens transatlânticas efectuou a sua derradeira visita à América do norte. Tinha 42 anos de actividade e uma longa vida de bons serviços prestados ao seu armador e aos passageiros que transportou. Características principais do «Frederik VIII» : 11 850 toneladas de arqueação bruta; 160 metros de comprimento por 19 metros de boca; 17 nós de velocidade máxima; 245 membros de tripulação; capacidade para mais de 1 100 passageiros, na sua configuração inicial.
sexta-feira, 30 de março de 2018
«ABRAHAM CRIJNSSEN»

terça-feira, 27 de março de 2018
«U-461»

terça-feira, 20 de março de 2018
«PALINURO»

«IURI DOLGORUKI»

domingo, 18 de março de 2018
«COMPIÈGNE»

«ENTERPRISE»

sexta-feira, 16 de março de 2018
«SARDHANA»
Veleiro de transporte (barca de 3 mastros) de bandeira norueguesa. Foi construído em 1885 nos estaleiros Russell & Company, de Greenock (Escócia) para o armador britânico W. & J. Crawford, que lhe deu o nome que sempre usou, «Sardhana»; isso, apesar de navio ter mudado várias vezes de mão e de bandeira. Com efeito, depois de ter sido vendida a armadores ingleses, esta barca integrou a frota da companhia norueguesa Karl Bruusgaard, Sigurd & Martin, de Drammen, na qual permaneceu entre 1911 e 1914. Passou depois para a posse da E. Monsen, de Tvedestrand, que a conservou até 1916. Mais tarde, foi adquirida por novo armador norueguês, Hans I. Larsen, de Porsgrunn, que a conservou até 1918, ano do desaparecimento deste veleiro. Apresentava uma arqueação bruta de 1 144 toneladas e media 65,90 metros de comprimento por 10,70 metros de boca por 6,50 metros de calado. Percorreu mares e oceanos, com predominância para o Atlântico (norte e sul), até que, em 5 de Julho do derradeiro ano da Grande Guerra, foi abandonada pela sua tripulação; na sequência e uma tempestade que a acometeu, durante uma viagem que realizava entre Buenos Aires e Nova Iorque. Essa decisão foi tomada depois de constatado o perigo imediato de soçobro e de se ter verificado a perda do seu carregamento de linho. Os tripulantes escaparam do navio em perdição nos escaleres de bordo. Alguns deles foram resgatados ao mar (10 dias mais tarde) pelo navio inglês «Polish Monarch», que os desembarcou, sãos e salvos, no porto de Montevideu. Infelizmente, 12 marinheiros do «Sardhana» foram dados como desaparecidos...
«DANTON»

«MASSILIA»

«PRINCESSE MARIE JOSÉ»

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018
«D. LUIZ»

O navio fluvial «D. Luiz» foi um dos antepassados dos modernos catamarãs que, nos nossos dias, cruzam o estuário do Tejo -com passageiros- entre Lisboa e o Barreiro. Era um pequeno vapor de rodas laterais, movido por 1 única máquina alimentada a carvão. Infelizmente, nunca conseguimos encontrar documentação descrevendo, com exactidão, as suas características físicas e técnicas. É pena, porque este navio teve uma ligação directa a um evento histórico de primeira grandeza; embora o «D. Luiz» não tenha tido, no dito, papel de relevância. Foi, com efeito, este vapor que, no dia 1 de Fevereiro de 1908, transportou a família real (proveniente de Vila Viçosa) do Barreiro até ao Terreiro do Paço. Onde a esperava Alfredo Costa e Manuel Buíça, membros da Carbonária e autores materiais do Regicídio. Atentado causador da morte do soberano e do príncipe herdeiro, que ocorreu (na esquina da rua do Arsenal) poucos minutos depois do seu desembarque. Curiosidade : a imagem anexada mostra, à esquerda, um navio similar (vapor de rodas) ao «D. Luiz» atracado na estação fluvial do Barreiro em inícios do século XX.
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